O diabetes mellitus é considerado uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil é o quinto país em incidência da doença no mundo, com 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos), ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão, países bem mais populosos, segundo dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). A Pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, estima que 10% da população do Estado do Rio de Janeiro tenham a doença.

Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que só no município do Rio de Janeiro, até maio de 2023, mais de 230 mil pessoas foram cadastradas com diagnóstico de diabetes mellitus (DM) nas unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde). Ao todo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a doença crônica afeta aproximadamente 472 mil pessoas no Rio, o equivalente a 7% da população da capital.

Mais da metade dos diabetes – 56% (275 mil pessoas) realizam acompanhamento nas clínicas da família e centros municipais de saúde, e 82 mil são insulinodependentes – ou seja, necessitam de aplicação de insulina para manter estáveis os níveis de glicose. O diagnóstico precoce e o tratamento contínuo são os pilares das ações de conscientização desenvolvidas pela SMS.

As unidades da Atenção Primária disponibilizam todos os recursos necessários para o diagnóstico e o tratamento do quadro, como exames de rastreio, canetas de insulina, lancetas e tiras e aparelhos para aferição da glicemia. Para encontrar a unidade de saúde de referência e confirmar seu horário de funcionamento, basta consultar o site da SMS, na aba “Onde ser atendido”, disponível neste link.

Referência em diabetes no Estado do Rio

Os pacientes também podem recorrer ao Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), unidade de referência no atendimento ao diabetes no Estado do Rio de Janeiro. Nos últimos dois anos (2022/2023), o Iede realizou cerca de 24 mil consultas, sendo 60% para diabetes tipo 2 e 40% para o tipo 1. São tratados também o diabetes gestacional e outros tipos mais raros.

O Instituto recebe pacientes de todo o estado, com consultas marcadas pela Central Estadual de Regulação (CER). A porta de entrada para solicitação de tratamento dos pacientes é a atenção primária, ou seja, postos de saúde e clínicas da família dos municípios.

A unidade conta com uma equipe multidisciplinar que inclui endocrinologistas, oftalmologistas, nefrologistas, ortopedistas, dermatologistas, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros e educadores físicos. A educação continuada também é parte integrante no tratamento do instituto, com incentivo ao autocuidado.

O Iede também realiza exames de hemoglobina glicada, dosagem de hormônio para tireóide, perfil lipídico (colesterol e triglicerídeo), hepatograma (exame do fígado), albumina urinária (avalia a função do rim) e hemograma. O hospital possui ainda a Unidade do Pé Diabético (UPD), que realiza cerca de 450 atendimentos por mês, entre consultas individuais, orientação de exercícios e massoterapia.

Como identificar o tipo de diabetes

O diabetes tem dois tipos, e a diferença entre eles resulta da causa do surgimento do quadro. O tipo 1 é uma doença autoimune relacionada a uma anormalidade do sistema imunológico, enquanto o tipo 2 ocorre quando um forte componente genético se associa a fatores de estilo de vida, como dieta e atividade física.

O diabetes tipo 2 corresponde a cerca de 90% dos casos acompanhados nas clínicas da família e centros municipais de saúde, tendo forte relação com o sobrepeso e o sedentarismo e agravando-se com a idade. Podendo apresentar um longo período assintomático, o diabetes tem, via de regra, um avanço silencioso, provocando complicações em caso de diagnóstico tardio.

O diagnóstico do diabetes tipo 1 e tipo 2 são semelhantes, uma vez que ambos são feitos por meio de exames de sangue. Na presença de sinais ou sintomas da doença, como sede excessiva, vontade de urinar várias vezes à noite, perda de peso e perda de massa muscular, demora na cicatrização de feridas e visão embaçada, deve-se procurar o exame diagnóstico que avalia a quantidade de açúcar no sangue.

A superintendente de Atenção Primária do município do Rio de Janeiro (SUBPAV), Larissa Terrezo, frisa que os exames de rastreamento são fundamentais para a prevenção de complicações e a conquista de uma melhor qualidade de vida.

‘’O rastreamento deve ser feito em todos os indivíduos com 45 anos ou mais, mesmo sem fatores de risco, e para todos os indivíduos com sobrepeso/obesidade que tenham pelo menos uma condição de risco adicional. Se a investigação laboratorial for normal, sugere-se repetição do rastreamento em intervalos de três anos ou mais frequentemente, se indicado. Na presença de pré-diabetes, recomenda-se reavaliação anual’’, diz Larissa.

Agenda Positiva

Mutirão de prevenção ao diabetes no Centro do Rio

Para marcar o Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede) realiza um mutirão de prevenção à doença nesta terça-feira, 14 de novembro, das 8h às 12h. Referência no tratamento do diabetes no estado, o Iede atenderá a população em barracas montadas no pátio da unidade, localizada na Rua Moncorvo Filho, nº 90, no Centro do Rio.

O atendimento será feito com portas abertas, sem necessidade de agendamento prévio. Profissionais do Instituto farão dosagem de glicemia, avaliação de fundo de olho, teste do pé dibético, aplicação do cálculo do risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos dez anos, e exame de elastografia hepática (identifica doenças do fígado). Também serão oferecidas orientação nutricional, atividades de saúde bucal e educação em diabetes.

Com informações da SES e SMS

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