Quem disse que Carnaval não é para quarentonas e cinquentonas?

Qual mulher que já ultrapassou a barreira dos 40+ ou 50+ e – assim como a autora desta matéria, a-do-ra Carnaval -, nunca ouviu bobagens como essas: “Carnaval não é para quarentonas e cinquentonas”, “barriga de fora, short curto, um pouco velha para isso, né?”. E mais: “meia arrastão, saia de tule, cropped e hot pant é coisa pra garotinha. Ponha-se no seu lugar!”.

Mas nesse Carnaval uma campanha veio para lavar nossa alma e jogar no lixo o discurso etarista dessa gente. Ao menos em São Paulo, uma marca de produtos para incontinência urinária escolheu uma das festas mais livres e democráticas para incentivar a plenitude das mulheres de todas as idades.

A campanha “A Liberdade que eu quero”, da Plenitud®, tem por objetivo estimular a democratização da liberdade para todas. Em apoio à desconstrução de estereótipos relacionados à idade da mulher, a marca da Kimberly-Clark patrocina o Bloco do Apego, que sai nesse sábado de pós-carnaval pelas ruas de Pinheiros, em São Paulo.

Fundado em 2017, pela jornalista e consultora de criatividade e inovação da Apego Inc., Cristina Naumovs, o bloco de discotecagem conta com suas cores estampadas no bloco e nas camisetas das cordeiras – como são chamadas as responsáveis pela ordem do bloco.

Contribuindo para dar visibilidade ao tema etarismo, duas embaixadoras da marca, a atriz Isabel Teixeira e a apresentadora Penelope Nova, estarão representando muitas mulheres. Elas vestirão figurinos carnavalescos feitos exclusivamente para desfilarem a liberdade. As fantasias foram inspiradas na maturidade feminina, na plenitude e na essência de cada uma.

“Acreditamos muito que a liberdade só pode existir quando todas as mulheres conseguirem desfrutar dela, sem preconceito ou estereótipos. Queremos incentivar que, cada uma à sua maneira, viva a sua plenitude, independentemente da idade”, reforça Marisa Cury Cazassa, representante da Kimberly-Clark no Brasil.

A marca também promete ampliar a conversa sobre liberdade e etarismo ao longo do ano e para isso convidou outras embaixadoras, como a antropóloga e pesquisadora Mirian Goldenberg e a uroginecologista e especialista em sexualidade Lilian Fiorelli. O objetivo é levar informações sobre maturidade, incontinência urinária, menopausa, sexualidade, entre outras questões importantes para mulheres maduras.

Liberdade para vestir o que quiser, com o peso que tiver

Carnaval também não tem espaço para a gordofobia. Que o diga a influenciadora e consultora de imagemAmanda Souza. Após uma semana intensa de festas em camarotes e blocos, ela prova que lugar de mulher é onde ela quiser – e vestindo o que quiser. Não poderia ser diferente para ela que cresceu em meio ao samba, está trabalhando no Carnaval e comemora intensamente nesse período festivo.

Amanda ficou ainda mais conhecida após figurar entre as protagonistas do reality da Netflix, Casamento às Cegas 2. Aos 36 anos, ela divide seu tempo de consultoria de imagem individual com aulas para orientar outras consultoras em seu curso montado há mais de dois anos, “Minha cliente gorda”, para despertar em outras mulheres a autoestima e a liberdade para vestir e ser o que quiserem.

“Desenvolvi um olhar democrático e empático construído através da vivência, experiências e estudos que permitem com que cada cliente desenvolva um estilo pessoal singular capaz de comunicar para o mundo suas mensagens mais preciosas”, diz a palestrante e ativista pela liberdade corporal e docente.

Mulher que acolhe outras mulheres, Amanda Souza trilha o caminho para uma imagem autêntica, que passa pela escuta atenta e pelo respeito pela trajetória de cada pessoa. No Carnaval, ela não deixa de mostrar o seu samba no pé e estilo, movimentando e trazendo alegria por onde passa. Para o período, ela elegeu muitas peças com brilhos dourados, transparências, cor vermelha, peças confortáveis, estilosas e versáteis e acessórios criativos.