Rinite e sinusite, eis a “dupla” de alergias respiratórias que mais incomoda a população durante os meses de inverno. O frio, somado à diminuição da umidade do ar e ao aumento da concentração de poluentes, naturalmente, favorece a irritação das nossas vias aéreas.

Não bastasse isso, a predisposição de ficarmos em ambientes fechados, de menor ventilação, potencializa o contato com ácaros e fungos. E o resultado é bastante conhecido entre as pessoas. Cerca de 60 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de alergia respiratória, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

O número representa 30% da população do país – o que reforça a importância da prevenção, especialmente nesta época do ano. De acordo com a médica Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especializada em alergias, há várias maneiras de evitar tais complicações.

“Manter a casa limpa, ventilada e livre de poeira é o mais importante”, antecipa, elencando abaixo uma série de dicas relacionadas ao tema.

Diferenças entre rinite x sinusite

No caso da rinite, Dra. Cristiane explica que essa é mais recorrente entre nós e pode surgir a qualquer época do ano. Mas é nos meses de inverno que costuma vir com mais intensidade.

“No inverno, a incidência da rinite pode ser afetada por vários fatores, como a diminuição da umidade do ar, o aumento da concentração de poluentes e a maior exposição a alérgenos, como ácaros e fungos, que podem proliferar em ambientes fechados e pouco ventilados”, destaca.

Os sintomas mais comuns são coriza (nariz escorrendo), espirros frequentes e coceira nos olhos, nariz e garganta, além de tosse, olhos vermelhos e lacrimejantes.

A sinusite aguda, por sua vez, costuma vir associada a infecções respiratórias, como gripes e resfriados, que podem levar à inflamação dos seios da face. Por isso, ela se notabiliza pela dor em regiões do rosto.

“Essa predisposição se acentua com o ar seco e frio do inverno, que resseca as vias respiratórias, tornando-as mais suscetíveis a infecções. Além disso, a maior concentração de poluentes no ar em algumas áreas urbanas também pode contribuir para o desenvolvimento de sinusites”, enfatiza a médica.

Da mesma forma, segundo Dra. Cristiane, pessoas com desvio de septo nasal, pólipos nasais, tabagistas e que fazem uso excessivo de descongestionantes nasais ficam mais suscetíveis esta época do ano.

Prevenção

Seja rinite ou sinusite, existem diversas medidas que podem ser tomadas em casa para ajudar a preveni-las. Abaixo, seguem as principais dicas elencadas pela especialista do Hospital Paulista:

1. Manter a casa limpa e livre de poeira: limpar regularmente a casa com pano úmido, aspirador de pó e evitar acúmulo de objetos que possam acumular poeira, como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia.

2. Controlar a umidade: ventilar a casa diariamente.

3. Evitar fumar: o tabagismo pode irritar as vias respiratórias e desencadear alergias respiratórias. Portanto, é importante evitar fumar dentro de casa ou estar exposto a fumaça de cigarro.

4. Evitar alérgenos: identificar e evitar os alérgenos que causam as alergias, como pólen, mofo, ácaros e pelos de animais de estimação.

5. Manter uma alimentação saudável: uma dieta equilibrada pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico e reduzir a suscetibilidade a alergias.

6. Higienizar as mãos: lavar as mãos com frequência ajuda a prevenir a propagação de germes e bactérias que podem desencadear alergias.

Observação importante:
Em caso de sintomas persistentes ou graves, é importante procurar um médico para avaliação e tratamento adequados.

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Crises de rinite pioram após a Covid: tire suas dúvidas

Muito frequente em crianças, a rinite alérgica acomete cerca de 30% a 35% da população. Trata-se de uma inflamação crônica da mucosa nasal, caracterizada clinicamente por espirros continuados, coriza e obstrução nasal.

A rinite causa uma grande queda na qualidade de vida, prejudicando sobremaneira as funções profissionais ou escolares. O bom funcionamento do nariz é importante, pois ele é responsável pelo transporte de ar, filtração, umedecimento, aquecimento do ar e olfato.

Seus sinais clínicos como espirros continuados, coriza e obstrução nasal prejudicam as funções escolares (e no caso dos adultos, a vida profissional e social).

Especialistas da Clínica Croce, centro de vacinação e infusão especializado em Alergia, Imunologia e Endocrinologia, notam que após a Covid-19 os casos de rinite aumentaram e até se tornaram mais crônicos.

“Observamos que dentre todas as alergias, a de maior prevalência, depois do advento da covid-19, foi a rinite alérgica. O número de casos e crises aumentou em torno de 50%.  Na minha opinião, isso tem a ver com a volta das pessoas para dentro de casa, o que as expõe ao contato maior com ácaros e animais domésticos”, declara Fabio Morato Castro, médico alergista e imunologista pela USP e diretor da Croce.

O mais importante é que a pessoa procure um especialista em Alergia e Imunologia para fazer o diagnóstico e o tratamento corretos”, enfatiza Dr. Fábio. Abaixo, ele responde às principais dúvidas de consultório sobre a rinite.

Quais são os principais alérgenos dentro de casa?

Nos lares brasileiros são os ácaros, animais domésticos (quando a pessoa já é alérgica), fungos, restos de insetos (como baratas) e polens que estão presentes em algumas regiões do Brasil.

O que pode desencadear uma crise de rinite?

Existem os fatores específicos (alérgenos) e inespecíficos (irritantes) como, por exemplo, poluição, produtos de limpeza, perfumes, cigarro, mudanças climáticas etc.

Quais são as dicas para se ter um ambiente livre de ácaros?

Em 70% a 80% dos casos, os ácaros são os responsáveis pelas crises de rinite, por isso a importância de alguns cuidados no ambiente:

·        Deixe entrar sol nos cômodos;

·        Faça limpeza frequente com aspiradores com filtro de água;

·        Use capas protetoras de travesseiro e colchão;

·        Mantenha os animais domésticos fora de casa e, principalmente, do quarto.

·        Combata focos de fungos, como paredes com mofo.

Qual o tratamento mais eficiente contra a rinite?

O tratamento contra rinite é baseado em três pilares: controle do ambiente; medicamentoso (anti-inflamatório e sintomático); e imunoterapia alérgeno-específica (dessensibilização). “Um tratamento adequado é fundamental para o controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida”, destaca o médico.

Com Assessorias

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