Uma campanha que tem mobilizado as redes sociais é para ajudar a Eloá, que tem 11 anos e enfrenta um neuroblastoma maligno em estágio 4, um câncer super agressivo que precisa ser tratado com urgência. Cristina, mãe da menina, diz que recebeu o diagnóstico em janeiro deste ano e desde então ela vem lutando para conseguir um medicamento de alto custo – quase 1 milhão de reais.
O tratamento não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e ela chegou a recorrer à Justiça para obter a medicação, mas não teve sucesso. Para ajudar no levantamento de recursos, o pai de Cristina colocou o seu próprio carro como prêmio em uma rifa. Diversas outras ações estão sendo realizados nas redes sociais, emocionando os internautas. Veja mais aqui neste link.
O neuroblastoma é um tipo raro e ainda pouco conhecido de tumor, mas que já figura entre as neoplasias mais frequentes da infância. No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) demonstram que o neuroblastoma representa o terceiro tumor infantil mais comum, depois da leucemia e de tumores cerebrais, sendo o mais frequente fora do sistema nervoso central.
A neoplasia corresponde a algo entre 8% e 10% dos casos de câncer em crianças, com prevalência é estimada em 1 caso a cada 7.000 nascidos vivos. Mais de 80% dos diagnósticos ocorrem antes dos cinco anos de idade. é o terceiro tipo de câncer infantil mais recorrente.
Confira o apelo da mãe no site Solidariedade Live, onde as doações podem ser feitas:
‘Ela chora todos os dias de dores, sente falta de brincar com as amigas’
Meu nome é Cristina e a minha filha Eloá nasceu no dia 13 de maio de 2014, ela sempre foi uma criança normal e saudável, nunca teve nenhum problema de saúde, ia pra escola, brincava com as amigas e sempre gostou de desenhar. Até que em janeiro de 2025 ela começou a sentir uma forte dor de estômago.
Achávamos que era apendicite, levei ela no hospital só por precaução, lá os médicos passaram alguns exames, mas o Raio-X mostrou que a Eloá estava com um tumor na região abdominal. Esse tumor é um neuroblastoma maligno em estágio 4, um câncer super agressivo que precisa ser tratado com urgência. Naquele momento a minha visão escureceu como se o chão estivesse desabando.
Depois daquilo nossas vidas seguiram como um pesadelo, somos de Bragantina uma cidade do interior do Paraná, tivemos que nos mudar para Cascavel para fazer o tratamento da Eloá. Ela teve que fazer uma biópsia, uma ressonância magnética, uma tomografia computadorizada.
Depois dessa bateria de exames, Eloá começou a fazer quimioterapia. Foram 10 sessões de quimioterapia, nas primeiras sessões o tumor estava até diminuindo, mas depois o tumor voltou a aumentar. Os médicos até queriam fazer uma cirurgia para remover o tumor, mas ele está tão grande que é perigoso demais fazer uma cirurgia.
Os médicos falaram que nesse caso o único tratamento que pode diminuir o tamanho do tumor é o Naxitamabe. O problema é o alto custo desse medicamento. Cada ciclo custa 82 mil reais, e os médicos recomendaram para Eloá 12 sessões, então vai ficar um custo de 984 mil reais.
Esses medicamentos de alto custo não são liberados pelo SUS automaticamente, precisa entrar com um pedido judicial para a justiça liberar, só depois disso o SUS faz o pedido do medicamento. Procuramos um advogado, entramos na justiça, mas infelizmente nosso pedido foi negado, eu estou desesperada e não sei mais o que fazer.
A minha filha está em uma situação muito delicada, estou com muito medo de perdê-la. Ela chora todos os dias de dores, ela sente falta de brincar com as amigas e as primas, ela é só uma criança não merece passar por isso. Eu sou mãe solteira, trabalhava como cabeleireira mas tive que deixar o meu trabalho para ficar com a minha filha no hospital, eu não tenho esse dinheiro.
Por isso eu abri uma vaquinha online para arrecadar esse valor. Eu nunca pedi dinheiro, mas como uma mãe desesperada pela cura da sua filha eu te imploro. Por favor, faça uma doação para ajudar a salvar a vida da minha filha. Qualquer valor que você quiser doar vai fazer muita diferença. Vai ajudar na cura da minha filha, e fazer ela recuperar a sua infância.
Muito obrigado e Deus te abençoe. Qualquer valor que você puder doar vai fazer total diferença na vida da Eloá.
Saiba como ajudar aqui.
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O nome vem das estruturas onde surgem a doença, os neuroblastos, que são células nervosas imaturas do sistema nervoso simpático. Elas têm origem na crista neural, uma estrutura embrionária que dá origem a diferentes tecidos, incluindo células do sistema nervoso simpático, responsáveis por funções como batimentos cardíacos, pressão arterial, respiração e digestão.
A ciência ainda não compreende totalmente a origem do neuroblastoma, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais, que resultam na alteração dessas células. Assim, o tumor geralmente se manifesta nas glândulas suprarrenais, pescoço, tórax ou abdômen.
O neuroblastoma pode ter início silencioso e sintomas inespecíficos, que acabam confundidos com outras doenças. Por isso é importante que a criança seja encaminhada ao médico para a melhor avaliação”, destaca Eduardo Issa, diretor médico da Adium, farmacêutica presente em 18 países da América Latina, incluindo o Brasil, que produz a medicação que Eloá necessita.
Os sinais e sintomas podem variar conforme a localização do tumor, mas distensão abdominal, associada a dor e massa palpável costumam ser indicadores frequentes, uma vez que 65% dos casos ocorrem na região abdominal.
Medicamento de quase R$ 1 milhão promete aumentar a taxa de sobrevida
A doença exige diagnóstico rápido e tratamento emergencial. Cada dia sem acesso à terapia pode ser decisivo para a criança.
Quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor são as chances de sucesso no tratamento. Para tumores de baixo ou intermediário risco, cirurgia com ou sem quimioterapia representa uma abordagem eficaz. Já nas formas de alto risco, combinam-se cirurgia, quimioterapia intensiva, radioterapia, transplante de medula e imunoterapia.
As taxas de sobrevida em tumores de risco baixo ou intermediário chegam a 90%, enquanto nos casos de alto risco esse índice cai para cerca de 50% — resultado de tratamentos modernos e integração terapêutica.
As conquistas clínicas ampliam as alternativas terapêuticas e fortalecem o acesso à saúde no país. Combinadas com a sensibilização da sociedade sobre a necessidade do diagnóstico precoce, as terapias inovadoras ajudam a construir novos e melhores desfechos aos pacientes“.
Nesse cenário de avanços, a Adium trouxe ao mercado nacional o Danyelza (naxitamabe), anticorpo monoclonal anti-GD2, administrado em combinação com fator estimulante de colônia de granulócitos-macrófagos (GM-CSF). A terapia destina-se a pacientes (a partir de 1 ano de idade ou adultos) com neuroblastoma de alto risco recidivado ou refratário na medula óssea ou osso, que tenham apresentado resposta parcial, menor ou doença estável após terapia anterior.
Essa nova alternativa terapêutica traz respostas clínicas expressivas. No Estudo 201, alcançou-se resposta global em 68% dos casos, incluindo 59% de resposta completa. Já o Estudo 12-230, os índices ficaram em 34% de resposta global e 21% de resposta completa — com infusão entre 30 e 90 minutos e eventos adversos controláveis, como se espera de imunoterapias anti-GD2″, informa a farmacêutica.
Com informações da Adium e Solidariedade Live




