Passar pelo processo de recuperação do Covid-19 vai além dos testes negativos para detectar a presença do vírus no organismo. A cada dia, pode-se observar sequelas pós-internação, dentre elas, estão a fadiga, a fraqueza muscular e dificuldade de recuperar 100% da capacidade respiratória. Pessoas acometidas pelo vírus da Covid-19 podem apresentar algumas afecções, dentre elas, a insuficiência respiratória.

A assistência pós-Covid para esses pacientes que apresentam algum tipo de sequelas é de extrema importância uma vez que a continuidade do tratamento irá promover uma melhor qualidade de vida para esse indivíduo”, explica a fisioterapeuta Silvia Oliveira, coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Uninassau Natal.

Uma boa notícia para este Dia Mundial da Fisioterapia (8 de setembro) é a ampliação das técnicas de tratamento fisioterápico por meio da telemedicina. Para auxiliar pessoas nesta situação, a faculdade do Rio Grande do Norte desenvolveu um programa de atendimento fisioterapêutico à distância específico para estes pacientes. O acompanhamento acontece em um período de dois meses, inicialmente de forma remota, com um encontro por semana.

Os participantes serão submetidos ao protocolo de avaliação a partir de um questionário estruturado e receberão orientações. Aqueles que precisarem de acompanhamento presencial são direcionados e serão atendidos na nossa Clínica-Escola”, pontua a gerente da Clínica, Denise Medeiros.

O diretor da Uninassau Natal, André Lemos, destaca a importância desta ação de Responsabilidade Social da Instituição. “Procuramos sempre pensar de que forma podemos fazer a diferença na sociedade. Temos uma infraestrutura diferenciada e somos ativos para ajudar nossa comunidade. Não seria diferente no momento tão delicado que vivemos”, ressaltou.

Os alunos participarão previamente de um treinamento para conduzir todas as etapas de avaliação e protocolos de reabilitação e serão supervisionados por professores responsáveis em todas as etapas. Inicialmente, os interessados podem enviar e-mail para fisioterapia.nat@mauriciodenassau.edu.br. Outras informações pelo (84) 3344-7809.

Fisioterapia como aliada na recuperação de sequelas respiratórias

Covid19 afetou a vida de diversas pessoas e continua deixando rastros até hoje, principalmente em quem ficou num quadro grave da doença. Na maioria dos casos, o tratamento com a fisioterapia pode ser recorrente por conta das sequelas causadas por quem esteve em um quadro agudo de Covid19.

“A fisioterapia tem um papel fundamental para recuperar e minimizar as sequelas provenientes da Covid Longa e, assim, promover melhor qualidade de vida para os pacientes. Dependendo do resultado, o tratamento será recorrente, pois o paciente, em sequelas mais graves, pode ser dependente de oxigênio ou até mesmo de ventilação mecânica domiciliar”, ressalta o  fisioterapeuta Vinícius Gonçalves, professor do curso de Fisioterapia da Universidade Cruzeiro do Sul.

Segundo ele,  o tratamento fisioterapêutico pode ser feito por meio de reabilitação cardiopneumofuncional, exercícios aeróbicos e respiratórios capazes de favorecer a inspiração, além de Cinesioterapia Respiratória e Motora e Condicionamento Respiratório.

Covid Longa remete aos sintomas iniciados após o quadro agudo da doença, que vão além dos respiratórios, como os neurológicos (por exemplo, falta de paladar), que indicavam alerta aos profissionais de saúde.

“Uma parte dos sobreviventes relata quadros de prejuízos à atenção, à memória, ao raciocínio e à concentração. Existem relatos de instabilidade postural (desequilíbrio) associada a vertigens (tontura), incoordenação motora e fadiga muscular”, afirma o coordenador do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Braz Cubas, William Shimizu.  

Estes sintomas, isolados ou combinados, podem trazer limitações funcionais que prejudicam as atividades da vida diária do paciente. E, assim, há até impacto naquilo que se refere à qualidade de vida individual. Daí lidar com a parte neurológica por meio da fisioterapia pode ser essencial.  Assim, dentre as abordagens fisioterapêuticas, o treino neurofuncional associado à prática mental são caminhos importantes para estimular o equilíbrio, a coordenação, bem como a atenção e memória.  

“A adoção de exercícios em circuitos terapêuticos com variações de estratégias sensoriais associadas à tarefa dupla e sempre focado na funcionalidade são fundamentais. O fato de desenvolver um programa terapêutico em que o paciente seja exposto a um ambiente fisicamente desafiador, pensado para as limitações sensoriomotoras individuais em que requeira concentração e raciocínio, são elementos que pautam essas terapêuticas”, complementa.  

Segundo o especialista, já é comprovado que algumas sequelas podem permanecer de forma permanente, entretanto, no aspecto da reabilitação, estimular a funcionalidade é o objetivo primordial.

“A avaliação da Fisioterapia é fundamental para estabelecer os diagnósticos, elencar os objetivos terapêuticos e proporcionar ao paciente condutas para reabilitação de acordo com o prognóstico de evolução. Portanto, esse tratamento pode ser momentâneo ou prolongado, a depender do que for identificado no momento da avaliação”, completa Shimizu.

Com Assessorias (atualizado em abril 2023)
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