Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ- DSC_9459

Uma novidade que vem do campus da Coppe/UFRJ, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, pode ajudar no tratamento da Aids. A aluna de doutorado Letícia Raposo desenvolveu um sistema capaz de identificar mutações do HIV que provocam resistência ao tratamento. A descoberta possibilita antecipar predisposições a resistências futuras, contribuindo para a escolha de medicamentos mais adequados e eficazes. Ele torna possível executar uma medicina personalizada, com a aplicação de medicamentos adequados a cada paciente.

Batizado de SIRA-HIV, o novo sistema faz parte de sua pesquisa de doutorado de Letícia, sob a orientação do professor Flavio Nobre, do Laboratório de Engenharia de Sistemas de Saúde, do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe.  “Os resultados apresentados também abrem perspectivas para o desenvolvimento de sistemas similares que, aplicados a outras doenças, poderão prever reações adversas a medicamentos e possibilitar a escolha de outros mais adequados”, explica o professor.

Aluna de doutorado da Coppe/UFRJ, Letícia Raposo, desenvolveu um sistema capaz de identificar mutações do HIV (Foto: Divulgação)
Aluna de doutorado da Coppe/UFRJ, Letícia Raposo, desenvolveu um sistema capaz de identificar mutações do HIV (Foto: Divulgação)

Fruto de uma parceria com o Laboratório de Virologia Molecular do Departamento de Genética do Instituto de Biologia da UFRJ, o SIRA permite avaliar de forma rápida e eficiente a resistência de cada paciente às drogas antirretrovirais. Com o SIRA-HIV, o médico  pode prever não só o impacto da terapia de resgate no vírus resistente majoritariamente circulante no paciente em falha terapêutica, como também os padrões futuros de resistência viral às terapias de resgate pela fixação das populações mutantes minoritárias.

Meta é dobrar testes de genotipagem no SUS

No momento, estão sendo realizados os últimos testes de usabilidade. O objetivo é tornar o sistema o mais amigável possível para o usuário. Essa é outra vantagem do sistema desenvolvido no Brasil, já que a maioria deles exige que o usuário domine linguagem de programação, o que limita a utilização pelos laboratórios médicos e pelos pesquisadores que estão buscando avanços na área. O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza cerca de 6 mil testes de genotipagem por ano. Estima-se que com o sistema esse número possa chegar a 12 mil testes.

Atualmente a escolha dos medicamentos usados no combate ao HIV se baseia nos resultados obtidos pelos sistemas tradicionais, que identificam apenas as mutações majoritárias, ou seja, as que se encontram em alta frequência na população de vírus que circula no paciente (acima de 20%). Eles também não apresentam os níveis de resistência aos medicamentos. “O SIRA-HIV, que trabalha com o resultado do sequenciamento da nova geração, a Next Generation Sequencing (NGS), identifica as mutações majoritárias e minoritárias (acima de 1%) do HIV”, explica Letícia, que é bolsista nota 10 da Faperj e estima defender sua tese na Coppe até fevereiro de 2018.

Fonte: Coppe/UFRJ

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