Pessoas de pele clara, ruivas e loiros ou sensíveis à ação do sol, como os que nasceram com albinismo, têm a maior propensão a ter o câncer de pele. Mas o que pouca gente sabe é que pessoas calvas e carecas também têm o risco aumentado de desenvolver a doença. Isso porque a falta de cabelo expõe o couro cabeludo aos raios solares.

Dermatologistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) alertam sobre o risco do desenvolvimento de câncer de pele no couro cabeludo. Estudos mostram que pessoas com cabelos ralos ou com calvície devem redobrar a proteção da pele, pois o topo da cabeça, junto com o rosto, são os principais locais atingidos com mais agressividade pelo sol.

Mesmo sendo importante fazer o autoexame de pintas pelo corpo – um dos sinais do câncer de pele – , nem sempre as pessoas conseguem identificar algo estranho, por exemplo, nas costas e na cabeça. E nos últimos tempos foi possível notar um aumento na incidência de tumor de pele em homens calvos, como explica a médica dermatologista do HSPE, Bethânia Cavalli.

“A falta de cabelo expõe o couro cabeludo de forma direta aos raios solares e predispõe a uma tendência maior de câncer de pele. Os fios são uma proteção para a cabeça, assim como as roupas formam uma camada propícia ao nosso corpo para nos proteger e evitar que o sol acometa a nossa pele. Daí a necessidade de passar o protetor solar em todo o corpo, mas nos casos de calvície, na cabeça também”.

Para isso, a Dra Bethania reforça ainda a importância da visita anual ao médico. “As pessoas com maior risco da doença precisam seguir essa regra de visitar o médico todos os anos, mas de modo geral, todos deveriam ter essa rotina anual de consultas ao dermatologista. Isso porque o autoexame na pele é eficaz, mas há partes do corpo que nossos olhos não alcançam. E quanto antes fizer o diagnóstico, maiores são as chances curativas dos melanomas e menores serão as cicatrizes em casos de carcinoma.”, finaliza.

Queimadura de segundo grau na infância também é risco

As principais causas do câncer de pele são a exposição excessiva ao sol de forma recorrente sem proteção adequada de filtro solar, além de histórico familiar de parentes com câncer. Além delas, quem teve queimaduras na infância, especialmente de segundo grau, têm risco aumentado de desenvolver melanoma.

O câncer de pele pode aparecer de duas formas: melanoma e não-melanoma. Entre 2023 e 2025, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima cerca de 9 mil novos casos de câncer de pele melanoma, o tipo mais letal. Já o não melanoma deve chegar a cerca de 30 vezes mais casos do que o câncer de pele melanoma no mesmo período.

“O melanoma pode ser identificado como manchas e pintas, em qualquer parte do corpo e até em mucosas, que crescem, têm bordas irregulares e mais de uma tonalidade. Em peles escuras, é importante observar sinais nas palmas da mãos e nas plantas dos pés. O não-melanoma normalmente é reconhecido como feridas que não cicatrizam dentro de quatro semanas e até manchas que coçam, sangram e descamam”, esclarece a médica.

A prevenção e a detecção precoce são as formas mais efetivas de evitar e curar a doença. Segundo o Inca, nos últimos anos houve sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor com o advento da dermatoscopia e à introdução dos novos medicamentos imunoterápicos, que dão a chance de verificar a profundidade da mancha ou da pinta, além de identificar com mais precisão se o caso é maligno ou benigno.

Dezembro Laranja alerta para cuidados

Para o triênio 2023-2025 a estimativa é que sejam registrados quase nove mil casos de câncer de pele melanoma. O não melanoma deve chegar a cerca de 30 vezes mais casos do que o câncer de pele melanoma no período, mesmo já representando 30% de todos os tumores malignos registrados no país, de acordo com o Inca.

Neste mês é celebrado o Dezembro Laranja, que faz alusão à Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele. Em 2023, a iniciativa busca conscientizar a população sobre a doença de pele e a importância de buscar auxílio de um médico dermatologista para entender a combinação ideal de medidas de proteção, que podem incluir a utilização de bonés, chapéus, óculos escuro, roupas com proteção UV, evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h sempre preferindo locais com sombras.

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