A campanha do Novembro Azul serve de alerta: mais de 68 mil casos de câncer de próstata serão diagnosticados no Brasil só em 2019, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Considerada uma doença da terceira idade, 75% dos casos no mundo afetam homens acima de 65 anos. A detecção do tumor ainda em estágio inicial traz um prognóstico positivo para esses pacientes, já que as chances de cura chegam a 90%.

Entre os exames que auxiliam no diagnóstico da doença está o teste PHI (Índice de Saúde Prostática Um exame disponível recentemente no Brasil pode ser um grande aliado no diagnóstico precoce da enfermidade: o Índice de Saúde da Próstata – Prostate Health Index (PHI), que, associado a dosagens de PSA (Antígeno Prostático Específico), pode reduzir em até 30% as biópsias desnecessárias Além de ser mais preciso que o PSA para diagnosticar a doença, o phi dá a médicos e pacientes uma informação essencial: o grau de agressividade do tumor.  

Segundo Adagmar Andriolo, patologista clínico da Unifesp, até então a análise da agressividade do tumor era feita apenas através da biópsia prostática, um exame invasivo e que pode provocar infecções, sangramento na urina e no sêmen. Acontece que o câncer de próstata é classificado pela escala de Gleason, que atribui uma pontuação de acordo as características do tecido retirado da próstata – quando o resultado da biópsia é igual ou superior a 7, o tumor é considerado muito agressivo. Estudos recentes indicam que o phi se correlaciona bem com essa escala, de tal forma que, com os resultados desse exame, é possível prever qual será o grau de agressividade do tumor antes mesmo da realização da biópsia.

Com essa informação em mãos, o médico consegue programar o melhor tratamento, que pode ser desde o acompanhamento até uma cirurgia com retirada total da próstata, a prostatectomia”, explica o Dr. Adagmar. Segundo ele, em tumores menos agressivos, a opção de acompanhar a evolução da doença, sem uma intervenção cirúrgica imediata, é uma forma de garantir a qualidade de vida do paciente. “É preciso lembrar que a retirada da próstata é um tratamento invasivo, que traz risco de impotência e incontinência urinária”, alerta o médico.

Embora alguns tumores cresçam de forma rápida, levando inclusive à metástase, a maioria dos cânceres de próstata evolui de forma bem lenta, podendo levar até 15 anos para atingir 1cm. São tumores que não provocam sintomas nem ameaçam a saúde dos homens.

Assim como o PSA, o Índice de Saúde da Próstata é feito através de um simples exame de sangue. Ele faz um cálculo matemático de três marcadores presentes na amostra sanguínea: o PSA livre, o PSA total e o p2PSA. Essa combinação permite determinar com mais assertividade as chances do paciente ter câncer e reduz em até 30% a necessidade de realização de biópsia.  

Exame complementar ao PSA total e livre

De acordo com Gustavo Campana, diretor médico do Bronstein Medicina Diagnóstica, que integra a Dasa, o exame PHI é complementar ao PSA total e livre. “O PSA é um exame de sangue solicitado pelos especialistas no início da investigação médica e avalia a quantidade específica de moléculas produzidas pela próstata. O aumento de sua concentração pode determinar a presença de um tumor maligno”, explica.

No entanto, ele pondera que o PSA, isoladamente, retorna um número alto de diagnósticos falso-positivos, cujos pacientes são encaminhados para a biópsia, procedimento desconfortável e invasivo. “Quando o PHI é inserido nesta investigação junto com o PSA, ele analisa uma terceira molécula que está mais ligada aos tumores malignos; como consequência, há maior precisão no diagnóstico e a redução de biópsias desnecessárias,” completa Campana.

O PHI é três vezes mais específico para câncer de próstata do que o PSA isolado e, ainda, é capaz de classificar apropriadamente os pacientes com probabilidades baixa, moderada e alta de risco de câncer de próstata. “O PSA serve como teste de triagem junto com o exame de toque e, quando o PSA aponta de 2 a 10 ng/ML, indica-se o PHI para um diagnóstico mais certeiro”, esclarece. 

Diagnóstico por imagem começou na década de 80

O diagnóstico da doença feito por meio de imagem só teve início por volta da década de 80, quando a utilização do ultrassom transretal foi desenvolvido. Na ocasião, o método permitiu uma visualização anatômica da próstata de forma diferenciada e a ultrassonografia foi reconhecida para constatar o câncer, permitindo assim a possibilidade de realização de biópsias. 

Foi o início de uma nova era, pois o procedimento se tornou como padrão de diagnóstico. Houve também a disseminação do teste sanguíneo para a detecção deste tipo de câncer – o PSA (antígeno prostático específico). A elevação do PSA foi o marcador sanguíneo utilizado para integrar o tripé de ferramentas diagnósticas para a detecção da doença.

O toque retal, dosagem de PSA e Ultrassom Transretal – se constituíram nas ferramentas de diagnósticas que permitiram detecção precoce na população. Esta combinação de exames permitiu ampliação do número de cânceres de próstata detectados, mas também demonstrou um grande número de falsos positivos, ou seja, pacientes que tinham os exames alterados e não tinha câncer de próstata confirmados.

Em 1990 o Cura iniciou de forma pioneira a realização dos exames de diagnósticos para prevenção e tratamento do câncer de próstata. Até hoje, já foram avaliados e monitorados cerca de cinco mil pacientes com suspeita de câncer de próstata.

De acordo com o Jacob Szejnfeld, fundador e membro do Conselho de Administração do Cura Imagem e Diagnóstico, no início a realização de biópsias eram solicitadas somente para as partes suspeitas e nem todos os cânceres eram detectados. A ampliação do número de fragmentos obtidos se demonstrou possível sem provocar aumento significativo das complicações relacionadas a biópsia prostática. 

Anteriormente, o diagnóstico era difícil de ser feito, pois nem todos os cânceres eram detectados. A outra dificuldade era o aumento de biópsias negativas, indicadas somente por estes métodos. Até então a utilização da ressonância magnética para próstata não apresentava informações significantes que pudessem complementar o incrementar o diagnóstico de câncer prostático”, afirma.

Cresce o uso da ressonância magnética no diagnóstico

Segundo o especialista, a ressonância magnética foi inicialmente usada a partir dos anos 80 para a avaliação da próstata. Desde 2007 o reconhecimento da ressonância magnética no diagnóstico do câncer de próstata foi crescente, aumentando a confiança na sua utilização. Ele explica que para aprimorar este tipo de análise foram desenvolvidos equipamentos como Ultra alto campo magnético, ou seja, campo magnético de 3 Tesla. 

A suspeição de risco de câncer, diagnosticada através da ressonância magnética de próstata, permite selecionar e monitorar homens que não tem riscos significativos, identificar lesões que necessitam de biópsia para confirmação e avaliação de tumores. Esta análise feita por meio da ressonância magnética com as biópsias prostáticas é fundamental na orientação da conduta terapêutica. 

Ele afirma que a Ressonância magnética veio complementar de forma satisfatória e eficaz as limitações observadas quando o diagnóstico somente era realizado pela pelo toque retal (TR) , dosagem de Antígeno prostático específico (PSA), e ultrassom (US) eram realizados para a detecção do câncer de próstata.

A realização da RMMP tem sido fundamental para reduzir o número do procedimento. “Os pacientes com câncer de baixo grau podem ser considerados para um tratamento conservador ou mantidos apenas em observação. Já os pacientes detectados com tumores mais em agressivos necessitam da terapia cirúrgica convencional”, acrescenta Jacob Szejnfeld.

Segundo ele, o Cura foi o primeiro a utilizar a ressonância 3Tesla no país para diagnóstico de câncer de próstata, seguindo pioneiro na sua experiência no diagnóstico do câncer de próstata adquirida com o uso diagnóstico ultrassom transretal (USTR) e com e realização desde biópsias prostáticas dirigidas por ultrassom desde 1990.

Com Assessorias

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