Antes chamada de “varíola dos macacos”, a mpox é uma doença autolimitada, com sintomas que duram de duas a quatro semanas. Vale ressaltar que a principal forma de transmissão do mpox é por meio do contato direto com as feridas de alguém infectado.

Por isso que a relação sexual, onde há fricção de pele a pele, tem se mostrado como uma fonte de contágio frequente. Os principais sintomas são: manchas na pele, febre, lesão genital, inchaço em gânglios, dor de cabeça e fraqueza. Outros casos incluem calafrios, náuseas, dor muscular e dor de garganta.

Dentre as principais medidas preventivas contra a mpox, estão: evitar o contato com pessoas contaminadas, lavar constantemente as mãos com água e sabão, e utilizar máscaras de proteção. Um dos ambientes que traz maior preocupação é o transporte público – meio de transporte de massa – e grande concentrador de doenças autoimunes.

Desde junho de 2022, quando o vírus foi descoberto no Brasil, especialistas observam um aumento significativo dos casos. Acreditamos que, com o avanço das discussões e a possível ampliação da vacinação, será possível conter a propagação da doença e proteger a população, especialmente os grupos mais vulneráveis”, afirma Carolina Brites, infectologista pediátrica,

Diante desse cenário,, faz um alerta sobre a gravidade da situação e a necessidade de repensar as estratégias de prevenção. Segundo ela, ampox é uma zoonose, ou seja, uma doença de origem animal transmitida para humanos, causada por um vírus que provoca lesões muito semelhantes às da varicela, conhecida como catapora. Essas lesões podem surgir em todo o corpo, formando pápulas, vesículas, crostas e pústulas.

A especialista ressalta que o crescimento dos casos nos últimos meses requer uma reavaliação das medidas de prevenção e saúde pública. “Foram notificados cerca de 700 casos recentemente, o que nos obriga a considerar novas estratégias de prevenção. A OMS tem reforçado a necessidade de ampliação da vacinação, que começou a ser aplicada em 2023, mas ainda de forma limitada a grupos específicos, como pessoas imunossuprimidas.”

Sobre as vacinas, Dra. Carolina esclarece que a quantidade disponível no Brasil ainda não é suficiente para atender à demanda crescente. “A prevenção mais eficaz, além da vacina, é evitar o contato com pessoas que apresentem sintomas característicos da mpox, como lesões na pele. A transmissão do vírus ocorre principalmente pelo contato direto com essas lesões, por isso, a atenção e o cuidado com a higiene são fundamentais.”

A infectologista também destaca a importância da conscientização e da prontidão dos profissionais de saúde em identificar novos casos. “Nós, profissionais da saúde, precisamos estar atentos ao surgimento de novos casos e à importância de notificá-los rapidamente. Isso é crucial para limitar a disseminação do vírus e garantir uma resposta eficaz às novas infecções.”

Entenda o surto de mpox na África que preocupa a OMS

Casos da doença estão em ascensão há mais de 2 anos

No fim de junho, a OMS alertou para uma variante mais perigosa da mpox. De acordo com a entidade, a República Democrática do Congo enfrenta, desde 2022, um surto da doença e a intensa transmissão do vírus entre humanos levou a uma mutação até então desconhecida.

Dados da entidade indicam que a taxa de letalidade pela nova variante 1b na África Central chega a ser de mais de 10% entre crianças pequenas, enquanto a variante 2b, que causou a epidemia global de mpox em 2022, registrou taxa de letalidade de menos de 1%. A entidade contabilizava, em junho, mais de 95 mil casos confirmados da doença em 117 países, além de mais de 200 mortes.

“É um número impressionante quando se considera que apenas alguns milhares de casos de mpox haviam sido relatados até então em todo o mundo e, de repente, estamos nos aproximando de 100 mil casos”, destacou a líder técnica sobre varíola dos macacos do Programa de Emergências Globais da OMS, Rosamund Lewis.

Ainda segundo a especialista, um surto específico, registrado desde setembro de 2023 no leste da República Democrática do Congo, na província de Kivu do Sul, é causado por uma cepa de mpox com mutações até então não documentadas. “Essas mutações sugerem que o vírus tem sido transmitido apenas de humano para humano”, disse.

Mais sobre a doença

A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, o intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas (período de incubação) varia de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Depois que as crostas na pele desaparecem, a pessoa infectada deixa de transmitir o vírus. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas podem aparecer antes.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.

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