De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 11.540 brasileiros serão diagnosticados com leucemias a cada ano entre 2023 e 2025 – em torno de 6 mil casos entre os homens e quase 5 mil mulheres. Nesse período, este grupo de doenças ocuparão o 10º lugar entre os cânceres mais frequentes. No entanto, apesar dos avanços na pesquisa e tratamento, a necessidade de mais conscientização sobre estas doenças nunca foi tão urgente.

Dados levantados pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) sobre a jornada do paciente com leucemia mostraram que 83% dos pacientes nunca tinham ouvido falar sobre esse tipo de câncer antes do tratamento e 45% deles não sabiam ou não compreendiam o tratamento que realizam. Dos entrevistados, 15% afirmaram não ter recebido informação suficiente do médico durante as consultas.

A necessidade de mais políticas públicas específicas para os pacientes de leucemia também é revelada na pesquisa. De acordo com o levantamento, nas leucemias agudas, somente um terço dos pacientes conseguiu o diagnóstico em até uma semana, o que é bastante problemático, já que esta é uma urgência médica.

Agenda Positiva

Fevereiro Laranja tem iluminação no Cristo Redentor e Congresso Nacional

Para dar mais visibilidade a este importante tema da saúde, a Abrale realiza, nesta quarta-feira (21/2), diversas ações da campanha Fevereiro Laranja, de conscientização sobre as leucemias. O edifício do Congresso Nacional, em Brasília, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, estarão iluminados em laranja para alertar a população sobre este tipo de câncer no sangue.

Ainda na capital federal, o seminário “Leucemias: jornada do paciente e necessidade de políticas públicas” vai debater o acesso integral ao tratamento e iniciativas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. O evento acontece nesta quarta (21), das 9h às 12h, no Auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados, com transmissão pelo YouTube.

Nota da Redação – A programação no Cristo foi mantida mesmo depois que um raio caiu no monumento na tarde desta quarta (veja o vídeo no instagram). “O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor foi rapidamente esvaziado. No incidente, não houve feridos. O casal que aparece no vídeo passa bem”, informou a nota da assessoria do Cristo. A equipe técnica de manutenção verificou os danos e fez os reparos das avarias, incluindo o sistema de iluminação e equipamentos eletrônicos.

Suco de laranja e bate-papo sobre leucemia

Suco de laranja e muito bate-papo! É desta forma que o Grupo SOnHe pretende sensibilizar a população sobre a leucemia na quinta-feira, dia 22/2. Uma tenda será montada na entrada principal da Lagoa do Taquaral, em Campinas (SP), das 7 às 10 horas, para receber as pessoas que circularem por ali, oferecendo muita informação sobre a doença e esclarecendo dúvidas.

Além dos materiais informativos e do bate-papo com os profissionais do Grupo SOnHe na Lagoa do Taquaral, a população receberá garrafinhas de suco de laranja, doadas pelo supermercado GoodBom, para reforçar que o laço de fevereiro é laranja, para conscientizar sobre a leucemia.

Renata Sasse, diretora executiva do Grupo SOnHe, explica que a campanha deste ano buscou abordar o assunto de uma forma bastante lúdica. “O suco de laranja fez esse papel do lúdico, do palpável, para que as pessoas possam conhecer mais sobre a leucemia. Por isso, nós agradecemos ao GoodBom, que nos apoiou nessa campanha”, reforça.

Saiba mais sobre as leucemias e seus diferentes tipos

leucemia é uma doença maligna, de origem desconhecida, que tem início na medula óssea – a “fábrica” onde o sangue é produzido – e ocorrem quando os glóbulos brancos passam a se proliferar de maneira descontrolada, devido a uma falha genética. comprometendo, assim, todo o funcionamento das células sanguíneas.

Ela provoca o acúmulo de células doentes na medula óssea, também conhecida como tutano, localizada nos ossos e responsável por fabricar todos os elementos do sangue. Ainda não se sabe, com exatidão, porque a doença surge. Elas são o tipo de câncer mais incidente entre crianças e adolescentes, mas podem acontecer em qualquer momento da vida.

São pelo menos 12 tipos de leucemia, sendo quatro deles os mais graves. Nessa lista, estão a Leucemia Mielóide Aguda (LMA), Leucemia Mielóide Crônica (LMC), Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) e a Leucemia Linfocítica Crônica (LLC).

Sintomas das leucemias

Jamille Cunha, hematologista do Grupo SOnHe, explica que alguns sintomas também podem ser observados. “O sangramento do nariz e da gengiva podem ser um alerta, mas as pessoas se preocupam mesmo quando identificam uma perda de peso repentina e começam a se sentir muito cansadas”, alerta a médica.

Divididas em agudas (evolução rápida) e crônicas (evolução lenta), apresentam sintomas como:

  • Sangramentos espontâneos nas gengivas e no nariz
  • Hematomas
  • Cansaço extremo
  • Aumento de baço
  • Dor nos ossos e articulações
  • Perda de peso sem motivo
  • Febre constante, que pode vir acompanhada de suores noturnos
  • Inchaço no pescoçoAparecimento de manchas rochas ou avermelhadas na pele
  • Dor e aumento da região abdominal

Diagnóstico e prevenção

No Hospital Dona Helena, de Joinville (SC) o mês de fevereiro tem cor alaranjada – símbolo da campanha nacional para conscientização sobre o combate à leucemia. A médica Ana Carolina Cardoso (foto), da equipe de Hematologia do hospital, explica que há diferentes tipos de leucemias – e somente a correta investigação pode identificar melhor e indicar os tratamentos.

De maneira geral, a leucemia é identificada pelas alterações apresentadas em um simples hemograma (exame de sangue), que já permite detectar a alteração nas células sanguíneas e desconfiar de uma leucemia. Em caso de suspeita, normalmente o profissional solicita alguns exames mais específicos, conhecidos como mielograma e imunofenotipagem. Nesse caso, é coletada uma pequena quantidade de medula óssea para avaliação.

No entanto, manter os cuidados essenciais com a própria saúde se torna um dos fatores mais relevantes na prevenção e combate a essa e várias outras doenças. Como explica a médica: “Não existe uma rotina de prevenção para a leucemia. É necessária atenção aos sintomas para uma avaliação precoce. Na maioria dos casos, não são encontrados fatores de risco que possam ser modificados”, esclarece a médica.

Avanços no tratamento

A boa notícia é que, com os avanços na Medicina, as leucemias têm tratamento e com excelentes respostas, incluindo a cura. Os avanços dos últimos anos foram importantes para o tratamento da leucemia e vêm garantindo qualidade de vida aos pacientes.

“O tratamento depende muito do subtipo da leucemia. Falando nas leucemias agudas, por exemplo, o tratamento tem a intenção de destruir as células cancerígenas e, consequentemente, retornar à produção das células normais”, detalha a hematologista.

Para isso, normalmente a base do tratamento é a poliquimioterapia. Mas, após uma avaliação de risco de cada tipo de leucemia, o transplante de medula óssea pode ser recomendado como parte do tratamento.  De maneira geral, a leucemia apresenta boas chances de recuperação quando o paciente tem o diagnóstico precoce e já inicia o tratamento adequado.

A médica Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe, afirma que, ainda que o tratamento venha sendo aprimorado, é fundamental reforçar que o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), apesar de complexo e com riscos, é o procedimento que apresenta mais chances de cura ao paciente.

“Precisamos desmistificar a doença. A palavra leucemia assusta, mas estamos acessando tratamentos cada vez mais seguros e eficientes”, reforça.

Doação de MEDULA

O transplante de medula óssea não se realiza por processo cirúrgico. A avaliação se inicia quando o doador procura o hemocentro de sua cidade, retira cinco ml de sangue e seus dados são armazenados no banco. Quando, eventualmente, surgir um paciente que necessite do transplante – e que seja compatível –, o doador é chamado pelo hemocentro para fazer mais alguns exames complementares.

Após essa etapa e confirmadas as boas condições de doação, o doador é internado e irá passar por um destes dois processos: Punção: retirada da medula óssea pelo osso da bacia com uma agulha em centro cirúrgico, sob sedação, ou aférese, com a administração de um medicamento para melhorar a proliferação das células sadias.

“A doação de medula é muito importante para ajudar a salvar a vida desses pacientes. O transplante de medula óssea é um gesto de amor”, conclui a hematologista Ana Carolina Cardoso.

Sobre a Abrale

A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) foi fundada por pacientes e familiares em 2002, com a missão de oferecer ajuda e mobilizar parceiros para que todas as pessoas com câncer do sangue no Brasil tenham acesso ao melhor tratamento. A atuação da associação é sustentada por quatro pilares: Apoio ao Paciente, Educação e Informação, Pesquisa e Monitoramento e Políticas Públicas.

O portal da Abrale tem mais detalhes sobre a campanha Fevereiro Laranja, além de informações sobre os principais tipos de leucemia, no link.

Com Assessorias

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