A sexualidade humana ultrapassa a questão biológica e implica também em uma questão emocional, social e cultural.  Em nossa sociedade, com suas exageradas cobranças e pressões, a sexualidade tem sido cada vez mais afetada. Existe um padrão esperado para o comportamento sexual tanto do homem quanto da mulher.

Há um controle social e um roteiro de como uma “mulher de família” deve lidar com sua sexualidade. Desde muito cedo lhe é ensinado que não deve sentar com as pernas abertas, não pode mostrar suas partes íntimas, não deve expor seus desejos sexuais.

Mesmo nos dias de hoje, quando em alguns estratos socioculturais as meninas são erotizadas muito cedo, como papel de objeto sexual que deve dar prazer, muito mais do que sentir, ainda é uma realidade. A dificuldade em falar de disfunções sexuais está presente mesmo em jovens mulheres muito erotizadas e, até mesmo, em profissionais do sexo.

Medo de ser taxada de ‘puta’ ou ‘fria’

Ao longo dos séculos o tema da sexualidade humana foi sempre um assunto delicado, independentemente do contexto cultural, ou é um tema velado, não se pode falar disso abertamente, ou está no centro das atenções e, então, deve-se erotizar a vida cotidiana, expondo os corpos, falando, cantando e dançando de forma provocativa. 

Mas falar de sexo não significa falar de prazer sexual. Obrigada a ocultar ou expor sua sexualidade, a mulher ainda carrega o papel de dar prazer sexual ao parceiro e não usufruir dele. E revelar suas dificuldades sexuais ainda é um tabu feminino, por medo de ser estigmatizada como “puta” ou como “fria”.

Existem mulheres que apresentam disfunções sexuais e não se dão conta, pois  muitas vezes não conhecem o seu corpo e exercem a sua sexualidade como um ato mecânico, e assim, desconsiderando uma fonte de prazer inesgotável.

Não falar, não se conhecer ou não se informar sobre sexualidade humana pode trazer enormes prejuízos para sua qualidade de vida. Uma vida sexual plena pode trazer muito bem estar, prazer e criar maior intimidade e conexão com o(a) parceiro(a). 

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As disfunções sexuais mais comuns

As disfunções sexuais femininas podem ser de origem orgânica e/ou psicológica, uma interferindo na outra. As disfunções sexuais mais comuns são:

anorgasmia (mulheres que não conseguem chegar ao orgasmo),

vaginismo (contração involuntária do músculo da vagina impedindo a entrada do pênis),

dispareunia (dor na hora da penetração) e

DSH – Desejo Sexual Hipoativo (conhecida como falta ou dimuição de libido).

É da natureza humana buscar o prazer e evitar a dor. Nas relações sexuais, quanto mais desconforto houver, menos vontade de praticar sexo a pessoa terá. Se você sentir qualquer situação destas acima citadas, acredite, isso é antinatural, não é saudável.

Como buscar ajuda profissional?

Mesmo com os profissionais de saúde pode ser constrangedor relatar que não sente orgasmo ou sente dor durante o ato sexual, ou até mesmo que não consegue ter desejo sexual.  

É importante que as mulheres compreendam a sua sexualidade como algo natural, saudável e prazeroso para elas mesmas, e não apenas para seus parceiro(a)s. Assim como temos várias fontes de prazer na vida, praticar sexo é uma delas.

Quando nas relações sexuais não está existindo prazer, está sendo desconfortável por algum motivo, num primeiro momento conversar com o parceiro(a) pode ajudar. Mas é importante procurar ajuda profissional se o problema não se resolver: um médico ginecologista e/ou um psicólogo que atue na área da sexualidade humana. 

Lembrando que o corpo humano é perfeito, todos os órgãos têm sua função, portando vamos exercer a nossa sexualidade humana prazerosamente!

Leia outros artigos nossos no ‘Palavra de Especialista’

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1 Comment
  • Avatar Elisabete Lima
    Elisabete Lima
    22 de junho de 2023 at 02:21

    Só em ler o artigo já senti dor . Não consigo fazer sexo c meu marido. Ele não gosta de mudanças no sexo. Não tem o antes. Comecei a não conseguir mais fazer sexo c ele há tempos….. o q me indica p ele ler.

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