Padre Fábio de Melo, que já declarou sofrer de síndrome do pânico, usou o seu perfil no Instagram na quinta-feira (14) para falar do atentado na escola Raul Brasil. Segundo ele, a tragédia não anunciada mostrou a nossa vulnerabilidade social.

“A tragédia de Suzano não só nos entristece. Ela expõe a nossa vulnerabilidade social. Foi o tempo em que só temíamos os bandidos. Hoje, uma dor emocional não curada pode levar um adolescente a se tornar um assassino”, escreveu.

Fábio continuou: “A violência é o desdobramento de carências afetivas, da necessidade de ser visto e notado, ainda que da pior maneira. Os distúrbios emocionais nem sempre são percebidos e considerados pelos que formam a nossa ambiência afetiva. Não é incomum encontrar adolescentes reféns de seus traumas e completamente desamparados. Colocar um filho no mundo requer disposição de lidar com ele. Só a proximidade nos faz perceber as necessidades e conflitos do outro”.

Ele declarou ainda que não se trata de sangue ou parentesco que vinculam as pessoas, mas o amor. “É justamente na construção da intimidade que erramos. Laços familiares se limitam a ser parentesco, o que não quer dizer absolutamente nada. O que nos vincula não é a obrigação, mas o amor. O desamparo emocional alimenta uma desolação silenciosa. A partir dela a pessoa passa a nutrir ódio pelos que estão felizes”, finalizou.

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