A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 240 milhões de pessoas sejam diabéticas em todo o mundo (uma em cada 11 pessoas), o equivalente a 6% da população e as projeções internacionais apontam um aumento em mais de 50% até 2025, atingindo 380 milhões de pessoas. Ou 425 milhões de pessoas sofrem da doença, de acordo com o International Diabetes Federation (IDF).

O Brasil registra desde 2008 o preocupante índice de 61,8% no crescimento nos casos de diabetes, que atinge mais de 16 milhões de brasileiros – ou seja, 7% da população total. Já é a quarta nação com o maior número de casos no mundo – apenas atrás de China (114 milhões), Índia (73 milhões) e Estados Unidos (30 milhões), segundo dados do IDF.

E mais: estudos da Universidade de Stanford apontam que 73% das mortes ocorridas nos centros urbanos mundiais têm como causa o estilo de vida pouco saudável empreendido pela população, o que abre as portas para diversas doenças. Seguir as indicações do médico de forma regular é fundamental, proporcionando saúde e qualidade de vida para o paciente.

Embora não exista cura, há diversas formas de prevenir: desenvolvendo um estilo de vida saudável, se alimentando de forma correta, minimizando o uso de farináceos e açúcares, diminuindo o uso de bebidas alcoólicas e praticando atividade física regularmente”, recomenda Gilberto Ururahy, diretor médico da Med Rio, especializada em check up e medicina preventiva.

Dia 27 de junho é o Dia Internacional do Diabético. Uma data oficial incluída no calendário do Ministério da Saúde criada com o objetivo de promover a conscientização da sociedade sobre a doença e as formas de tratamento. A doença crônica está na lista das que a entidade classificou entre as 10 grandes ameaças à saúde em 2019.

Estilo de vida saudável

A prevenção se dá com uma rotina de hábitos saudáveis, mas é preciso estar atento ao histórico familiar e os fatores de risco. Pesquisadores japoneses acompanharam mais de 27 mil adultos não diabéticos com idade média 49 anos entre 2005 e 2016 e descobriram que o aumento da glicose em jejum, maior índice de massa corporal (IMC) e sensibilidade à insulina foram detectados até dez anos antes do diagnóstico de diabetes bem como pré-diabetes. O estudo revelou que a maioria das pessoas com diabetes tipo 2 passa pelo estágio de pré-diabetes, mas os achados sugerem que os marcadores metabólicos elevados para o diabetes são detectáveis ​​antes de seu diagnóstico.

“Na prática, este estudo nos mostra que a intervenção deve ser realizada antes do estágio pré-diabetes para evitar sua progressão. Esta jornada deve ter um acompanhamento médico a longo prazo com foco em exames periódicos associados a um estilo de vida saudável. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais rápido o controle, especialmente porque o pré-diabetes apresenta chances de reversão, ao contrário do diabetes, que é uma doença crônica e com poucas possibilidades de cura”, explica a endocrinologista Thaís Castanheira, do Hospital Santa Paula.

Mudança nos hábitos de vida

Quando alguém é diagnosticado com a doença, tem de reformular uma série de hábitos e passar a ter cuidados que antes não eram necessários. É um choque, um baque. Mas, faz parte do tratamento”, ressalta a médica Paula França Müller.

Para conscientizar a população, ela listou alguns cuidados que se devem ter quando a diabetes aparece. Veja:

Cuidados com os pés: muitos diabéticos podem perder a sensibilidade de membros inferiores, como dedos e pés. Dessa forma, feridas, rachaduras e calos podem ser alvo de fungos e bactérias sem que a pessoa perceba. Os machucados, então, podem infeccionar, principalmente porque quem tem diabetes tem problemas com cicatrização.

Saúde bucal: nunca a recomendação de escovar os dentes após cada refeição foi tão importante. É que os diabéticos são mais sensíveis e sujeitos à periodontite, que ataca gengivas, dentes e suportes dentários, justamente porque a alta concentração de açúcar no sangue ajuda a desenvolver bactérias. O resultado pode ser uma baita infecção.

Visão: é grande o risco de quem tem diabetes perder a visão porque o excesso de açúcar no sangue propicia aos vasos sanguíneos absorver mais líquido e inchar a retina, prejudicando-a. O que pode ocorrer? Retinopatia diabética ou edema macular diabético. O sinal é a visão borrada. Por isso, é importante consultar o oftalmologista com regularidade.

Exercícios físicos e dieta balanceada: todo mundo sabe que exercitar-se é a principal forma de prevenir muitas complicações causadas pela diabetes, porque o exercício estimula a produção de insulina e queima a gordura corporal. Isso quer dizer que alguns tipos de diabetes podem até ser amenizados com alguns tipos de diabetes. E provocar tantos outros benefícios. Junto do exercício é preciso vir acompanhada uma boa dieta, com moderação no consumo dos alimentos.

Cigarro e álcool: fumar multiplica por cinco riscos de infarto em diabéticos, eleva o acúmulo de gordura nas artérias bloqueando a circulação, aumenta a pressão arterial e outras complicações. Já o álcool eleva o nível de glicemia, mas, também pode causar um efeito contrário, que é a hipoglicemia (diminuir o nível de glicose), pois o corpo vai se ocupar em processar o álcool.

sAIBA MAIS

O que é o diabetes?

O Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica em que o corpo não produz a insulina, um hormônio que controla a quantidade de glicose (açúcar) no sangue, ou não consegue exercer sua função da maneira correta, causa o aumento da glicose no organismo, chamada de hiperglicemia. A insulina é um hormônio produzido pelas células beta-pancreáticas que tem como grande função o controle do transporte de glicose do sangue para o interior das células. “Assim, se não produzimos insulina em quantidade apropriada, acumulamos glicose no sangue e desenvolvemos o diabetes mellitus”, explica Lara Bessa, endocrinologista do Grupo Fleury, que reúne laboratórios das redes Felippe Mattoso e Labs a+ no Rio de Janeiro.

Quais são os fatores de risco?

Cada tipo de diabetes conta com uma série de fatores de risco. Do tipo 1, o principal é a influência genética. Ter um parente próximo com a doença aumenta consideravelmente as chances de desenvolvimento da doença. O tipo 2 requer uma maior atenção, especialmente, com relação aos exames periódicos. “Fique sempre atento com relação aos índices de glicose, colesterol, sobrepeso, além de outras doenças, como renal crônica, depressão, transtorno bipolar ou a síndrome dos ovários policísticos”, afirma a nefrologista Zaida Jimenez, médica do Porto Seguro Saúde Ocupacional.

O que fazer ou como controlar?

O principal é controlar os níveis de glicose. De início, pode haver alguma dificuldade para realizar esse gerenciamento e medição, o que é absolutamente normal. A dica é não se cobrar demais, pois em breve o gerenciamento se tornará algo natural na sua vida. Lembrando, claro, que a glicemia normal em jejum não deverá ultrapassar os 100 mg/dL e 140 mg/dL duas horas após a refeição.

Como a alimentação e uma vida saudável podem ajudar no controle ao diabetes?

Uma alimentação saudável e a prática de exercícios regulares ajudam a qualquer pessoa, tendo ou não o diabetes. Regular os doces e alimentos gordurosos ajuda a manter o peso saudável e índices controlados de glicose e colesterol, o que auxilia muito no controle da doença. Já os exercícios físicos ajudam a diminuir a glicemia, além de evitar as doenças cardiovasculares e até degenerativas, como o Mal de Alzheimer.

Que outros tipos de complicações o diabetes pode causar?

Pacientes com o tipo 2 do diabetes devem fazer acompanhamento com um oftalmologista após cinco anos do descobrimento da doença. Para quem tem o tipo 1, a consulta deve ser logo que o diagnóstico for feito, pois a saúde dos olhos pode ficar comprometida. Além disso, a má circulação pode lesar o coração, o cérebro, os membros inferiores, os rins, os nervos e também a pele, além de retardar a cura de lesões. Por isso, os pacientes com diabetes apresentam muitas complicações graves em longo prazo, como infartos e AVC, por exemplo.

Agora que você já está por dentro dos detalhes acerca do diabetes, é fácil. Procure seu médico e faça os exames necessários para saber como está a sua saúde. O Porto Seguro Saúde apoia a medicina preventiva e ressalta a importância do cuidado com a saúde de seus segurados e da população brasileira.

TIPOS DE DIABETES

Atualmente, de acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA), a doença pode ser classificada em quatro tipos. De acordo com a Dra. Lara, o mais comum é o diabetes tipo 2, que normalmente é assintomático e por isso muitos pacientes acabam convivendo com a doença por anos antes de serem diagnosticados.

Os sintomas ocorrem quando a hiperglicemia atinge níveis muito elevados (usualmente acima de 250 mg/dl), podendo causar aumento da sede, do volume de urina, da fome, perda de peso e mal-estar”, ressalta.

Diabetes tipo 1: ocorre lesão autoimune de células pancreáticas produtoras de insulina, com queda em sua produção. Mais comum em jovens e crianças, ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente, pois as células sofrem uma destruição autoimune. É uma doença crônica não transmissível que aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também.

Ela acomete entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Entre os principais sintomas estão vontade frequente de urinar, fome excessiva, sede excessiva, emagrecimento além do normal, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, náusea e vômito. Pessoas com diabetes tipo 1 devem administrar insulina diariamente para regular a quantidade de glicose no sangue.

Já o diabetes tipo 2 é a mais comum, relacionada principalmente com resistência insulínica, ocorre em 90% dos casos e identifica-se quando a pessoa desenvolve resistência à insulina. Assim, no início da doença, o pâncreas produz insulina, mas não na quantidade adequada, sendo necessário um aumento de produção a fim de manter o controle de glicose.

A doença está diretamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados. Ele ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos acima de 40 anos, mas crianças também podem apresentar.

Os principais sintomas são fome excessiva, sede excessiva, frequentes Infecções na bexiga, rins e pele, feridas que demoram para cicatrizar, alteração visual e formigamento nos pés e mãos. O tratamento é feito com o uso de medicamentos e/ou insulina associado a reeducação alimentar e atividade física regular.

No Diabetes gestacional ocorre o aumento de glicemia entre grávidas que geralmente tenham um histórico familiar da doença e provoca a resistência à insulina, aumentando o risco de desenvolvimento do tipo 2 ao fim da gestação. Durante a gravidez, a placenta produz hormônios que dificultam a ação da insulina, assim o pâncreas da mãe tem que produzir uma quantidade maior de insulina para conseguir um controle adequado da glicose. Entretanto, algumas grávidas não conseguem aumentar a produção o bastante e ocorre hiperglicemia.

Outros tipos específicos de DM: diabetes monogênico (neste grupo, o desenvolvimento de DM está relacionado com uma  alteração de um gene e, em cada subtipo, genes diferentes são afetados); diabetes relacionada a medicamentos; diabetes por doença do pâncreas exócrino (fibrose cística, pancreatite).

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do diabetes é feito com exames laboratoriais como glicemia de jejum e hemoglobina glicada. Uma vez diagnosticado, o monitoramento do diabetes é realizado com uma gota de sangue retirada de um dos dedos da mão para averiguação dos níveis  de glicemia. O resultado sai em segundos.Para realizar o diagnóstico, o paciente deve apresentar dois exames alterados, com exceção de pacientes com sintomas de hiperglicemia e com glicemia aleatória > ou = 200mg/dl.

De acordo com a endocrinologista Jellin Chuang Zambon, gerente médica da Roche Diabetes, é importante estar atento aos sinais do corpo. “No pré-diabetes, as pessoas costumam apresentar quadros de obesidade, hipertensão e alteração nos lipídios. Os níveis de glicose estão mais altos que o normal, mas ainda dá tempo de reverter”, explica.

A endocrinologista recomenda uma avaliação médica a cada três meses para acompanhamento. No entanto, o Ministério da Saúde aponta que 50% dos pacientes com pré-diabetes desenvolvem a doença por não seguir as orientações médicas. Neste caso, o monitoramento passa a ser frequente, às vezes várias vezes ao dia, para evitar complicações graves como infarto e AVC.

Segundo a endocrinologista, a base do tratamento do DM tipo 2 é a mudança de estilo de vida. “O paciente deve ser orientado a ter uma alimentação equilibrada, com baixo consumo de ultra processados, praticar exercícios físicos regularmente (pelo menos 150 min/semana de exercício moderado) e perder peso, caso necessário”.

Adicionalmente, também deve-se instituir tratamento medicamentoso com utilização de remédios por via oral ou subcutâneos. “Existem várias possibilidades de medicamentos e a decisão da terapêutica deve ser individualizada”, destaca a especialista.

O QUE FAZER PARA PREVENIR

Confira as principais recomendações médicas para prevenção do diabetes:

– Coma diariamente frutas, verduras, legumes;

– Reduza o consumo de sal, açúcar e gorduras;

– Abandone hábitos como tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas;

– Pratique exercícios físicos regularmente;

– Fique de olho no peso;

– Realize exames periódicos com um médico que acompanhe toda a sua jornada.

AÇÃO EM FARMÁCIAS DO RIO

O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas devem ser prioridades nas políticas de enfrentamento a essa epidemia global. O Ministério da Saúde informa que mantém o Guia Alimentar para a População Brasileira, reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, e o Programa Academia da Saúde, com aproximadamente 4 mil polos habilitados e 2.012 com obras concluídas.

Em comemoração ao Dia Internacional do Diabético, a Drogaria Venancio vai disponibilizar, gratuitamente, medição de glicose para os clientes que visitarem as lojas participantes das 9h às 17h nesta quinta-feira. Diversas lojas da rede oferecerão o serviço nos bairros Botafogo, Centro, Copacabana, Freguesia, Méier, Recreio, Tijuca e Vila Isabel, além de Icaraí, em Niterói

Com Assessorias
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