Por Miriam Pontes de Farias*
O Dia das Mães, celebrado no segundo domingo de maio, é uma data carregada de emoções e simbolismos positivos. Para alguns filhos, no entanto, essa data é considerada um dia triste, pois sua mãe já faleceu. Ficaram as lembranças de dias festivos, alegres, como a oportunidade de estar mais uma vez com uma mãe afetuosa, que ofereceu cuidados, carinho, e, às vezes, até sacrifícios para os filhos.
Para outros também pode ser considerada uma data triste, mas pelo motivo oposto pois tiveram uma mãe que estava longe do modelo idealizado de uma “boa mãe”. Sofreram abandonos, maus tratos, abusos de todos os tipos, exploração, violência, desamparo, desamor.
Alguns, por sentirem a falta desta mãe idealizada, afetuosa, elegem outra pessoa para ocupar este lugar, ou melhor, escolhem a “mãe” que gostariam de ter e criam laços profundos de amor. A “mãe” que é o pai, a avó, a tia, o padrinho, a irmã, os amigos, o marido ou esposa. As vezes, até os próprios filhos.
O ‘lugar sagrado’ ocupado pelas mães
A mãe na nossa cultura está em um lugar “sagrado”, como se elas fossem mulheres “boas” ou “uma mulher maravilha”, pelo simples ato biológico de gerarem uma criança, Mas, esquecemos do mais importante: antes de serem mães, elas são seres humanos como quaisquer outros, passíveis de falhas, erros e defeitos.
Entre os humanos há todos os tipos de emoções, das mais generosas e abnegadas às mais egoístas e maldosas. E as nossas mães não estão isentas delas. Há uma diferença entre ser genitora e exercer a maternagem. Quando ser mãe se refere ao processo biológico de gerar e dar à luz, chamamos de genitoras. Quando ser mãe se refere ao processo de cuidar, proteger, educar, dar carinho e atenção, chamamos de ‘maternagem’ ou simplesmente: mãe.
Desse modo, nem toda genitora é mãe; nem toda mãe é genitora. Mas, frequentemente, as duas funções se encontram na mesma pessoa. Ser mãe é uma tarefa complexa e difícil, pois não existe um manual ou receita de como ser uma boa mãe, de como educar, como lidar com as dificuldades, as ameaças do mundo, o sofrimento do filho.
São muitas pressões e cobranças que as mulheres sofrem por parte da sociedade, da família, dos próprios filhos e delas mesmas. Sabemos que é na relação cotidiana que construímos os limites e o respeito, mas como saber a medida certa? O que fazer nos momentos de rebeldia, como lidar com as diferenças entre gerações?
Aprenda a compreender melhor a sua mãe ou genitora
Convido o leitor a fazer uma reflexão sobre esta data. Nossas mães também têm ou tiveram suas mães. Como foi ou é a relação delas? Tiveram mães ou genitoras? Passaram por dificuldades, desafetos, abusos, abandonos? Aprenderam a amar, sendo amadas? Muitas vezes aquela mulher passou por dificuldades e desamores que ela não quer para seus filhos, mas não sabe como fazer diferente; não aprendeu a demonstrar afeto.
É importante compreender que, às vezes, nossa mãe não oferta tudo o que queremos ou precisamos, mas entregam tudo o que têm. Que pode ser insuficiente para os filhos, mas para ela, é tudo que ela tem. Qual é o tipo de relação que você tem ou teve com sua mãe? Você se relaciona com a sua mãe real ou a mãe idealizada, que foi construída pela nossa cultura?
Independentemente da mãe que você tem ou não, qual é o aprendizado que pode tirar desta relação? Vamos tentar compreender a nossa mãe e seguir a nossa vida. Se você possui sequelas, traumas ou sofrimentos da relação com a sua mãe que te impedem ou atrapalham a caminhar na vida, procure um psicólogo e faça terapia. Um suporte psicológico vai te ajudar a lidar com a figura materna de forma diferente e aceitar as coisas que você não pode modificar.
* Miriam Pontes de Farias é psicóloga (CRP 05/25815), pós-graduada em Hipnose Clínica, professora, conferencista internacional, palestrante, coordenadora e supervisora de grupos há mais de 20 anos. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose (SBH) e ministra cursos de Hipnose Clínica, Regressão de Memória e Auto-hipnose.
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Miriam escreve para a seção ‘Palavra de Especialista’ uma vez por mês. Contatos: palavradeespecialista@vidaeacao.com.br.
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