Por que pessoas trans enfrentam dificuldade de acesso à saúde?

Preconceito e falta de capacitação profissional são principais motivos para a não procura de pacientes trans ao sistema de saúde

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Seja na TV, nas universidades ou nos ambientes corporativos, a visibilidade trans é uma pauta que está em constante discussão nos dias de hoje. O tema se tornou tão parte do cotidiano que foi incluída na Pesquisa Nacional de Saúde da População, iniciada em outubro de 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela primeira vez, os entrevistados puderam responder com qual gênero se identifica: mulher, mulher trans, homem, homem trans, travesti ou não binário. Se não quiserem, os entrevistados poderão optar por não responder à questão,

Entretanto, apesar disso, os casos de transfobia continuam crescendo no país. Segundo dados da Agência AIDS, o Brasil registrou 77 mortes de pessoas trans até setembro de 2023, um caso a mais em comparação ao mesmo período do ano passado.  Desse total, 65% das vítimas são pretas ou pardas. Esses números alarmantes são refletidos também no sistema de saúde, onde este público tem o foco na quebra de estigmas e pré-conceitos.

Mesmo somando cerca de 3 milhões de indivíduos trans e travestis no Brasil, essa população ainda é obrigada a conviver com a invisibilidade em relação aos seus direitos básicos.  Dificuldade no acesso à educação, ao mercado de trabalho, além da falta de atenção à saúde, seja ela no público ou no privado são alguns dos caminhos espinhosos que esse público precisa percorrer.

Na semana dedicada ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, especialistas chamam a atenção para as reivindicações da população travesti e trans brasileira. Quando falamos em saúde, muitos relatos ainda incluem discriminação, despreparo dos profissionais, acolhimento inadequado, dificuldade no entendimento da transexualidade e a ausência de políticas públicas e programas específicos voltados ao combate do preconceito.

“Infelizmente, o modelo atual dos serviços de saúde ainda exclui e/ou dificulta o acesso da população trans. São equipes inteiras sem preparo e direcionamento necessário a essas pessoas”, comenta Maria Carolina Moreno, diretora de Qualidade e Assistência do CURA grupo.

Por esses motivos, devido ao medo de novos episódios de rejeição e preconceito, pessoas que já sofreram discriminação evitam ou adiam ao máximo a busca pelos serviços médicos. “Não existe outro caminho diante deste cenário a não ser desenvolver os profissionais de saúde para um atendimento digno e de qualidade a estes pacientes”, finaliza Maria Carolina.

Para o médico Leonardo Alves, que colabora com o Projeto Cuida, explica que uma rotina acolhedora e bem estruturada gira em torno do incentivo e da escuta ativa.

“Faça perguntas como: por qual nome gostaria que lhe chamasse? Preciso fazer algumas perguntas que podem ser bem íntimas e pessoais, tudo bem? Caso não queira responder alguma, sem problemas”, explica Leonardo.

Ele conta, ainda, que o médico nunca deve inferir sobre orientação sexual baseado na identidade de gênero e sempre perguntar se há suporte familiar. Ele responde a algumas das principais questões em relação ao tema:

Como incentivar as pessoas trans a buscarem atendimento médico de rotina?

Como o profissional médico deve se preparar para atender, com dignidade, as pessoas trans?

Existe um check-list de ações positivas para minimizar possíveis desconfortos para o paciente?

Com Assessorias

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