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Sempre fui meio “caxias” em cuidar da saúde e levei a sério esse negócio de visitas regulares ao ginecologista, ao cardiologista, ao dentista… Então, depois que a gente atravessa a fronteira dos 40…rsrsrs  Neste momento mesmo, estou concluindo uma bateria de exames!  Penso que, se tenho um problema, que seja diagnosticado a tempo antes de se agravar ou tornar o tratamento mais difícil e, muitas vezes também, mais doloroso e oneroso.

Embora muitas vezes não sejam realizados com a frequência necessária, os exames de rotina são essenciais para identificar qualquer anormalidade e iniciar o tratamento de uma doença o mais rápido possível. No topo da lista das mulheres, estão os ginecológicos, que devem ser realizados desde a infância, quando começam a aparecer os primeiros sinais da puberdade, até a idade avançada. A partir do momento que a menina ou mulher passa a ter uma vida sexual ativa, a rotina ginecológica deve ser anual.

Hoje não há mais dúvidas de que o exame preventivo ginecológico e a mamografia são de fundamental importância para a detecção precoce de inúmeras doenças, entre elas o câncer de colo do útero. Mas, infelizmente, estes exames ainda são ignorados por milhares de mulheres. No último ano, 58,64% das mulheres não realizaram o exame, que é popularmente chamado de Papanicolau, em 12 meses, de acordo com levantamento do Comitê de Saúde da Bradesco Saúde. O percentual cai um pouco (43,06%), quando o período avaliado é de 24 meses passados.

Outro dado alarmante é o de mulheres que deixam de fazer a mamografia. No ano passado, 51,46% das mulheres acima de 40 anos não realizaram a mamografia em 12 meses, conforme protocolo recomendado pela Sociedade Brasileira de Mastologia. Em 24 meses, o percentual cai para 38,75%. O universo da pesquisa envolve 2,2 milhões de segurados que fazem parte das empresas que possuem o Comitê de Saúde da Bradesco Saúde.

Ginecologista é o clínico da mulher

Segundo Carolina Vicente Banzoli, médica ginecologista da rede de centros médicos dr.consulta, o ginecologista é o clínico da mulher e, na maioria das vezes, é quem diagnostica doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol alto), entre outras. Durante a conversa na consulta, é comum o médico fazer um histórico da vida da mulher, perguntando sobre diversas doenças e/ou cirurgias realizadas. Após a investigação do histórico e dos hábitos de saúde da paciente, o médico faz um exame físico no próprio consultório que compreende:

– exame clínico da mama: inspeção e palpação;
– exame clínico do abdome: inspeção e palpação;
– inspeção dos órgãos genitais externos: avaliação da vulva para verificar sem há alguma lesão;
– exame especular: avaliação da vagina e do colo de útero;
– toque vaginal: exame para sentir o tamanho do útero e ovários e verificar se há alguma anormalidade.

Após esta etapa, o ginecologista vai solicitar uma série de exames, que podem identificar possíveis doenças nas mulheres. As médicas radiologistas do Richet Medicina & Diagnóstico falam um pouco sobre cada um dos exames disponíveis para o diagnóstico do câncer de mama (mamografia digital, tomossíntese mamária e ultrassonografia das mamas); osteoporose (densitometria óssea), miomas, ovários policísticos e câncer de colo de útero (ultrassom). Confira:

Mamografia Digital

O câncer de mama é o principal causador de morte na população feminina. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 58 mil casos da doença foram diagnosticados no Brasil em 2016. Ainda segundo o Instituto, mais de 16 mil novos casos do câncer de colo de útero foram descobertos no ano passado no país. A mamografia digital é o principal método para o diagnóstico precoce do câncer de mama, identifica lesões muito pequenas, muitas vezes não palpáveis. Funciona como uma radiografia da mama.

Realizada no mamógrafo digital, equipamento que utiliza radiação de baixa energia (raios-X) e possui detectores extremamente sensíveis, possibilita o envio imediato das imagens para a tela do computador, principal diferença com a mamografia convencional. O exame é realizado por uma técnica de radiologia em 2 incidências convencionais, sendo necessária a compressão de cada mama por duas vezes. A compressão melhora a qualidade da imagem, permitindo que todos os tecidos fiquem totalmente visíveis, minimizando a sobreposição de imagens. Apesar do desconforto, a compressão é rápida e não gera qualquer lesão na mama, sendo imprescindível para o diagnóstico preciso. Não há necessidade de preparo para realização da mamografia, mas deve-se evitar o uso de desodorantes.

Ressonância magnética

“Quando a paciente vem fazer a ressonância magnética, já vem com uma dúvida de diagnóstico. Tem a endometriose, adenomiose, investigação de dor pélvica. Talvez possa fazer uma avaliação mais genérica, como a importância da ressonância magnética na avaliação da dor pélvica, identificando doenças como a endometriose, como a adenomiose que são doenças muito frequentes”, afirma Erika Torres, médica radiologista do laboratório Richet Medicina e Diagnóstico e membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

Segundo ela, em geral, a ressonância não é uma avaliação primária, ela já vem pra elucidar alguma dúvida de diagnóstico. Fora isso, é um exame que você tem como ir além em alguns outros aspectos: lesão ovariana, por exemplo, você tem como caracterizar melhor do que a ultrassonografia caracteriza. Você procura áreas sólidas, áreas que captam contraste, busca algum dado que identifique o que chamamos de maior suspensão (isso pensando em doença maligna, em câncer)”.

Tomossíntese mamária

É a mais nova tecnologia da mamografia digital que permite a visualização tridimensional da mama, aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA) desde 2011 é uma das recomendações atuais do National Comprehensive Cancer Network (NCCN) para o rastreamento do câncer de mama, por permitir o diagnóstico precoce com menor exposição à radiação. Nesta técnica o tubo de raio-X se movimenta, resultando em imagens sequenciais. Essas várias imagens, bem finas e em diferentes ângulos, são analisadas pelo médico radiologista em computadores de alta resolução.

O posicionamento e a compressão são os mesmos da mamografia digital, podendo os 2 exames serem realizados na mesma compressão. Para a realização da tomossíntese não há necessidade de preparo, mas a paciente deve evitar o uso de desodorantes. A técnica minimiza os efeitos da sobreposição de tecido, sobretudo nas mamas densas, permitindo a melhor caracterização das lesões, reduzindo o número de complementações, reconvocações e número de biópsias desnecessárias.

“A tomossíntese vem ganhando destaque também na prevenção do câncer de mama porque diminuiu o número e falsos positivos por ser imagem em 3D e reduz os call backs. “Mas é indicado principalmente em pacientes com mama densa, ela pode diminuir a chance de falso positivo e o recall” , explica Marcela Balaro, médica coordenadora de Imagem Mamária do Richet Medicina e Diagnóstico (RJ), especializada em Radiologia no Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Ultrassonografia das mamas

Na ultrassonografia as imagens são formadas por ondas sonoras de alta frequência, portanto não utiliza radiação ionizante, que é um fator de risco para o câncer de mama. Não há necessidade de preparo pra realizar o exame e não gera qualquer desconforto ao paciente. É uma importante ferramenta complementar à mamografia e à tomossíntese mamária no rastreamento do câncer de mama, principalmente nas pacientes com mamas densas, pois a densidade mamária não altera a sensibilidade do método. Permite diferenciar nódulos sólidos de cistos, muitas vezes fundamental para definir o diagnóstico das doenças mamárias. A avaliação de nódulos palpáveis em mulheres jovens é um exemplo de indicação bem estabelecida na prática clínica, assim como método de imagem para guiar biopsias mamárias. 

A ultrassonografia é um exame de screening da quase totalidade das patologias ginecológicas. Após a realização do exame clinico, em caso de suspeita de miomas uterinos, como causa de sangramentos anormais, aumento do volume do abdômen inferior e infertilidade, e etc, a ultrassonografia permite a detecção do suposto mioma assim como sua mensuração, localização, e aspectos fonográficos que auxiliam na programação terapêutica.

“Através de tratamento clínico, cirúrgico, ou fazendo uso de técnicas de embolização. A ultrassonografia endovaginal /pélvica associada a exames laboratoriais e a avaliação clínica permite grande sensibilidade diagnostica na síndrome de ovário policístico”, ressalta Ana Melichar, médica e coordenadora de Ultrassonografia e Ecovascular no Richet Medicina & Diagnóstico, especialista em Radiodiagnóstico pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Fellowship em Radiologia pela Universidade de Londres e Research Fellow no Departamento de Radiologia do MGH – Harvard Medical School.

Conheça os exames mais comuns a que elas devem se submeter ao longo da vida:

EXAME PARA QUE SERVE? QUANDO FAZER? FREQUÊNCIA

PAPANICOLAU

Rastreio de câncer de colo de útero. É o exame mais importante. Realizado a partir da coleta de células do colo do útero. Após um a três anos da primeira relação sexual. Anual ou a cada três anos após dois resultados consecutivos normais com boa amostra de células para alguns casos.

ULTRASSONOGRAFIA PÉLVICO E DAS MAMAS

Verificar a presença de anormalidades no útero, ovários, ou se há nódulos ou cistos mamários A critério médico, a depender de queixas da paciente e do exame físico. A critério médico, ou anual dependendo da patologia da paciente.

MAMOGRAFIA

Rastreio do câncer demama. A partir dos 40 anos. Anual.

 

COLPOSCOPIA E VULVOSCOPIA

Rastreio de câncer de colo e vagina.

Investigação de patologias da vulva.

Em caso de papanicolau alterado, na presença de lesão em colo ou vagina durante o exame físico ou na ocorrência de sangramentos. A depender da patologia diagnosticada, pode ser trimestral, semestral ou anual.

COLESTEROL E TRIGLICÉRIDES

Verificar os níveis de gordura no sangue. A partir dos 20 anos, ou antes se há fatores de risco. A critério médico.

GLICEMIA DE JEJUM

Para prevenir o diabetes. A partir dos 20 anos, ou antes se há fatores de risco. A critério médico.

TSH e T4L

Verificar doenças na tireoide. Em pacientes com doenças autoimunes, história familiar de tireoideopatia e pacientes idosas. A critério médico.

 

SANGUE OCULTO NAS FEZES

Para detecção precoce do câncer de intestino A partir dos 50 anos. Anual.

 

DENSITOMETRIA

ÓSSEA

Detecção de osteopenia ou osteoporose Geralmente a partir dos 65 anos, ou antes se há fatores de risco. A cada três anos em caso de resultado normal; e a cada dois anos se há resultado alterado.

 

ELETROCARDIOGRAMA

Rastreio de doenças do coração. A partir dos 70 anos, na ausência de fatores de risco.

Anual; semestral em pacientes cardiopatas.

 

Fonte:  Richet Medicina & Diagnóstico, Bradesco Saúde e Dr Consulta

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