Desde o recente e triste episódio do ataque a uma creche de Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas e cinco feridas no último dia 5, o clima é de pânico entre pais, alunos e toda a comunidade escolar no país. Ameaças publicadas em redes sociais sobre possíveis novos ataques a escolas em diferentes partes do país têm levado as instituições a adotar medidas para aumentar a segurança dos alunos e também de professores e demais funcionários.

Em um colégio na Tijuca, Zona Norte do Rio, a direção mandou instalar concertinas – uma peça em aço galvanizado semelhante a arame farpado – para evitar possíveis ataques. Na manhã desta terça-feira (11), a direção da escola mandou uma mensagem aos responsáveis, para tranquilizá-los, informando que “instalou concertinas em toda a extensão dos muros e portões de entrada e orientou a equipe de funcionários com relação a condutas preventivas”.

“Estamos vivendo um momento de alerta à segurança escolar que tem deixado as famílias preocupadas. Exercendo o pilar Afetividade, o colégio vem aqui para tranquilizar e informar que estamos em constante contato com grupos de empresários e representantes da segurança pública da região da Tijuca. Nesses grupos temos canal aberto com o representante máximo da segurança pública da região e todos estão empenhados no reforço e suporte às escolas”.

Ainda de acordo com a direção, em visita e patrulha à escola, a equipe do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) deixou um número de celular para que a direção entre em contato em caso de necessidade. Apesar dos cuidados, muitos estudantes estão temerosos.

Uma aluna do Ensino Médio, de 17 anos, contou que vários colegas já combinaram de não ir à aula no dia 20, quando, segundo as mensagens que circulam na internet, haveria uma série de ataques em massa a escolas, lembrando os 24 anos do massacre de Colombine (EUA).

Alunos saem escoltados por segurança

Ainda na Zona Norte do Rio, o clima é de tensão e desconfiança em muitas escolas, como relatou nesta segunda-feira (11) o jornalista Thiago Fidélis, pai de dois filhos, um de 14 e outro de 17 anos. “A escola do meu mais velho fica dentro do Norteshopping. Hoje eles saíram em fila, turma por turma, acompanhados de seguranças”.

Na escola do mais novo, no bairro Cachambi, houve uma ameaça depois do episódio de Santa Catarina. “Lógico, ficou todo mundo de cabelo em pé. A ponto de a escola falar nos grupos que era um boato, mas que, por via das dúvidas, chamaria a ronda escolar”, disse o jornalista.

“Nas ameaças ocorridas no fim de semana, a escola onde estuda seu filho mais novo tomou as seguintes providências: não fazer atendimento externo; cobrar que o transporte escolar chegue na hora certa pra não deixar os alunos esperando, quem fosse pra casa sozinho (o caso do meu), que fosse imediatamente após o fim da aula”, comentou.

A escola também mandou um aviso aos responsáveis, na tentativa de manter a calma. “Todos os diretores de todas as escolas já estão sabendo das mensagens que circulam na Internet e a polícia foi informada. A escola funcionará normalmente com algumas restrições e medidas importantes para garantir a segurança de todos”, comunicou.

O conjunto de sete medidas inclui uso obrigatório de uniforme, entrada de responsáveis somente para emergência e orientações para que alunos não se atrasem para entrar e responsáveis não demorem para buscá-los. Outra orientação é para que alunos que saem sozinhos não fiquem na escola. Apesar do clima de tensão, os filhos de Thiago foram para a escola normalmente. “Com medo, mas foram”, contou o pai.

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