Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, anunciou neste sábado (3), após reunião com a OMS (Organização Mundial da Saúde), que vai recorrer às Forças Armadas para ampliar a vacinação contra a Covid-19 no Brasil, Mais uma vez ele se colocou contra medidas restritivas mais radicais para conter o avanço da pandemia.
Evitar lockdown é a ordem, mas temos que fazer o dever de casa. Mas o dever de casa é de toda a população. Por mais que nós falemos todos os dias sobre isso, não vemos a população tendo adesão às medidas”, afirmou, em entrevista coletiva.
Segundo Queiroga, as Forças Armadas vão ajudar na logística de distribuição e com o corpo técnico da Saúde, para ajudar estados e municípios. Nossa capacidade é restrita. Temos que evitar medidas extremas e garantir que pessoas continuem trabalhando, deixando situações extremas para outro caso”. Em março, o país registrou o maior número de mortes, 66.868.
Em meio ao pior momento da pandemia no Brasil, Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento social tomadas por estados e municípios nessa sexta-feira (2). Disse que criou medidas protetivas, quando os governadores mandaram a população ficar em casa no início da pandemia. “Milhões (de reais) foram dispensados (pelo governo federal), mas parece que alguns deles não aplicaram recursos na saúde”, disse, mais uma vez alfinetando os governadores.
1 milhão de doses de vacina por dia
O ministro Marcelo Queiroga disse também que quer imunizar 1 milhão de pessoas por dia, assegurar mais vacinas nos próximos três meses e acelerar o programa de vacinação. O ministro disse que trabalha com OMS e OPAS, com kits, apoio e análise técnica das autoridades sanitárias brasileiras e da OMS. Até este domingo, 19.067.36 pessoas haviam recebido alguma dose das vacinas disponíveis (Oxford e Coronavac) e 24.,525.163 doses já foram aplicadas.
Ele também anunciou que será verificada a possibilidade de adequação de fábricas que produzem vacinas para animais para que possam ser readaptadas para produzir para humanos. “Como líder da América Latina, em futuro próximo, com base em análises técnicas, o país pode oferecer vacins para outros países da AL e para o mundo”, comentou.
Questionado se Bolsonaro iria se vacinar neste sábado, o ministro se limitou a dizer que se trata de uma questão pessoal: “Ele não me falou se iria se vacinar”. O presidente está com 66 anos e faz parte do grupo que poderá se vacinar a partir deste sábado no Distrito Federal. “Quando o último brasileiro for vacinado, eu vou decidir se me vacino ou não”, disse ele no dia 1º de abril, Dia da Mentira.