O Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Multivacinação, promovido neste sábado (18) em todo o Brasil, levou milhares de pessoas aos postos de saúde e outros pontos de imunização montados em todo o país. E não foram apenas crianças, público-alvo da campanha. A campanha segue até o fim de outubro e vale para todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. para todas as pessoas até 59 anos de idade.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que o dia também é dedicado a melhorar a cobertura vacinal do sarampo, não apenas entre crianças, mas entre adultos com até 59 anos que não possuem pelo menos duas doses contra a doença atestadas na caderneta de vacinação.
A campanha está aberta para todo mundo. Até 59 anos de idade, quem não tiver duas doses confirmadas contra o sarampo, aproveite para tomar a vacina”, convocou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao abrir o Dia D no Riacho Fundo II, a cerca de 30 quilômetros da capital federal.
Foi o que fez o psiquiatra Francisco Valtenor Araújo, de 47 anos, que compareceu ao ponto de vacinação do Riacho Fundo 2, para atualizar sua própria caderneta de vacinação. Tomou, ao todo, três doses: contra a febre amarela, contra a hepatite e a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
É muito gratificante ver ações como essa”, disse, ao se referir ao Dia D de mobilização. “A última dose que eu havia tomado foi a da gripe. Agora, meu cartão de vacinas está atualizado”, comemorou.
Alerta sobre o risco de volta do sarampo
O ministro da Saúde ainda lembrou o risco da volta do sarampo por conta das baixas coberturas vacinais registradas no Brasil durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Recentemente, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para a incidência de sarampo, após confirmar 34 casos em todo o país.
O Brasil é um país que teve o certificado de eliminação do sarampo reconquistado no ano passado – a gente havia perdido esse certificado por conta da queda de vacinação a partir de 2016”, disse.
O ministro reforçou que há um problema sério de sarampo no mundo, sendo a maior parte dos casos na América do Norte. “Há sempre o risco de trazer casos importados para o Brasil”, reforçou. “Enquanto outros países estão vendo o sarampo voltar, o Brasil voltou a ser reconhecido em 2024 como o país livre da doença”.
Ainda segundo Padilha, o ministério realiza busca ativa entre profissionais de turismo, de portos e aeroportos e motoristas de taxi, que têm muito contato com visitantes estrangeiros, para atualizar a vacinação contra o sarampo no país.
Atenção à febre amarela e ações de Outubro Rosa
O ministro fez um alerta para moradores dos estados de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e do Paraná, onde estão sendo reforçadas ações de vacinação contra a febre amarela.
É muito importante as pessoas checarem e atualizarem a vacina contra a febre amarela. Hoje, é uma dose apenas, não precisa mais ficar repetindo a dose [a cada 10 anos]. Quem não tiver vacina contra a febre amarela nesses estados, mesmo adultos até 59 anos, a gente está recomendando”, concluiu.
A estrela da campanha deste ano é a apresentadora Xuxa Meneghel, eterna rainha dos baixinhos. Na peça, Xuxa e Zé Gotinha mandam o recado para a meninada, além dos pais e adultos responsáveis.
Outubro Rosa – Além da vacinação, o ministro destacou no pronunciamento a campanha pelo Outubro Rosa. “Ao levar seus filhos para vacinar, não se esqueça de cuidar de você também. O Ministério da Saúde ampliou o acesso à mamografia com novas regras”. Agora, o SUS garante o exame para mulheres de 40 a 74 anos.
Combate à fake news e ao negacionismo
Padilha ressaltou o risco de retorno do sarampo ao Brasil, caso a população não tome a vacina – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Alexandre Padilha ainda avaliou a proposta do dia D de mobilização pela vacinação como um momento “de saudar a ciência e a defesa da vida” e combater a desinformação que tem levado muitas pessoas a duvidarem da eficácia das vacinas.
Infelizmente, tem muita gente espalhando mentira sobre vacina ainda. Muita gente fazendo campanha contra vacina. Países que estão desmontando seus programas de vacinação, como acontece na América do Norte. E o resultado e ter a volta de doenças que a gente já havia eliminado”.
O Brasil lidera a desinformação sobre vacinas na América Latina. Segundo estudo Desinformação Antivacina na América Latina e no Caribe, o Brasil concentra 40% de todo esse tipo de material que circula pela rede social Telegram.
O estudo mapeou 81 milhões de mensagens que foram publicadas em 1.785 comunidades de teorias da conspiração do Telegram que circularam entre 2016 e 2025 em 18 países da América Latina e do Caribe. E identificou 175 supostos danos que teriam sido atribuídos às vacinas e 89 falsos antídotos que estavam sendo vendidos como uma forma de neutralizar seus efeitos.
Meu SUS Digital: combate à desinformação com tecnologia
O ministro recordou que a vacina é gratuita em todo o país e que o Brasil é um país livre da paralisia infantil, do tétano neonatal, da rubéola e do sarampo por conta das campanhas de imunização.
Padilha apontou que, depois de seis anos de queda de imunização, o governo brasileiro tem combatido a desinformação com tecnologia. “Criamos a caderneta digital de saúde da criança, que já leva informações seguras sobre vacinação para mais de 1,8 milhão de famílias brasileiras”.
As famílias podem checar a situação vacinal das crianças e adolescentes pelo aplicativo Meu SUS Digital. Com a tecnologia, é possível verificar quais vacinas já foram aplicadas e quais ainda precisam ser tomadas.
Hora de atualizar a caderneta de vacinação
Durante o Dia D, mais de 25 mil salas de imunização em todo o país funcionaram no intuito de ampliar as coberturas vacinais. O Alexandre Padilha aproveitou para fazer um apelo aos pais e responsáveis, para que atualizem a caderneta de vacinação dos filhos.
São 16 vacinas prioritárias no calendário infantil e uma grande mobilização para atualização. É aquele dia em que o pai e a mãe podem pegar a caderneta digital de saúde da criança e checar se as vacinas do seu filho e da sua filha estão em dia”, disse.
A dona de casa Gil Sousa, 40 anos, levou a filha Maria Luíza para o mesmo ponto de vacinação. Permaneceram firmes na fila apesar do calor e, ao final, receberam a boa notícia de que a caderneta de vacinação da menina, de 2 anos, estava atualizada e que ela não precisava receber nenhuma nova dose.
Está tudo em dia, graças a Deus. Sempre procuro manter as vacinas dela atualizadas. É muito importante isso. A gente tem que estar sempre ligada pra evitar que a criança tenha alguma doença. Estou sempre acompanhando.”
Pouco tempo depois, outra Maria Luíza foi atendida pela equipe de enfermagem do Riacho Fundo. Aos 9 anos, ela recebeu, no local, a primeira dose contra o HPV. “Doeu um pouquinho, mas eu não chorei. Sou muito forte”, contou a menina. “Acho importante pra prevenir doenças”.
“Não vamos negar aos nossos filhos o direito à vacina”, diz Padilha
Ministro alerta sobre fake news e garante a segurança da imunização ao convocar pais a checarem a caderneta dos filhos
Em pronunciamento na TV e rádio na sexta-feira (17), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou o chamado para o dia D da vacinação em todo o país para crianças e adolescentes até 15 anos de idade. “Não vamos negar aos nossos filhos um direito que nossos pais não nos negaram”, disse o ministro.
Lembro aos pais de hoje que eles só não tiveram paralisia infantil, só não tiveram doenças graves como meningite e como o próprio sarampo porque, um dia, seus pais foram vacinar você numa unidade de saúde. Às vezes, em situação muito mais difícil porque só tinha vacina uma vez por mês ou só em dia de campanha”.
Quero reforçar que, se eu tivesse qualquer desconfiança da vacina, eu não vacinava a minha filha. E a minha filha de 10 anos recebe todas as vacinas que estão no calendário oficial de vacinação do SUS [Sistema Único de Saúde]”, frisou Padilha.
O ministro da Saúde explicou que durante a campanha, estão disponíveis 16 tipos de vacinas voltados para crianças e adolescentes. “É dia de sair de casa e levar nossas crianças para se vacinar para o Brasil voltar a ser campeão mundial em vacinação”, ressaltou.
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, convocou pais e responsáveis a levarem seus filhos para serem vacinados (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Cidade do Rio de Janeiro vacinou mais de 117 mil pessoas
Somente no município do Rio de Janeiro, foram aplicadas 117.903 doses de vacinas neste sábado (18). A ação mobilizou cerca de 15 mil profissionais em mais de 500 pontos de vacinação. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que alcançou 85% de cobertura média em toda a cidade.
Parabéns a todos os profissionais envolvidos nesta supercampanha. Triplicamos a oferta de serviços em relação ao nosso último dia D”, celebrou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
A campanha foi aberta em um evento na Fundação Oswaldo Cruz, onde estiveram presentes o secretário Daniel Soranz, a secretária de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Ana Luiza Caldas, e o presidente da Fiocruz, Mário Moreira.
Entre os imunizantes oferecidos estão as vacinas contra hepatite A, hepatite B, HPV, influenza, covid-19, BCG, dengue, pentavalente, tríplice viral, varicela, ACWY, pneumo 10, meningo C, DTP, febre amarela e rotavírus. Durante a campanha, os adultos que acompanharam as crianças também puderam atualizar suas carteiras e tomar as vacinas contra o sarampo e a febre amarela.
Mas além da vacinação, as ações neste Dia D também tiveram foco na saúde da mulher e no cuidado integral, com a coleta de 16.007 exames preventivos, a solicitação de 8.336 mamografias, e a inserção de 6.801 implantes e de 845 dispositivos intrauterinos (DIU).
Unidades móveis da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) reforçaram a vacinação em cidades da Costa Verde e da Região Metropolitana neste sábado (18/10). Os caminhões foram posicionados em locais estratégicos, de grande movimento, em Mangaratiba e Itaboraí para facilitar o acesso da população aos imunizantes. O objetivo da iniciativa em conjunto com as prefeituras foi reforçar a estratégia de vacinação fora dos postos de saúde durante a Campanha Nacional de Multivacinação;
O principal objetivo da campanha é atualizar a caderneta de vacinação de crianças, adolescentes e adultos, protegendo-os contra doenças imunopreveníveis, como sarampo, HPV, febre amarela, gripe, entre outras. É o SUS levando saúde ao encontro das pessoas, dando a oportunidade de se protegerem contra essas doenças”, afirmou o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da SES-RJ, Mário Sérgio Ribeiro, que esteve presente na atividade de Itaboraí.
Estado do Rio quer atingir 3 milhões de pessoas
A Campanha Nacional de Multivacinação foi aberta no dia 6 de outubro e vai até o dia 31 deste mês. A expectativa da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) é avaliar a caderneta de vacinação de pouco mais de 3 milhões de crianças e adolescentes. Cerca de 1.500 salas de imunização foram disponibilizadas para a campanha em todo o estado.
- BCG
- Covid-19
- Dengue
- DTP
- dT (Tétano e Difteria)
- Febre amarela
- Hepatite A
- Hepatite B
- HPV
- Influenza
- Meningocócica ACWY (conjugada)
- Meningocócica C (conjugada)
- Penta (DTP/Hib/HB)
- Pneumocócica 10 valente (conjugada)
- Poliomielite inativada
- Rotavírus
- Tríplice viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola)
- Varicela
Aumento de cobertura vacinal no Estado do Rio
Da Agência Brasil, com informações da SES-RJ e SMS-Rio