Muita gente acha que somente crianças devem tomar leite e, mesmo assim, apenas após o período de aleitamento materno – mínimo de 6 meses de vida. A gordura presente neste alimento e nos seus derivados é apontada como prejudicial à saúde. Há quem acredite que ajuda a produzir catarro e aumenta o resfriado, outros que favorece a osteoporose e até mesmo o câncer.

Mas vários estudos e análises científicas sobre as gorduras presentes nos produtos lácteos mostram que não há evidências consistentes entre o consumo de leite e derivados (com qualquer teor de gordura) e o risco de doenças cardiovasculares, por exemplo.

Exceto para as pessoas que não toleram a lactose e precisam restringir os lácteos ou até mesmo eliminá-los para evitar problemas, o leite não é condenado pela comunidade científica, e os nutricionistas em particular, o veem como alimento biologicamente completo e muito apto para o consumo humano.  A nutricionista Ana Paula Del’Arco, consultora para a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios, aponta os mitos e verdades sobre a gordura láctea.

 

Leite só tem gordura

Mito: O leite é um alimento com alta densidade nutricional, onde em cada ml de leite há uma quantidade maior de nutrientes do que calorias. Os lácteos são as principais fontes de cálcio da alimentação, além de apresentarem boas quantidades de proteínas de alta qualidade, vitamina D, vitaminas do complexo B, vitamina A, fósforo, potássio e magnésio, que não serão compensados, na maioria das vezes, com o consumo de outros alimentos.

 

Gorduras lácteas são prejudiciais à saúde

Mito: O consumo das gorduras do leite não é capaz, por si só, de prejudicar a saúde, diferente do que acontece quando a qualidade do restante da dieta é constantemente inadequada. O mais importante é o equilíbrio e o balanço da dieta como um todo.

 

Então os produtos lácteos contribuem para a saúde?

Verdade: Os lácteos contêm pequenas quantidades de gorduras trans (Ácido Linoleico Conjugado – CLA), que são naturalmente produzidas no processo de digestão das vacas (dos ruminantes), um tipo que tem ganhado destaque por estar associado a uma série de benefícios à saúde. O CLA pode atuar na prevenção de doenças cardiovasculares, devido ao seu efeito antiaterosclerótico, ou seja, impedindo a deposição de gordura nos vasos sanguíneos, pois é capaz de reduzir a produção de colesterol, principalmente o colesterol ruim (LDL), de triglicérides (gordura presente no sangue) e da pressão arterial, além de aumentar a produção de colesterol bom (HDL). Além disso, o consumo de lácteos com gordura contribui para uma dieta rica em ácido oleico (ácido graxo monoinsaturado presente em quantidades consideráveis na gordura láctea), o que pode estar associada à redução dos níveis de colesterol total, LDL-colesterol e triglicerídeos.

 

A gordura de produtos lácteos aumenta o colesterol

Mito: Estudos consistentes demonstraram que as gorduras dos lácteos não alteram os níveis de gorduras e colesterol no sangue, não oferecendo riscos para a saúde do coração. Apesar de a maior parte das gorduras presentes no leite e em seus derivados serem saturadas, estudos e revisões bibliográficas recentes não encontraram relação entre seu consumo e o aumento do colesterol no sangue.

 

Produtos lácteos são recomendados em uma dieta equilibrada

Verdade: As gorduras presentes no leite favorecem o aumento da sensação de saciedade, pois aumentam o tempo de digestão dos alimentos, o que permite com que o cérebro entenda os sinais de saciedade com mais clareza e promova a liberação dos hormônios responsáveis pelo controle da ingestão de alimentos, podendo ajudar no controle do peso corporal quando não consumidas em excesso.

 

Dieta rica em gordura saturada faz mal

Mito: O consumo de lácteos com gordura contribui para uma dieta rica em ácido oleico (ácido graxo monoinsaturado presente em quantidades consideráveis na gordura láctea), o que está associada à redução dos níveis de colesterol total, LDL-colesterol e triglicerídeos e o aumento do HDL-colesterol, protegendo, assim, a saúde do coração. O ácido esteárico é a principal gordura saturada encontrada no leite, um tipo que apresenta um efeito neutro sobre o aumento dos riscos para as doenças do coração, pois, quando consumido pode ser convertido em ácido oleico. Publicado em 2012 no British Journal of Nutrition, estudo revela que, quanto maior o consumo médio de gordura saturada em países europeus (41 países analisados), menor é o risco de mortalidade por doenças cardíacas.

 

Queijo engorda?

Mito: Dentro de uma alimentação balanceada, o consumo de um tipo de alimento sozinho não é capaz de promover a perda ou o ganho de peso, diferente do que acontece quando a qualidade do restante da dieta é inadequada ou as quantidades são excessivas. O que determina o ganho de peso é um balanço energético inadequado, ou seja, quando há o consumo excessivo de calorias em longo prazo com um  gasto insuficiente de energia pelo corpo, o que acontece quando a pratica de atividade física é insuficiente.

 

Há diferença de gordura entre os queijos

Verdade: Alguns tipos de queijo têm um conteúdo de gorduras mais elevado que outros, como no caso do roquefort ou gorgonzola, quando comparado a versões mais magras como a ricota, por exemplo. Por isso é importante ter moderação.

 

Iogurte ajuda a emagrecer

Verdade: Sabe-se que, como os outros lácteos, o iogurte contém um alto teor de proteínas, que aumentam a sensação de saciedade, contribuindo, assim, com a diminuição da ingestão de alimentos ao longo do dia. Isso porque as proteínas presentes nesses produtos são capazes de aumentar as concentrações sanguíneas de hormônios (Colecistoquinina, GLP-1) responsáveis por esse processo.

Fonte: Associação Brasileira de Laticínios – Viva Lácteos

 

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