Por aqui, o friozinho já dar o ar da graça desde que o calendário virou o mês de junho. Mas o inverno chega oficialmente ao Brasil nesta quinta-feira (21), data em que também o Dia Nacional de Combate à Asma, doença inflamatória crônica das vias aéreas que atinge cerca de 235 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o Ministério da Saúde indica que 10% da população é asmática – ou 6,4 milhões de pessoas acima dos 18 anos – e a doença é responsável por 400 mil internações hospitalares, segundo Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com especialistas, as temperaturas mais baixas desta época do ano podem gerar ou agravar a doença devido ao frio e o ao ar seco do período somados à poluição. Uma das causas da asma, conhecida como “bronquite asmática” ou “bronquite alérgica”, também pode ser o ambiente ao qual a pessoa está exposta. Tanto a temperatura climática quanto a presença de poeira, fezes de baratas, ácaros, mofo, pelos de animais e fungos e poluentes podem influenciar na saúde dos pulmões.
Além dos fatores ambientais, que incluem a infecção respiratória por vírus, fatores genéticos como histórico familiar de asma, rinite e/ou obesidade também podem desencadear a doença. Genes herdados dos pais que fazem com que alguns tenham mais chance de desenvolver asma (predisposição genética). Há ainda os fatores nutricionais (excesso de peso) e hormonais (menstruar em idade mais jovem).
Aproximadamente 70% a 80% das pessoas que têm asma são alérgicas e, embora seja uma doença de longa duração, caracterizada por inflamação dos brônquios e hiper-reatividade deles a diversos estímulos, a asma apresenta períodos de piora (crises) e de melhora, muitas vezes sem qualquer sintoma.
Os principais sintomas da asma são: tosse, chiado ou ruído no peito, dificuldade para respirar, respiração rápida e curta, desconforto torácico, ansiedade e eventualmente infecção na garganta. O diagnóstico é feito com base nas informações que o paciente fornece ao médico e na análise clínica dos sintomas. Testes de função respiratória podem auxiliar no diagnóstico diferencial de outras patologias.
Informação adequada garante melhor controle
Mas quando o assunto é informação e tratamento, a asma é, ainda, uma doença negligenciada pelos médicos e pelos próprios pacientes, devido à falta de entendimento sobre a doença e seus sintomas, além do subdiagnóstico da gravidade. Mesmo com a alta prevalência, hospitalizações e mortalidade, ela é esquecida e subtratada.
A asma é uma doença crônica e, por isso, necessita de acompanhamento contínuo. Muitos pacientes precisam de medicação diária para prevenção e controle dos sintomas”, explica o pneumologista do HCor (Hospital do Coração), Dr. Pedro Genta.
Embora a asma brônquica não tenha cura, ela pode ser controlada e, em alguns casos, os pacientes podem apresentar períodos de intercrise (sem sintomas) tão longos que se consideram curados. Há no mercado, hoje, alguns medicamentos que atuam de forma preventiva: os chamados “antileucotrienos”, que podem deixar alguns grupos de asmáticos longe das crises e das medicações de resgate.
Segundo o pneumologista do Hospital Santa Paula, João Geraldo Houly, além do tratamento medicamentoso, é essencial estar atento aos fatores ambientais desencadeantes/agravantes da asma. “É possível ter uma vida normal com asma desde que o paciente saiba reconhecer e evitar situações que possam agravar os sintomas. Este comportamento impedirá crises intensas e frequentes e diminuirá as chances de evolução da doença.”
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Atenção redobrada no inverno
O Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial da doença. Por isso a asma deve ser acompanhada e tratada o tempo todo. A atenção redobrada no inverno também é essencial. Nessa época do ano é comum usarmos roupas que acumulam mais poeira e que estão guardadas há muito tempo. “Quanto maior o contato com causadores de alergia, maiores as chances de crises. Para impedir o desconforto, é importante ficar atento em dicas para fugir da crise como evitar cortinas e tapetes, manter a casa limpa e arejada, conservar bichos de pelúcia e livros limpos e guardados, não fumar, etc”, aconselha Dr. Pedro Genta.
Algumas vezes não há como prever que a asma vai se manifestar. Por isso, os meses frios durante o outono e inverno são um momento oportuno para consultar um pneumologista para uma reavaliação. “Além do tratamento convencional com medicamentos e com vacinas contra gripe e pneumonia, a educação do paciente e de sua família são fundamentais. É importante evitar a exposição aos fatores alergênicos que desencadeiam os sintomas, como pelos de animais, poeira e umidade, além de ficar atento aos sintomas de falta de ar e chiado no peito”, diz.
13 dicas para prevenir a asma
Os especialistas reuniram algumas dicas para prevenir a asma neste inverno e manter a qualidade de vida:
1 – Lave bem as roupas de frio e cobertores antes de usá-los;
2 – Mantenha o ambiente doméstico higienizado, principalmente os quartos; evite uso de aspirador de pó, de preferência a higienização com pano úmido, evite odores fortes;
3 – Evite fumar e frequentar lugares onde haja fumaça de cigarro e da poluição e ambientes com muita poeira e ácaros;
4 – Beba bastante água e líquidos em geral;
5 – Pratique exercícios físicos moderadamente, de preferência respiratórios, como natação e ioga. As caminhadas podem ser um bom começo;
6 – Evite lugares com grandes aglomerados de pessoas.
7 – Forre colchões e travesseiros com materiais impermeáveis;
8 – Dê preferência a cobertores, travesseiros e fronhas antialérgicos;
9 – Mantenha a vacinação, principalmente contra a gripe e pneumonia, em dia;
10 – Evite o uso de tapetes, cortinas e carpetes;
- 11 – Evite conviver com animais domésticos, como gatos e cachorros;
- 12 – Proteja-se das mudanças bruscas de temperatura;
- 13 – Previna-se contra gripes e resfriados.
Fonte: Hospital do Coração e Hospital Santa Paula, com Redação
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Espero ter ajudado.