A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) emitiu um alerta nesta quinta-feira (11) para que os países da região das Américas se prepararem para a possibilidade de a temporada de influenza em 2026 ser antecipada ou mais intensa.
O documento foi divulgado um dia depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitir um comunicado sobre o subclado K do Influenza A (H3N2), relacionado ao aumento de casos no Hemisfério Norte, que está no inverno, época em que há mais circulação do vírus.

Para a região das Américas, a Opas reforça a importância de monitorar atentamente a evolução do vírus, manter uma elevada cobertura vacinal, tratar os casos em tempo oportuno e assegurar a preparação para uma possível atividade precoce ou mais intensa durante a temporada 2026.

É fundamental que a população, especialmente os idosos e as pessoas com fatores de risco, recebam a vacina contra a influenza, a fim de se protegerem individualmente e reduzir a pressão sobre os serviços de saúde, em particular os de hospitalização”, alerta a organização.

A Opas destacou que, com o início da temporada de maior circulação da influenza e de outros vírus respiratórios, os Estados-Membros devem ajustar os planos de preparação e organização dos serviços para uma eventual sobrecarga no sistema de saúde.

A organização recomenda reforçar a vigilância da influenza, do vírus sincicial respiratório (VSR) e do SARS-CoV-2, adotar as medidas necessárias de prevenção e controle contra infecções por vírus respiratórios, implementar medidas que garantam o diagnóstico precoce e o manejo clínico adequado, especialmente entre a população de alto risco de apresentar doença grave.

A Opas também orienta os países a garantir a vacinação contra vírus respiratórios, assegurando uma elevada cobertura vacinal em grupos de alto risco, realizar a previsão e organização adequadas dos serviços de saúde, para garantir o cumprimento rigoroso das medidas de controle e prevenção de infecções, o fornecimento adequado de antivirais e equipamentos de proteção individual, bem como uma comunicação adequada dos riscos à população e aos profissionais de saúde.

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Alerta global e no Brasil para o vírus influenza A

Desde agosto de 2025, a vigilância genômica global identificou um crescimento rápido de um subclado específico do vírus A (H3N2), o J.2.4.1 (também chamado de subclado K), que é altamente transmissível, embora sem aumento de gravidade clínica reportado até o momento. 

O Brasil registrou um aumento significativo de casos e óbitos por Influenza A em 2025, com destaque para surtos em diversas regiões, como vêm mostrando os últimos boletins Infogripe da Fiocruz. O vírus Influenza A, especialmente do subtipo H1N1, foi o principal responsável pelos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 
  • Número de casos: Até o início de outubro de 2025, o Brasil notificou 24.922 casos de influenza entre as notificações de SRAG, um número expressivo que quase dobrou em maio em relação ao mesmo período de 2024.
  • Aumento de óbitos: Houve um aumento considerável nas mortes. A cidade de São Paulo, por exemplo, registrou um aumento de 127% nos óbitos por gripe em comparação com 2024. O Rio Grande do Sul enfrentou o pior surto desde a pandemia de H1N1, com 423 mortes reportadas até julho de 2025.
  • Principal subtipo: O subtipo Influenza A (H1N1) foi o mais identificado nos casos graves notificados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP Gripe).
  • Vulnerabilidade: Um estudo revelou que 77% das internações por Influenza em 2025 ocorreram em pessoas não vacinadas, reforçando a importância da imunização.

Medidas de prevenção

As autoridades de saúde, como o Ministério da Saúde e a Fiocruz, reforçaram a importância da vacinação anual contra a gripe, especialmente para grupos prioritários, como idosos, gestantes e pessoas com comorbidades.
Outras medidas preventivas incluem:
  • Uso de máscaras em ambientes fechados ou com aglomeração;
  • Higiene frequente das mãos;
  • Ventilação adequada de espaços coletivos. 
Para mais informações, você pode acompanhar os boletins epidemiológicos no portal da Fiocruz ou verificar as diretrizes no site do Ministério da Saúde.

Com informações da Agência Brasil

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