Rita Lee, que faleceu este mês aos 75 anos, vítima de câncer de pulmão, disse em uma entrevista, em 2021, que um dia a vida lhe cobraria um pedágio por ser fumante. “Era um sopro atrás do outro: ‘pare de fumar. Você fuma desde os 22 anos, pare agora’. Era como uma luz que acendia no fundo da mente”. Mas a rainha do rock só deixou o cigarro quando foi diagnosticada, em 2021.

O uso do cigarro é o fator de risco predominante para o desenvolvimento do câncer de pulmão. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve contabilizar cerca de 704 mil casos de câncer por ano, até 2025, e esse é quinto tumor maligno mais incidente no país. A doença é a terceira mais comum em homens e a quarta mais comum em mulheres no Brasil.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo e mata oito milhões de pessoas a cada ano, das quais 1,2 milhão são vítimas de fumo passivo. Os fumantes passivos são pessoas que não fumam, mas que convivem com fumantes.

tabagismo é um problema emergente de saúde pública, caracterizado como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente em produtos como cigarros, charutos, narguilé, cachimbo, cigarros eletrônicos, entre outros. São 4.700 substâncias tóxicas existentes no cigarro e a nicotina leva à dependência, pois alcança o sistema nervoso central em apenas 10 segundos.

O consumo do tabaco pode contribuir para o desenvolvimento mais de 50 enfermidades de acordo com a OMS, incluindo os cânceres das cavidades oral e nasal, de laringe, pulmão, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, mama, ovário, bexiga e colo de útero, além de doenças como tuberculose, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

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Diagnóstico e tratamento

Para realizar o tratamento do tabagismo é interessante que as pessoas busquem ajuda médica para avaliar seu quadro clínico, independentemente de sua faixa etária, do número de cigarros consumidos ou do tempo que se é fumante. De acordo com Gustavo Faibischew Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, sempre é possível e benéfico parar de fumar.

“Em qualquer fase da vida, os pacientes que cessam o consumo, experimentam benefícios imediatos e prolongados para a saúde, como mais disposição para praticar atividades físicas, menor chance de desenvolvimento do câncer e de doenças cardiovasculares e melhora na autoestima, do hálito, da pele e do aspecto dos dentes”, disse.

Ainda de acordo com o especialista, o tratamento é individualizado e envolve abordagens cognitivas e comportamentais, além de poder ser complementado com a prescrição de medicamentos. O acompanhamento médico dos pacientes pode ser realizado pelas especialidades de pneumologia, clínica médica, cardiologia, neurologia e psiquiatria.

 

  • Com Assessorias
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