pneumonia

Na primavera, o clima começa a ficar cada vez mais quente. Pelo menos até abril de 2017, a tendência, na maior parte do país, é de que sejam registradas temperaturas acima dos 30°C. Para garantir conforto e bem-estar, muitas pessoas acabam passando a maior parte do tempo em ambientes com ar condicionado, seja em casa, no trabalho ou no automóvel. Mas o que a maioria das pessoas desconsidera é que essa sensação de alívio pode ser acompanhada de consequências perigosas. Uma delas é a pneumonia.

Muita gente ainda pensa que a doença só ataca no inverno. Mas dados do Ministério da Saúde indicam que a pneumonia deve merecer atenção o ano inteiro. A cada três internações por pneumonia ocorridas no último inverno, foram registradas quase duas no verão passado. Apesar de o frio propiciar a aglomeração de pessoas e a transmissão dos micro-organismos causadores da infecção, é no verão que o uso intensificado de ar-condicionado se intensifica, estimulando o ressecamento da mucosa nasal, facilitando a chegada dos vírus e bactérias aos pulmões.

A infecção representa uma das principais causas de hospitalização e morte no país. No último verão, entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano, 114.351 pessoas foram internadas por pneumonia nos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O número é bastante representativo frente às 176.682 hospitalizações verificadas no inverno seguinte, entre junho e agosto.

Uma criança morre de pneumonia no mundo a cada 20 segundos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O dia 12 de novembro é utilizado para conscientização e prevenção da doença, principalmente a pneumonia infantil, principal causa das mortes de crianças com menos de 5 anos.

A pneumonia é uma doença pneumocócica que ocorre quando há uma inflamação nos pulmões, podendo ser causada por vários micro-organismos, entre vírus e bactérias.  Entre os principais sintomas da pneumonia estão falta de ar, febre, tosse forte, dores no tórax e expectoração com secreção amarelada (por vezes com sangue). A prevenção se dá pela vacinação contra principais agentes da doença. Também é necessário lavar bem as mãos e todos os utensílios de uso regular, não fumar e evitar aglomerações.

Assim como outras inúmeras doenças, a pneumonia está relacionada a micro-organismos e bactérias. Estima-se que três a cada dez casos de pneumonia bacteriana sejam provocados por esse micro-organismo, que é responsável por 1,6 milhão de mortes por doenças pneumocócicas a cada ano no mundo, sobretudo em crianças e idosos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A mortalidade elevada está associada às complicações importantes relacionadas à doença, como insuficiências respiratória e cardíaca.

Controle do ambiente e vacinação

Uma das formas de prevenir a doença é garantir o controle adequado do ambiente. “Infelizmente estamos vulneráveis 24 horas em qualquer lugar do mundo, por isso precisamos ressaltar a importância da prevenção. No entanto, se já estiver com a doença procure ajuda médica, pois a mesma pode levar à morte”, destaca Felipe Prado, diretor de Comunicação da Sterilair, empresa que produz um esterilizador capaz de eliminar cerca de 99,9% dos micro-organismos aéreos no auxílio das doenças respiratórias.

A vacinação, porém, é o meio mais eficaz de prevenção contra os quadros de pneumonia causados pela bactéria Streptococcus pneumoniae, conhecida como pneumococo.  Entre as vacinas disponíveis contra a pneumonia e outras doenças pneumocócicas está a Prevenar 13, da Pfizer, que se destaca por ser o único imunizante que oferece proteção contra os 13 sorotipos de pneumococo mais prevalentes em todo o mundo: 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F.

Aprovada em mais de 120 países, a vacina é indicada para pessoas de todas as faixas etárias, sendo especialmente recomendada para crianças a partir de 2 meses, maiores de 50 anos e pessoas com doenças crônicas. Outras formas de prevenção contra a doença são lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, praticar atividade física, não fumar, não beber em excesso e manter uma alimentação balanceada.

Cuidados com o ar-condicionado

Nos dias mais quentes, a preocupação deve se voltar ao uso de aparelhos de ar-condicionado, que baixam a umidade do ar. Merecem atenção especial as pessoas com fragilidades imunológicas, como crianças, idosos, tabagistas e doentes crônicos, entre eles asmáticos, hipertensos, cardíacos, diabéticos e pacientes com câncer.

“Ressecada, a mucosa pode alterar os batimentos dos cílios do nariz e dos brônquios nos pulmões, o que dificulta a eliminação das impurezas do ar e favorece a penetração dos germes no pulmão”, explica a pneumologista Mara Rúbia Fernandes Figueiredo, presidente da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia e membro do Conselho Científico da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia (SBPT).

Aparelhos de ar-condicionado podem disseminar pelo ambiente os vírus e bactérias que uma pessoa doente esteja eliminando durante a respiração neste ambiente, funcionando como um vetor de transmissão de germes. Além disso, o uso de ventiladores também requer cuidados. Mais do que retirar a sujeira acumulada sobre as pás do eletrodoméstico, é preciso manter o ambiente limpo, para que a poeira acumulada sobre o chão e os móveis não se espalhe.

“Para um bom funcionamento e redução de risco à saúde respiratória todo aparelho de ar-condicionado necessita passar por limpezas mensais em seus filtros. Além disso, as pessoas que frequentam esses ambientes refrigerados devem tomar cuidado redobrado com a hidratação “, ressalta a médica.

O otorrinolaringologista Marco Antônio Ferraz de Barros Baptista, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), preparou algumas dicas para evitar que o ar condicionado se transforme em inimigo da saúde nesta época do ano. Confira:

1 – Mantenha a temperatura ideal

Para evitar choque térmico, o ideal é manter uma diferença de até 8°C entre a temperatura do ambiente externo e do local onde o ar condicionado está ligado. “Porém, sabemos que em muitas regiões do país a temperatura ultrapassa os 35°C, dessa forma, é pouco provável que as pessoas aceitem manter o equipamento funcionando em 27°C. Assim, uma alternativa é nunca ficar em frente à saída de ar do aparelho, pois o ar frio paralisa os mecanismos de defesa do nariz, pode gerar dilatação e congestão nasal, resultando em predisposição a inflamações, infecções e crises de rinite e rinossinusite”, alerta o otorrinolaringologista.

2 – Atenção ao prazo para manutenção

O ar condicionado deve passar por uma manutenção regular, efetuada por profissional especializado, seguindo o manual do fabricante. “Quando isso não ocorre, os micro-organismos e poluentes ficam circulando no ar, aumentando a ocorrência de doenças respiratórias. A exposição prolongada das pessoas a esses ambientes pode desencadear ou agravar alergias respiratórias, como rinite e asma, além de infecções, como pneumonia e pneumonite por hipersensibilidade”, destaca o médico.

3 – Baixa umidade do ar

O uso constante do ar condicionado causa ressecamento do ar no ambiente. Uma maneira de minimizar esse problema é utilizar recursos que ajudem a umidificar as vias respiratórias. “Aplique soro fisiológico isotônico a 0,9% ou gel nasal (soro fisiológico em gel) sempre que sentir necessidade, beba água de forma regular – um copo de hora em hora, no mínimo dois litros por dia -, e para aqueles que trabalham em locais onde há ar condicionado central e não é possível controlar a temperatura do ambiente, vale a pena ter um agasalho à mão para se proteger do frio e manter o corpo aquecido”, finaliza  Baptista.

4 – Ar condicionado do automóvel

Os veículos também requerem cuidados especiais, principalmente nas grandes cidades, já que, devido ao volume intenso de trânsito, a maioria das pessoas fica muitas horas dentro dos carros, ou seja, mais expostas aos riscos. “O filtro do ar condicionado do automóvel também precisa ser limpo regularmente, pois, com o uso, as impurezas captadas no ambiente externo saturam o filtro e contaminam o ambiente”, explica o especialista.

O membro da ABORL-CCF ressalta mais um detalhe que aumenta a necessidade de precaução em relação ao ar em veículos. “O gás expelido pelo motor pode contaminar o ambiente interno do automóvel – fora isso, quanto maior for o número de pessoas dentro do carro, maior será a saturação da qualidade do ar. É recomendado, além da manutenção e regulagem adequada do sistema, abrir as janelas por alguns momentos, alternando o modo de ventilação periodicamente”, afirma.

Fontes: Sterilair, Pfizer, World Health Organization e Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), com redação

 

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