O excesso de peso nas mochilas, que pode prejudicar a saúde postural de crianças e adolescentes. Estudos apontam que carregar mochilas com peso superior a 10% do peso corporal está associado ao desenvolvimento de problemas posturais e dores nas costas.  De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o excesso de peso nas mochilas escolares e o esforço repetitivo na infância e adolescência ocasionam 70% dos problemas de coluna na fase adulta.

Além disso, pode agravar condições como a escoliose, uma deformidade que afeta a curvatura da coluna vertebral. Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e diretor clínico do ITC Vertebral, explica que a escoliose é uma condição que pode ser detectada precocemente, o que ajuda a evitar complicações no futuro.

O corpo faz ajustes automáticos para lidar com o peso carregado nos ombros, a postura e a maneira como nos sentamos. Nenhum desses fatores, isoladamente, causa a escoliose, mas todos podem contribuir para o seu aparecimento ao longo do tempo”, esclarece Bernardo Sampaio.

Ainda de acordo com o especialista, a escoliose exige um tratamento que envolve diversas abordagens, e os fisioterapeutas têm um papel importante na correção da postura e no fortalecimento dos músculos responsáveis pela estabilização da coluna.

Como identificar os primeiros sinais de escoliose

“É importante que os pais fiquem atentos a sinais como ombros ou quadris assimétricos, uma das escápulas mais proeminentes ou inclinação do tronco para um dos lados. Além disso, dor nas costas ou desconforto após carregar mochilas pesadas também são indicativos de problemas posturais. Caso algum desses sinais seja identificado, é fundamental procurar um profissional de saúde para uma avaliação e diagnóstico adequados”, alerta.

É ideal buscar orientação profissional para elaborar um programa de exercícios que atenda às necessidades da criança. Pequenos cuidados diários, como manter uma boa postura, praticar atividades físicas regularmente e garantir um ambiente ergonômico, são fundamentais para prevenir a progressão da escoliose“, complementa Bernardo Sampaio.

Além do peso da mochila, há outros fatores relacionados ao sedentarismo infantil que agravam essa situação. Embora o peso da mochila seja uma preocupação, existem outros aspectos que merecem atenção e que podem prejudicar a coluna.

Hoje, muitas crianças e adolescentes não praticam atividades físicas, o que é um fator grave. Incentivar a prática de exercícios ajuda a prevenir o sedentarismo e a melhorar a saúde física, mas também é essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e motor, além de contribuir para a autoestima e socialização”, explica o especialista.

Dicas sobre a mochila ideal

A seguir, o fisioterapeuta dá algumas dicas sobre a “mochila ideal” para não prejudicar a coluna das crianças nem agravar problemas já existentes:

  • A mochila de tiras deve ser leve e não ultrapassar 500g;
  • A mochila com rodinhas é a melhor opção para estudantes que carregam muito peso;
  • Os forros dos materiais devem ser acolchoados para evitar acidentes com objetos pontiagudos;
  • Modelos de duas tiras são ideais para distribuir melhor o peso, e as tiras devem ser largas, pois as estreitas podem causar compressão nos ombros;
  • O ideal é usar apenas o material necessário para aquele dia.

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Escoliose: descubra os tipos e causas dessa doença que afeta a coluna

Conhecida popularmente como “coluna em S”, doença causa desvio de postura e dores excruciantes

A escoliose é uma doença que afeta a coluna vertebral alterando o seu alinhamento natural. A patologia provoca um desvio para o lado direito ou esquerdo do corpo e pode vir acompanhada de maior ou menor grau de rotação tridimensional da coluna vertebral.

A pessoa afetada pela doença convive com o desnivelamento do tronco, mais perceptível nos ombros e cintura. Em casos de rotação da coluna, essa deformidade também é notada na irregularidade da caixa torácica. Segundo dados da OMS, a escoliose afeta entre 2% a 4% da população mundial.

No mês de junho, a ortopedia utiliza a cor verde para unir esforços em prol da conscientização sobre a Escoliose. A pessoa afetada pela doença convive com o desnivelamento do tronco, mais perceptível nos ombros e cintura. Em casos de rotação da coluna, essa deformidade também é notada na irregularidade da caixa torácica.

André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, diz que a escoliose é avaliada em graus, sendo que nos estágios iniciais ela é quase imperceptível. “A partir de 40, 45 graus de inclinação, indicamos o tratamento cirúrgico, para corrigir o alinhamento postural e evitar danos a outros órgãos do corpo, como coração e pulmões que, nesta etapa, são comprimidos”, diz.

Saiba mais sobre a doença

escoliose pode ser dividida em diferentes tipos. A partir do diagnóstico precoce, a ser realizado de forma simples por um especialista, medidas podem ser adotadas para evitar o agravamento do problema. Conheça os diferentes tipos e características a seguir:

  • IdiopáticaEscoliose Idiopática do Adolescente (EIA) é caracterizada pelo desvio progressivo da coluna (conhecida popularmente como coluna em “S”).
  • Congênita: malformação vertebral de múltiplos tipos, presentes ao nascimento, com progressão da deformidade e associadas a doenças neuromusculares;
  • Degenerativa: afeta adultos e é caracterizada por uma degeneração que progressivamente acomete os segmentos da coluna de forma desigual. Pode deixar a pessoa com um grave desvio da coluna no plano coronal (visto de frente) com o tronco totalmente descompensado e caído para um lado. Neste cenário, a patologia pode causar dores torturantes na coluna lombar e torácica;
  • Neuromuscular: apresenta progressão da curva deformante e tendem a ter indicação cirúrgica, pois no caso dessas patologias, é o desequilíbrio muscular que desenvolve a deformidade; ou seja, o desequilíbrio traciona um lado diferente do outro, causando, na grande maioria das vezes, uma deformidade progressiva que não vai parar ou diminuir com o término do crescimento, tendendo a progredir a deformidade de maneira contínua e irrestrita;
  • Escoliose pós-traumática: pode surgir após um trauma grave ou fratura na região da coluna vertebral. Seu aparecimento é mais comum após acidentes envolvendo carros ou motos.

 

Esta é uma doença progressiva que afeta mais de seis milhões de brasileiros. É muito importante seu diagnóstico precoce que é feito de modo simples e pode minimizar a sua evolução. Por fim, o Dr. André Evaristo, afirma que ela pode ser diagnosticada precocemente permitindo o tratamento adequado.

Diante de qualquer discrepância, o paciente deve ser encaminhado ao especialista em coluna para acompanhamento e uso de coletes ortopédicos, se necessário. Este simples gesto pode evitar a sua evolução, que afeta jovens e pessoas de mais idade. Seu diagnóstico causa dores, prejudica a autoestima, além de alterar o desempenho do indivíduo em vários aspectos biomecânicos e de qualidade de vida”, finaliza o cirurgião de coluna.

Com Assessorias

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