Natal é um período difícil para muitas pessoas que sofrem com perdas na família, que dirá para quem está com uma pessoa doente em casa ou no hospital. Mas inúmeras iniciativas de humanização levam um pouco de confortado a quem está internado e para seus acompanhantes e familaires. Conheça algumas iniciativas de hospitais públicos e privados.
Natal de cuidado e afeto na UTI Neonatal de hospital estadual de Niterói
Projeto Pequenos Encantos transforma recém-nascidos em “biscoitinhos de Natal”
Encerrando o ano de 2024, os recém-nascidos da UTI Neonatal Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), em Niterói, foram transformados em “biscoitinhos de Natal”. A ação, parte do projeto do programa de humanização Pequenos Encantos, trouxe o clima natalino para a unidade da rede da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).
A mamãe do Cristian, Ana Luísa Costa de 23 anos, amou a surpresa e teve que segurar a emoção. “Eu gostei demais e achei que essa atitude dos funcionários quebrou um pouco o clima tenso de quem é mamãe de bebe que está na UTI. Eu estou torcendo para ir para casa logo e levar a roupinha para casa e vestir o Cristian para a família”, brincou a moradora do Fonseca que também é mãe de duas meninas.
A mesma emoção sentiu a auxiliar de serviços gerais Aline Alves Vaz, de 38 anos, mãe do Ravi. “Eu senti carinho durante a sessão de fotos. Achei uma atenção da unidade com os nenéns que é difícil explicar. Passar por esse momento e ter acolhimento faz a diferença, ainda mais nessa época do ano, do Natal, em que a gente fica pensativa”, comentou a moradora do Sapê.
A sessão de fotos arrancou suspiros dos profissionais envolvidos no projeto, principalmente das mãos habilidosas da coordenadora do setor de Psicologia do Heal, Ediléa Oliveira, que confecciona as roupinhas.
É incrível ver o impacto positivo que o projeto tem feito nas mães e nos bebês! É um momento tão especial e emocionante, ver as mamães se conectando com os recém nascidos e expressando amor e carinho. É a certeza de que estamos no caminho certo. Um hospital com humanização”, detalhou.
Hospitais universitários simulam Natal com óculos de realidade virtual
Aproveitando o período natalino, a ONG Virtualidade realiza uma ação especial nas enfermarias para pacientes internados em quatro hospitais universitários no Rio de Janeiro e em Niterói. A equipe realiza atividades com os pacientes e distribui mensagens de carinho e pequenas lembrancinhas (sabonetes, toalhinhas de mão, entre outras). A intenção é levar uma experiência diferente do ambiente hospitalar aos pacientes internados.
As ações ocorreram em dois hospitais universitários federais do Rio – o Clementino Fraga Filho, no Complexo Hospitalar da UFRJ, que fica na Ilha do Fundão, e o Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), que fica na Tijuca – e também no Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), que fica no centro de Niterói. Todos geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A equipe da ONG Virtualidade também esteve no Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Hupe/Uerj), que fica em Vila Isabel, na zona norte carioca.
Para os pacientes elegíveis a participarem, a gente pergunta um local em que eles gostariam de ir – uma praia, alguma viagem específica, algum lugar que já foram e têm vontade de revisitar –, e a gente projeta nos óculos virtuais. É uma experiência imersiva bem legal, geralmente os pacientes gostam muito”, relata a clínica médica da UFRJ e residente em geriatria do HUCFF/UFRJ, Gabriela Sadigurschi.
De acordo com o presidente da ONG Virtualidade, o médico da Unirio e residente em neurologia do Huap-UFF, Luccas Mannarino Campos, cada ação não é só uma experiência, mas sim uma história que o paciente conta através da realidade virtual. “Nós começamos a Virtualidade para transformar a potência real para nossos pacientes do SUS. Atuamos na rotina dos hospitais universitários há 4 anos, mas as ações do Natal são sempre um evento à parte, conta.
Para o médico do HUGG-Unirio e vice-presidente da ONG, João Hazin, é possível perceber uma melhora no humor, na percepção da dor, diminuindo a solidão, a ansiedade, a depressão do paciente com essa tecnologia.
Nós sabemos muitas vezes que o paciente fica internado múltiplas semanas, dependendo do problema de saúde e com a realidade virtual a gente consegue transportar esse paciente para outro lugar e assim trazer muita qualidade de vida para a internação dele”, explica o médico.
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Cantata de orquestra, coral e apresentação de usuário emocionam pacientes do setor de hemodiálise
Há 14 anos, Neli de Sousa Figueira Moraes faz tratamento de hemodiálise no Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém, oeste do Pará. Na última sexta-feira (19), ela e outros usuários do Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS) do HRBA se emocionaram com uma apresentação muito especial: a Cantata de Natal da Orquestra e Coral Levitas.
Eu achei maravilhoso. Muito bonito. Uma honra para a gente presenciar este evento, gostei muito. Eu imaginava que haveria uma homenagem, mas nada desse porte. Eu gostei da orquestra e das músicas. Mexem muito com a gente”, aprovou a paciente.
Além da Cantata, o músico Jheiel Wesley de Brito, de 28 anos, também se apresentou na entrada do setor de hemodiálise, com músicas natalinas. O jovem é natural de Monte Alegre, também no oeste do estado, e é paciente do HRBA há 10 anos. Por isso, o momento foi duplamente especial para ele.
Me sinto muito grato em poder participar, até por ter um histórico como paciente aqui do Hospital. Então, fico muito feliz de poder proporcionar isso para os outros pacientes e também para os colaboradores que nos acompanham diariamente aqui”, explicou.
Os músicos que apresentaram o espetáculo, levando a magia desta comemoração a todos os presente, também se emocionaram. “Para nós, foi uma honra ter recebido esse convite. Eu vi que as pessoas ficaram muito emocionadas e para nós foi uma alegria muito grande”, ressaltou o regente da Orquestra e do Coral, Álvaro Moisés Pedroso.
A enfermeira coordenadora da Terapia Renal Substitutiva do HRBA, Kamila Lacerda, diz que já faz parte do calendário, todos os anos realizar as ações de humanização voltadas à temática natalina.
Os pacientes aderem muito bem e nossos colaboradores se dedicam bastante. E nós escolhemos a música porque é uma forma universal de levar essa mensagem do nascimento de Jesus a todos os públicos, sem diferenças religiosas ou culturais. Foi um momento muito bonito”, afirmou
Com Assessorias










