O mundo nunca mais foi o mesmo após a pandemia — e nem a saúde dos brasileiros. Por conta da Covid-19, que durou mais de dois anos, pessoas do mundo inteiro precisaram passar pelo confinamento e, com isso, desenvolveram picos de estresse e ansiedade que foram “descontados” em uma alimentação exagerada.

Uma pesquisa realizada com 1.470 pessoas, que responderam a um questionário pela internet, mostrou que 23% dos participantes ganharam peso durante a pandemia, e o ganho médio foi de 2,8 quilos.

O Dia Mundial da Alimentação, lembrado nesta segunda-feira (16/10),  nos traz um lembrete de que o ato desempenha um papel central em nossas vidas, influenciando não apenas nossa saúde física, mas também a qualidade de nossa rotina. A data visa reforçar os benefícios que os bons hábitos alimentares podem proporcionar.

“Na pandemia, pudemos observar o quanto o nosso cérebro influencia todo o nosso corpo, pois muitas pessoas pararam de se alimentar, enquanto outras sofreram com o sobrepeso, comendo compulsivamente, lutando contra a ansiedade”, afirma Regiele Alves, head de qualidade da Manipulaê.

E por falar em ansiedade, a boa alimentação pode, inclusive, ajudar na recuperação de transtornos mentaisPesquisas apontam que indivíduos com um padrão de dieta saudável conseguem reduzir 16% o risco de transtorno depressivo.


Mitos e verdades para uma alimentação saudável

Sem dúvida, alimentar-se vai muito além de simplesmente satisfazer a fome: é também um momento de prazer e nutrição para o corpo e mente. Apesar da sua importância para o organismo, a escolha de uma alimentação saudável e equilibrada ainda é um tema que gera muitas dúvidas.

“Garantir uma rotina mais saudável nem sempre é fácil, mas já ficou provado que ingerir diariamente industrializados e muita gordura pode causar graves problemas de saúde”, diz Regiele. Entre as diferentes influências que podem dificultar a escolha de uma dieta mais consciente está a desinformação.

Marlucy Lindsey Vieira, nutricionista da UBS Jardim Nakamura, gerenciada pelo Cejam– Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, esclarece alguns dos mitos e verdades mais comuns relacionados ao tema. Confira!

Usar azeite nas comidas é melhor do que usar óleo de cozinha?

MITO! Tanto o azeite quanto o óleo vegetal podem ser utilizados com cautela para cozinhar ou fritar, respeitando o ponto de fumaça de cada um. O ponto de fumaça é a temperatura máxima que um óleo pode alcançar sem se decompor e liberar substâncias tóxicas.

O azeite extravirgem tem um ponto de fumaça de aproximadamente 180°C, enquanto o óleo vegetal varia entre 200°C e 230°C. Por esse motivo, em preparações como a fritura por imersão, o óleo vegetal pode ser uma opção mais econômica e versátil, mas deve ser consumido com moderação e equilíbrio.

Ingerir gordura sempre faz engordar? Independentemente do tipo?

MITO! O ganho de peso corporal é um processo complexo que envolve vários fatores. O consumo de carboidratos refinados, por exemplo, está mais associado ao ganho de peso do que ao consumo de gorduras boas. Mas, nem por isso é o vilão da alimentação. Uma dica é sempre manter uma dieta equilibrada.

Comer antes de dormir leva ao ganho de peso?

VERDADE! Muita gente não sabe, mas comer um pouco antes de dormir pode ser o suficiente para desencadear diversas alterações metabólicas no organismo, as quais, por sua vez, contribuem para o aumento do apetite, além de aumentar as chances de ganhar peso ao longo do tempo.

Produtos classificados como “light” ou “diet” são sempre mais saudáveis?

MITO! O que irá determinar se será mais saudável ou não é a condição de saúde do indivíduo. Produtos “light” têm teor reduzido de sódio, açúcares, gorduras ou colesterol, enquanto produtos “diet” não contêm algum ingrediente específico, como açúcar, gordura ou sal.

Por exemplo, o chocolate diet pode ser mais calórico do que o chocolate convencional devido à adição de edulcorantes e gordura. O ideal é sempre ler o rótulo do produto e a informação nutricional para saber se aquele produto tem, de fato, a ausência ou diminuição de um determinado ingrediente, e se não terá a adição de outros componentes que prejudiquem a sua saúde.

Consumir ovo aumenta o colesterol?

MITO! O ovo é um alimento nutritivo, rico em colina, proteínas e gorduras saudáveis, sem contraindicações. Estudos demonstraram que o colesterol sanguíneo está mais relacionado à gordura endógena, ou seja, produzida pelo próprio corpo, do que pela exógena, ingerida por meio da dieta.

É melhor para a saúde comer carne branca do que vermelha?

VERDADE! As carnes brancas, especialmente os peixes, são geralmente mais saudáveis que as carnes vermelhas, devido ao menor teor de gordura e colesterol, além de serem mais facilmente digeridas.

Comer tapioca é menos calórico do que comer pão francês?

MITO! Em termos de calorias e macronutrientes, ambos são semelhantes. No entanto, a tapioca pode ser uma alternativa saudável ao pão branco devido ao menor teor de sódio, maior quantidade de fibras, vitaminas e minerais.

Comer vegetais crus é sempre mais saudável do que cozidos?

MITO! Isso depende do vegetal. Muitos vegetais folhosos e frutas têm maior concentração de nutrientes na forma crua, mas leguminosas, cereais e tubérculos geralmente são mais nutritivos quando cozidos, devido à melhor digestibilidade, biodisponibilidade de nutrientes e, em alguns casos, menor densidade calórica.

Chupar uma laranja após o almoço e jantar ajuda na digestão do organismo?

VERDADE! Isso ocorre porque a laranja é rica em fibras, como pectina, celulose e hemicelulose, que facilitam a digestão e melhoram o funcionamento intestinal. Além disso, ajuda a reduzir a absorção de gorduras. Portanto, a dica é sempre comer laranja depois do almoço ou das principais refeições do dia.

Fazer exercício físico regula o apetite e reduz a fome?

VERDADE! A atividade física pode regular o apetite ao influenciar neurotransmissores que modulam a sensação de fome, tornando-se uma aliada eficaz na redução do desejo de consumir alimentos em excesso.

Como manter uma dieta rica em nutrientes e se alimentar melhor

Mas, afinal, como manter uma dieta rica e se alimentar melhor? A especialista da Manipulaê explica!

  • Invista em proteínas

São essenciais para a construção e o reparo de tecidos do corpo, como músculos, pele, cabelos e unhas. Elas contêm aminoácidos, que são os blocos de construção do corpo, necessários para as vitaminas das proteínas do organismo.

  • Procure suplementos para reposição de vitaminas

Quando há carência de nutrientes na dieta, como deficiências de vitaminas, minerais ou outros nutrientes essenciais, é necessário buscar por suplementos. Por exemplo, indivíduos com deficiência de vitamina D, ferro, vitamina B12 ou ácido fólico podem precisar de suplementação alimentar para corrigir essas deficiências. No caso de pessoas com sobrepeso, esses nutrientes podem ser combinados a ativos inibidores de apetite, caso o médico ache necessário para o caso do paciente.

  • Não se prive, modere

A palavra dieta para alguns pode ser sinônimo de privação de refeição, quando, na verdade, é um período de reestruturação alimentar que visa trazer benefícios para o seu corpo. Nem sempre é necessário cortar totalmente o consumo de doces, mas a moderação deve ser aderida.

Fonte: Cejam e Manipulaê

 

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