Eis que chega o momento mais temido por seis em cada 10 pessoas no mundo inteiro: a visita ao dentista. O coração acelera e é quase impossível ter uma boa noite de sono antes de uma consulta. Já na sala de espera, os ombros ficam tensionados e as mãos, suadas. Quando finalmente chega a hora de entrar no consultório, a ansiedade aumenta, fazendo com que a visita seja ainda mais aterrorizante. Todas essas sensações refletem um problema que afeta 61% da população mundial: a odontofobia.

O medo da dor faz com que muitas pessoas deixem de ir ao dentista, o que pode fazer muito mal, pois muitos dos casos são simples de serem resolvidos, mas se tornam grandes problemas quando não são tratados a tempo”, explica o dentista Daniel Apelbaum, sócio da clínica Apelbaum Odontologia.

Para amenizar esta situação, profissionais da clínica, localizada no Leblon, zona sul carioca, desenvolveram algumas técnicas para ajudar seus pacientes. As alternativas vão desde o diagnóstico inicial da ansiedade até um ambiente acolhedor e uma forma de analgesia sem dor, conhecida como ‘gás do riso’.

Sabendo que muitas pessoas possuem este problema, decidimos promover distrações visuais e sensoriais que são capazes de ajudar a controlar a ansiedade do paciente odontofóbico. Os recursos incluem uma mini cachoeira, pois o som da água induz o cérebro a um estado mental de relaxamento”, explica o especialista.

Trauma pode começar na infância

Tudo começa com a identificação do problema. O primeiro passo é realizar um Inventário de Ansiedade Dental, que tem como objetivo conhecer o histórico da pessoa e buscar de onde vem o medo. Antes de iniciar o tratamento com um odontofóbico, os profissionais sugerem uma visita prévia do cliente ao dentista para avaliar o grau de ansiedade associado ao atendimento odontológico e, também, para identificar a necessidade de exames complementares.

Muitos passam a desenvolver a odontofobia após uma experiência negativa na infância. O trauma pode se estender até a vida adulta, prejudicando a saúde bucal do paciente”, explica o especialista.

Após a avaliação do documento, a equipe já tem todas as informações necessárias para dar início ao tratamento.

Bruna Lavinas, especialista em Estomatologia e Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais da Apelbaum Odontologia, explica que o medo não acabará por completo, mas as informações concedidas pelo paciente irão ajudar os profissionais a entender melhor sobre como atendê-lo de forma mais assertiva. “Isso fará com que o cuidado odontológico seja mais humanizado e o menos sofrido possível para ele”, afirma.

‘Gás do riso’ aumenta tolerância à dor

Além de todos esses cuidados, a principal técnica utilizada pela clínica para atender as pessoas com fobia de dentista é a analgesia com óxido nitroso (N2O), popularmente conhecido como o “gás do riso”. A técnica, que hoje é utilizada por menos de 1% das clínicas odontológicas brasileiras, é capaz de controlar o medo e a inquietação do cliente. Segundo o Dr. Daniel, a analgesia com gás também é capaz de aumentar a tolerância a dor, mas esse tipo de sedação não substitui a anestesia.

Para o especialista, o óxido nitroso pode ser considerado um dos principais aliados dos pacientes com odontofobia. Ele explica que há um cilindro pressurizado que armazena ambos os gases, N2O e O2, que estão conectados por tubos a uma máscara nasal que a pessoa precisa usar. A quantidade de gás utilizada é controlada pelo próprio dentista, que precisa estar habilitado para o uso desta técnica. “Não é qualquer profissional que pode manusear o gás, pois qualquer tipo de sedação, quando não ministrada corretamente, pode colocar a saúde do paciente em risco”, afirma o dentista.

Com Assessoria

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