Mãe e avó, a médica pediatra Jan Chozen Bays sabe bem como o dia a dia pode ser estressante e cheio de desafios, especialmente para as mulheres que experimentam a dor e a delícia da maternidade real. Professora de meditação desde a década de 1980, ela leciona na Comunidade Zen do estado de Oregon, EUA, e tem dedicado anos a mostrar aos seus alunos como tornar a vida mais repleta de contentamento com o momento presente.

“A maioria das pessoas acha que praticar atenção plena — conhecida em inglês como mindfulness — envolve ter que abrir espaço numa agenda já cheia, de trabalho, filhos, casa. Mas, na realidade, a atenção plena é algo que vai se tornando parte da vida aos poucos”, explica a autora de Mindfulness para o dia a dia.

Na introdução, a famosa instrutora zen estadunidense, cofundadora do mosteiro zen Great Vow, ensina o conceito de atenção plena bem como sua aplicação ao cotidiano e à alimentação. E assegura que não precisamos nos “tornar gurus da noite para o dia”. Neste Dia Mundial da Meditação (21 de maio), a seção ‘Ler Faz Bem’ do Portal ViDA & Ação destaca a obra da autora.

‘Não é preciso se mudar para um mosteiro’

“Você é capaz de dizer o que almoçou terça-feira passada? Costuma parar no meio de uma ação porque já não já não lembra mais o que ia fazer? Sente que há muito mais obrigações do que tempo para dar conta delas? Pressionados pelo excesso de demandas, sempre ansiosos e pensando no compromisso seguinte, não conseguimos prestar atenção ao que está acontecendo agora e desfrutar o momento presente. Daí a sensação de que a vida passa sem percebermos. 

Ao ilustrar esse estado de ansiedade, Buda costumava comparar a mente humana a um elefante. O animal selvagem corre de um lado para outro, dispara sem direção e sem controle. Um elefante domado, porém, está seguro a uma estaca no chão, atento ao que acontece à sua volta. Se estimulado, responde de acordo com seu treinamento em vez de simplesmente reagir instintivamente.”

É muito comum que iniciantes nas práticas meditativas se tornem aflitos após algumas tentativas, como se a figura estável e serena de um instrutor de meditação fosse inalcançável aos mortais. De fato, acalmar a mente e praticar a atenção aos pequenos momentos da vida cotidiana é muito difícil quando nos encontramos sempre numa eterna inquietação para fazer mais, em menos tempo, de forma incansável.

Mas não é a figura de um guru zen que Chozen Bays promete. Com seu livro, ela nos assegura que a atenção plena é um objetivo que pode ser conquistado aos poucos, diariamente, em pequenas ações. Cheio de exercícios que nasceram da necessidade de construir um cotidiano mais humano, mais sereno e ainda assim realista, a autora nos garante que “não é preciso passar um mês num retiro de meditação nem se mudar para um mosteiro para resgatar a paz e o equilíbrio”.

53 exercícios para acalmar a mente e viver o agora

Em Mindfulness para o dia a dia, Chozen Bays utiliza toda a sua experiência para mostrar que, sim, é possível levar uma vida mais calma e satisfatória com o agora, se quisermos.  O livro foca em 53 práticas para, devagar e sempre, como todo novo hábito, estabelecermos a atenção plena em meio à vida moderna.

A obra é composta por vários capítulos nos quais Chozen Bays ensina, em um passo de cada vez, vários hábitos que podemos acrescentar durante os nossos afazeres, como quando atendemos a um telefonema, quando tocamos objetos inanimados pela casa ou transitamos de um ambiente para o outro.

Seja pausando em momentos diversos durante o dia para respirar profundamente e com atenção por três vezes, seja prestando atenção quando nos movimentos que fazemos pela casa ou o modo como tocamos nos nossos pertences, Chozen Bays nos mostra que a vida é um enorme campo de estudo para a atenção plena.

Conceitos equivocados sobre a prática da meditação

É possível aprender nas páginas de Mindfulness para o dia a dia o que é, de fato, a atenção plena e quais são os benefícios para aqueles que a praticam cotidianamente.

A autora também esclarece alguns equívocos em relação à prática, como a impressão errônea de que atenção plena seria pensar, concentrando-se em profundidade, sobre tudo.

Na verdade, a prática tem muito mais a ver com abandonar os pensamentos – pensamentos negativos, preocupações e outros movimentos nos quais a mente se agarra de modo exagerado, nos impedindo de viver os pequenos prazeres, enxergar os ambientes a nossa volta, ouvir com atenção a alguém.

Outro erro, segundo a autora, é achar que a atenção plena nos tornará lentos, quando somos mais rápidos ao nos concentrar verdadeiramente no momento presente.

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