Uma nova onda de calor, a terceira deste ano, chega neste dia 11 de março e deve permanecer até dia 15 nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, deixando as temperaturas até cinco graus centígrados acima da média registrada nesta época do ano. As temperaturas elevadas tendem a levar as pessoas a buscar alternativas para aliviar o calor e impulsionar a procura por ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
Entre as buscas que mais cresceram no Google estão “ventilador com gelo caseiro” (+2.800%) e “ar condicionado caseiro com gelo” (+2.200%). As vendas de equipamentos de refrigeração dispararam nos últimos meses, em função das seguidas ondas de calor. Somente entre julho e novembro de 2023, a alta foi de 38% comparadas a 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Os números convergem com as condições climáticas dos últimos tempos, que impactam na escolha do consumidor. Análise da Nottus, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica, mostra que a decisão de compra de ar-condicionado é feita por impulso e o processo decisório do consumidor é construído pelo acúmulo de experiências de desconforto.
“Identificamos que a decisão de compra não é imediata. As pessoas ponderam durante os primeiros dias de calor e tomam essa decisão geralmente após a terceira noite maldormida”, diz Alexandre Nascimento, meteorologista e diretor da Nottus.
Ele lembra que o Brasil enfrentou um período histórico de calor há uma década, o que resultou em um aumento significativo nas vendas, elevação de preços e escassez de produtos nas prateleiras. As filas de espera atingiram até 15 dias, enquanto o agendamento para instalações poderia levar até mais tempo. Nos últimos meses, ele lembra que foram registradas temperaturas até 3 graus acima da média histórica.
“Tivemos ainda uma sensação térmica nas alturas, que ultrapassou os 50ºC no Rio de Janeiro e os 40ºC em São Paulo em novembro, com uma intensa onda de calor. A situação é ainda mais desafiadora, com o aquecimento global amplificando os efeitos de fenômenos como o El Niño. Os eventos climáticos estão se intensificando”, avalia Nascimento.
Má qualidade do ar em ambientes fechados
Com a chegada da nova onda de calor, é bom ficar atento aos riscos à saúde causados pela má qualidade do ar. Especialistas explicam que dias ensolarados e secos resultam em baixos índices de umidade propício para formação de queimadas, além de elevada concentração de material particulado. Além disso, a umidade relativa do ar atinge valores mais críticos nos horários da tarde.
Esse cenário de ar seco e poluído impacta diretamente na saúde, pois as temperaturas mais altas levam as pessoas a permanecerem mais tempos em ambientes fechados, aumentando o risco de contaminação de doenças transmitidas pelo ar. Levando em conta que uma pessoa adulta respira mais de 10 mil litros de ar por dia, 450 litros de ar por hora, e passa cerca de 90% do tempo em locais fechados, respirar um ar seco é prejudicial à saúde humana.
Isso pode ressecar as mucosas respiratórias, barreiras de defesa naturais do corpo humano, provocando a transmissão de doenças respiratórias, alergias, irritações, tosses e até sangramento. Por isso, é importante manter a qualidade do ar interno nos ambientes, que precisa estar adequado de forma que não prejudique a saúde das pessoas e afeta a sua produtividade.
A Abrava alerta para a importância da qualidade do ar a ser respirado pelas pessoas, em especial em ambientes fechados, pois a maioria dos locais não possui ventilação mecânica com a necessária renovação do ar, que pode assegurar um ambiente mais seguro nos dias quentes e de ar seco. De acordo com a Abrava, um ambiente precisa ter todo o ar renovado em torno de 10 a 15 minutos, para que eventuais contaminantes dispersos no ar sejam rapidamente removidos.
Os sistemas de climatização possuem diversas funções, que podem contribuir para o bem-estar dos seres humanos, entre elas, manter a qualidade do ar interno dos ambientes necessária para saúde e qualidade de vida. Por isso, em tempos de ondas de calor, ar seco e qualidade do ar com baixa umidade relativa necessária para a vida humana, ventiladores, ar-condicionados e umidificadores aparecem como alternativas para o enfrentamento do calor neste período.
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Dicas para manter a qualidade do ar em casa
Sistemas de climatização bem projetados instalados e mantidos garantem o conforto térmico e segurança a saúde das pessoas. No entanto, o equipamento de ar-condicionado deve estar com sua manutenção em dia, e o umidificador de ar abastecido com água previamente fervida para eliminar microrganismos.
O Conselho Federal de Química (CFQ) alerta para a preservação da saúde e bem-estar do dia a dia mantendo a qualidade do ar em ambientes fechados. As condições de funcionamento dos equipamentos de refrigeração e ventilação devem sempre estar sendo acompanhadas.
“Para quem tem ar-condicionado, por exemplo, a orientação é sempre monitorar e manter limpo o filtro deste equipamento eletrônico, colocando em dia as manutenções preventivas e corretivas do sistema de climatização e refrigeração”, afirma o químico Diego Freitas, analista da Ouvidoria do CFQ.
Além da manutenção do ar-condicionado, outra forma de manter o controle da qualidade do ar é por meio de umidificadores. É possível também a simples borrifação de água pela casa ao longo do dia ou até mesmo o uso de toalhas ou lençóis molhados.
Entretanto, Freitas adverte: “é importante que esses equipamentos sejam constantemente limpos e higienizados para evitar a proliferação de bactérias oportunistas, como a Legionella, que podem desenvolver doenças como a pneumonia”.
Quando se tem uma contaminação muito acentuada do ar externo, como as queimadas, isso pode piorar o ar dentro de casa. Se isso acontecer, é importante manter um pano úmido nas janelas ou portas para evitar a entrada de fuligem.
“As queimadas são de reações químicas de combustão favorecidas pelo tempo quente e seco. Essa reação de combustão consome materiais como madeira e folhas de árvores e as transforma em fumaça rica em gás carbônico e cinzas. Essas cinzas, ou fuligem, são particulados que podem se sedimentar nas vias respiratórias da população e serem fator gerador de doenças”, explica Diego.
Como manter o ar-condicionado em dia
Segundo o CFQ, os profissionais da Química têm papel fundamental no controle da qualidade do ar, pois são eles que realizam análises para avaliar a composição e a qualidade do ar e desenvolvem tecnologias que monitoram e controlam emissões de poluentes.
Também conduzem pesquisas científicas para entender os impactos da poluição e desempenham papel educativo, conscientizando a população sobre a relevância de um ambiente interno e externo saudável em termos de qualidade do ar.
De acordo com Qualindoor – Departamento Nacional de Qualidade do Ar Interno da Abrava, um sistema de climatização mecânico tem diversas funções em um ambiente, entre elas:
- Ventilação –fazer a correta distribuição e renovação de ar
- Controlar a Temperatura – conforto térmico
- Manter a Umidade do ar – por meio de umidificação e/ou desumidificação
- Renovar o ar interno – trocar o ar interno, misturando externo e interno, diluindo assim contaminantes
- Filtrar o ar – melhorando a qualidade do ar interno através de filtragem, removendo assim os poluentes do ar
- Distribuição do ar – propicia uma melhor homogeneização das condições internas, evitando zona de estagnação (bolsões de ar)
O Qualindoor da Abrava recomenda sempre a contratação de profissionais qualificados para a avaliação do ambiente, projeção, instalação e manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, de forma que assegura a execução dos serviços prestados de acordo com leis e normativas em benefício de todos – saiba mais aqui – www.abrava.com.br
Dicas para deixar a casa mais fresca e sem mosquitos
O projeto Cada Casa Um Caso, da Reckitt, reuniu uma série de dicas para ajudar a deixar a casa mais fresca em dias muito quentes.
1. Use o ar-condicionado da maneira correta
O ar-condicionado é uma das saídas mais eficazes para o calor e seu uso da forma correta garante eficiência, além de poupar energia. Siga esses conselhos de uso:
- mantenha as janelas e portas fechadas quando utilizá-lo;
- compre um que seja compatível com o tamanho do cômodo no qual será instalado;
- mantenha o aparelho com as manutenções e limpeza em dia;
- programe para que ele desligue quando a temperatura desejada for alcançada.
2. Ventiladores nas janelas em noites de calor
Embora muita gente ache que essa tática é somente uma “engenhoca”, a dica vale muito para as noites mais quentes, especialmente para quem não tem ar-condicionado ou não quer ligar o aparelho. As dicas para manter a casa fresca com ventiladores são:
- deixe pelo menos duas janelas abertas e limpe-as para não espalhar pó na casa);
- em uma delas, posicione um ventilador jogando ar de fora para dentro;
- na outra, coloque um ventilador jogando o ar para fora;
- desse modo, o cômodo terá sempre a entrada de ar fresquinho e exaustão de ar quente.
3. Cortinas fechadas com janelas abertas nos cômodos
Muitas pessoas se perguntam o que fazer para o quarto ficar mais fresco e como refrescar cômodos abafados, que pegam muito sol. Mas a verdade é que um erro comum que faz o local esquentar muito está relacionado às janelas.
O segredo aqui está em manter as cortinas fechadas, porém, com as janelas abertas sob elas. Isso porque, quando a pessoa mantém ambas fechadas, o ambiente pode rapidamente se transformar em uma estufa, com uma sensação muito maior de calor.
Lembre-se: quando a noite cai, é sempre bom abrir tudo por um período de tempo. Assim, a casa pode arejar um pouco para uma melhor noite de sono.
4. Uso de plantas para refrescar a casa
As plantas são alternativas baratas e sustentáveis que ajudam a deixar a casa mais fresca. Isso acontece porque o processo de transpiração natural dos vegetais faz com que eles evaporem água, contribuindo para aumentar a umidade do ambiente.
O lado positivo das plantas é que elas embelezam os ambientes e podem ser encontradas em diferentes versões, que podem ser cultivadas em diversos cômodos das casas ou escritórios.
Mas cuidado para não exagerar! Ter muitos exemplares grandes dentro de um cômodo pequeno, pode causar efeito contrário, deixando o local mais abafado – com aquela sensação de sauna.
E lembre-se de que algumas plantas podem ser prejudiciais para animais e crianças, por isso, vale ser cuidadoso na escolha e na disposição dessas plantas – mantendo fora do alcance os exemplares que possam ser prejudiciais.
5. Iluminação correta para um ambiente mais arejado
Se a sua casa está repleta de lâmpadas do tipo incandescente, temos uma má notícia: esse tipo de tecnologia faz com que o ambiente esquente muito mais.
As lâmpadas do tipo “LED” produzem a mesma quantidade de luz, porém, sua composição permite que o calor se dissipe antes dele tomar o ambiente – fazendo que a sensação térmica seja menor, quando comparada à iluminação comum.
Além disso, essas lâmpadas duram mais com menor gasto energético e ainda podem ajudar a espantar os mosquitos. Para isso, basta escolher as de cores quentes, que vão atrair menos insetos.
Sendo assim, a troca pelos modelos de LED garante, além de economia na energia elétrica, segurança e um ambiente mais fresquinho.
6. Uso de cores claras em cômodos onde bate sol
As cores escuras retêm mais o calor que as cores claras. Dessa forma, uma ótima alternativa é escolher tons claros para a pintura e a decoração, especialmente em cômodos que pegam sol. Assim, a luz solar será refletida e não retida pela parede.
Além de ajudar a deixar a casa mais fresca, essa é uma boa saída para dar a sensação de amplitude em ambientes pequenos, já que cores mais leves fazem com que o cômodo pareça maior.
Com Assessorias