Em meio à onda de fake news da campanha eleitoral, muita gente já parece ter se esquecido da pandemia do novo coronavírus, que ceifou a vida de quase 700 mil brasileiros. Mas quem sofreu a dor de perder entes queridos, amigos e colegas próximos não esquece a pior crise sanitária do século e o longo período do isolamento social até hoje deixa estragos na saúde mental, principalmente de quem já tinha propensão. Há também os que fizeram questão de registrar os momentos de confinamento para a História. 

Entre eles está o professor e escritor Luiz Otávio Oliani, que decidiu aproveitar da melhor forma o tempo de confinamento se dedicando a escrever “Pandemônio: Diário da quarentena de um sobrevivente à Covid-19”,  para falar de um tema tão relevante e que marcou a vida de todos com perdas, mas que também trouxe aprendizados. Para o autor, o período foi fértil para a criação de modo geral, seja nas artes, literatura e até trabalhos manuais. Quanta gente aprendeu coisas novas na pandemia, um ponto positivo de todo o caos que vivemos! 

Oliani e o médico e escritor João Andrade Sales Júnior,que assinou a orelha do livro (Foto: Divulgação)

De março de 2020 ao início deste ano, Oliani produziu contos que relatam a mudança ocasionada pelo coronavírus na vida das pessoas de todas as idades e origens durante o período prolongado de isolamento. A sobrevivência em tempos tão sombrios trouxe inspiração para o autor relatar com seu olhar atento a dor do isolamento social, de forma leve e até cômica em alguns momentos, mas sem perder o tom crítico pela gravidade da situação. 

“Somos sobreviventes diante de todo o caos e a desordem da pandemia. Apesar do tema árido, os contos trazem situações inusitadas e um olhar otimista diante de tudo o que vivenciamos nestes dois anos”, explica o autor, que lançou seu quarto livro de contos em setembro.

Um dos contos mais emblemáticos do novo livro em relação à dor da perda de pessoas queridas ao longo deste período turbulento reserva uma homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, vítima da Covid-19 em 2021. Em “Cortina fechada” (página 67), o autor lembra a falta que faz a Dona Hermínia, personagem interpretada pelo ator no cinema, pois “as cortinas se fecharam antes que novo roteiro fosse escrito”.

Nas 86 páginas do livro, Oliani retrata o mar de incertezas com a chegada do coronavírus, assim como a esperança das pessoas para superar período tão conturbado e paradoxal para todos, especialmente para os médicos e profissionais que trabalharam na linha de frente no combate à doença. 

O autor dedica “Pandemônio..” a todos estes incansáveis profissionais de saúde e aos cientistas, epidemiologistas, virologistas e bacteriologistas. Afinal, sem a ciência a batalha contra o vírus não seria vencida.

O poeta, tradutor, ensaísta e crítico literário Alexei Bueno no lançamento do livro de Luiz Otávio Oliani (Foto: Divulgação)

Agenda Positiva

Para reforçar a homenagem a esses verdadeiros heróis durante o auge da pandemia, convidou o médico João Andrade Sales Júnior, para conversarem sobre ‘Literatura e Pandemia’ durante uma live sobre o tema na próxima quarta-feira, 19, em alusão ao Dia do Médico (18 de outubro). Mestre em Ciências Médicas, doutor em Bioética e Ética Aplicada e e professor de Bioética, João Andrade escreveu a orelha do livro de Oliani.

Sobre o autor

Luiz Otávio Oliani cursou Letras na UFRJ. É professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Redação. Publicou 18 livros, entre eles dez de poemas, três peças de teatro, um livro infantil e quatro livros de contos: “A vida sem disfarces”, Prêmio Nelson Rodrigues, UBE/RJ, Personal, 2019; “Ingênuos, Pueris e Tolinhos”, Personal, 2021; “Um encontro inusitado: concordâncias e divergências”, em parceria com Eliana Calixto, Penalux, 2021, e “Pandemônio: Diário da Quarentena de um Sobrevivente à Covid-19”, Ventura, 2022. Tem textos traduzidos para inglês, francês, italiano, alemão, espanhol, holandês, romeno e chinês. Em 2022, foi citado como poeta contemporâneo no livro “História da literatura brasileira: Da carta de Caminha aos contemporâneos”, Carlos Nejar, 4ª edição, revista e ampliada, São Paulo, Noeses, 2022.

Sobre o ilustrador da capa

Tchello d’Barros é artista visual e designer gráfico. Catarinense radicado no Rio de Janeiro, tem criado ilustrações para diversas editoras, além de capas para livros de prosa e poesia. Suas obras visuais foram exibidas em mais de 200 exposições em cerca de 20 países e, paralelamente, coordena a itinerância de seu projeto multimídia de Poesia Visual “Convergências”.

Serviço:

Livro “Pandemônio: Diário da Quarentena de um Sobrevivente à Covid-19”

Autor: Luiz Otávio Oliani

Editora: Ventura

Páginas: 86

Preço: R$ 40,00

Onde encontrar: oliani528@uol.com.br

 

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