Nos últimos cinco anos, a sífilis apresentou um avanço alarmante, passando de 1,2 mil para 65 mil casos no Brasil. A maioria das vítimas é de mulheres. Uma das principais preocupações está na possibilidade de a doença ser transmitida da mãe para o feto, a chamada sífilis congênita.  Dados do Ministério da Saúde apontam que existem 19.228 casos de sífilis congênita no Brasil, com o registro de 221 óbitos apenas no ano de 2015. Dessas 221 mortes, 60 delas ocorreram no Rio de Janeiro, estado campeão nacional de registro de óbito fetal por sífilis.

De acordo com o chefe do Setor de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) da Universidade Federal Fluminense (UFF), Mauro Romero Leal Passos, a sífilis já deveria ter sido eliminada no Brasil há muito tempo. A doença pode comprometer o sistema nervoso central e o sistema cardiovascular, além de órgãos como olhos, ossos e pele. Ele enfatiza que a sífilis é um caso recorrente para a saúde pública, em especial, a sífilis congênita, que pode, inclusive, matar o bebê ainda no ventre da gestante.

Surgida no século XV, a sífilis é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Treponema pallidum, que tem duas formas de contágio: pela relação sexual, sem o uso de preservativo, e pelo sangue contaminado, transmitido da mãe para o filho durante a gestação. “Trata-se de uma doença traiçoeira, pois, como os sintomas aparecem e somem de uma forma repentina, o diagnóstico pode ser retardado para quando a sífilis já estiver instalada. Nas crianças, com o tratamento adequado é possível reverter os sintomas da doença”, afirma o especialista.

A recomendação é que todas as mulheres se submetam ao teste de sífilis, que é rápido, com resultado obtido em apenas 15 minutos. Se o diagnóstico for positivo, o tratamento é de eficácia comprovada, bastando apenas algumas doses adequadas de penicilina benzatina. No caso das grávidas,  é preciso que a penicilina seja administrada com, pelo menos, 30 dias de antecedência do parto.

Serviço

Neste Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Setor de DST da UFF  realiza o teste de sífilis na rede básica de saúde do município de Niterói. Sob o mote “Mulher, você pode viver melhor a sua liberdade com consciência e cuidado! Venha fazer o seu teste de sífilis!”, a campanha tem como objetivo sensibilizar o público feminino para a necessidade do diagnóstico, mas também da prevenção, através do uso do preservativo durante a relação sexual.  O teste para sífilis será realizado também no Instituto de Matemática da UFF, no Campus do Valonguinho, das 8h às 17h.  A ação tem apoio da Secretaria Municipal de Saúde. Veja mais em: campanha_sifilis

Colaboração da jornalista Verônica Martins Oliveira

 

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