Com 12,4 mil atendimentos realizados em um único dia em 24 estados brasileiros, o Mutirão do Agora Tem Especialistas superou as expectativas. A ação do governo federal aconteceu neste sábado (5), em 45 hospitais universitários federais que atendem exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram 10.160 exames, 1.244  consultas e 1.060 cirurgias. A estimativa inicial era a oferta de 10,3 mil procedimentos para pacientes previamente agendados.

Em uma parceria dos ministérios da Saúde e da Educação, a iniciativa foi realizada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em 36 municípios de todas as regiões do país com objetivo de ampliar o atendimento e a redução do tempo de espera na rede pública de saúde. A orientação agora para os hospitais universitários federais é que ampliem o horário de funcionamento com um terceiro turno, incluindo atendimentos aos sábados e domingos.

Os hospitais universitários federais vão continuar fazendo mutirões, atendendo em terceiro turno os procedimentos de exames eletivos, não só urgência, para a gente reduzir o tempo de espera das cirurgias e dos exames em nosso país”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, , após visitar o mutirão no Centro Cirúrgico do Hospital Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Maior e mais diverso mutirão da história do SUS

Desde março, hospitais geridos pela estatal já realizaram 166 mutirões pelo país. Outro esforço concentrado nacional está previsto para setembro. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que o mutirão realizado no sábado entrou para a história dos atendimentos no Brasil.

Já tivemos mutirão de um procedimento específico ou de um tipo de exame. Este foi o mais diversificado já realizado nacionalmente na história do SUS.  É o maior mutirão do SUS já feito no Brasil inteiro e o mais diverso. Já teve situação de fazer mutirão de uma cirurgia, um tipo de procedimento. Nós fizemos em todo o Brasil, de Norte a Sul, com 45 hospitais, 1.060 cirurgias e mais de 10 mil procedimentos de diagnóstico, de consulta. É um movimento que não para hoje”, afirmou.

Para o ministro é necessário acelerar o atendimento de saúde pública em todo o Brasil, mesmo em capitais que dispõem de mais médicos e hospitais. Ele citou um exemplo no Rio de Janeiro, onde foi identificado um paciente que esperava há dez anos para fazer uma cirurgia.

Enquanto não vira urgência acaba não passando na frente de outros procedimentos e acaba ficando de lado. Essa ação do Agora tem Especialistas tem esse papel de identificar pacientes que estão há muitos anos esperando”, completou.

Prioridade aos pacientes de câncer

Entre os atendimentos ofertados, estão procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade, consultas especializadas e exames de imagem, como radiologia convencional, ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia, mamografia, endoscopia, colonoscopia e biópsias. Padilha orientou que a prioridade dos atendimentos fosse aos pacientes oncológicos.

A gente tem grande prioridade no câncer, porque no câncer tempo é vida. Fazer o diagnóstico o mais rápido possível, começar a cirurgia o mais rápido possível, pode significar a vida ou a morte daquele paciente”, observou.

Ainda segundo o ministro, em todo o país existem prioridades também para demandas que têm maior tempo de espera e impactam mais na população.

“São os problemas de saúde da mulher e toda a parte de ginecologia; a oncologia que é a parte do câncer; os problemas de visão, a gente envelhece cada vez mais e cada vez mais tem cirurgias e exames para tratar da visão; os problemas de ortopedia; de otorrino na parte da audição; são as grandes prioridades, além do câncer”, explicou.

Já o ministro da Educação, Camilo Santana, reforçou que o objetivo é garantir que esses atendimentos possam ser realizados o mais rápido possível, reduzindo filas e o tempo de espera em todo o país.

Essa ação no programa Agora Tem Especialistas representa uma integração estratégica entre o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde. Estamos mobilizando toda a rede federal. O MEC está à disposição para construirmos juntos esse esforço histórico em defesa da saúde pública brasileira”, afirmou Santana.

O Dia E – Ebserh em Ação também promove a aprendizagem dos estudantes da área da saúde, que puderam testar seus conhecimentos supervisionados pelos professores e demais profissionais da Rede Ebserh. Mais de dois mil médicos, professores, residentes, estudantes de graduação e outros trabalhadores da saúde da Rede Ebserh participaram da iniciativa, que priorizou áreas essenciais para o SUS como oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher

O envolvimento dos hospitais universitários federais, coordenados pela Ebserh, é decisivo para garantir a formação de novos especialistas e a ampliação da capacidade de atendimento à população”, disse Padilha.

O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, explicou que o Dia E está alinhado ao programa Agora Tem Especialistas. “É isso que mobiliza para que a gente possa ajudar esse esforço do Brasil de garantir – da consulta à cirurgia – as necessidades da população”, comentou.

União pela saúde dos brasileiros

Durante o Dia E, oito ministros de Estado, além de reitores, parlamentares, prefeitos e secretários municipais e estaduais de saúde, participaram das ações nos hospitais universitários.

Foto: João Risi/MS
Foto: João Risi/MS

A secretária de estado de Saúde do Rio de Janeiro, Claudia Mello, comemorou a parceria com os ministérios da Saúde e da Educação, porque também será acelerado o tratamento de pacientes do estado. Segundo ela, quando se consegue verificar a fila interna de uma unidade é possível aumentar o acesso para novos pacientes chegarem ao sistema de saúde.

A gente está avançando no país como um todo em 45 universidades no mutirão. É importante para nós do Rio de Janeiro e para o Brasil na diminuição de filas. Isso é o SUS avançando a cada dia”, pontuou.

Saúde da mulher

Na capital fluminense, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, acompanhou o mutirão no Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CH-UFRJ), acompanhada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e pelo presidente da Ebserh, Arthur Chioro. 

Antes da visita ao Hospital Gaffrée e Guinle, na Tijuca, zona norte do Rio, o ministro da Saúde esteve no mutirão do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, e na sequência foi à maternidade Paulino Werneck, Ilha do Governador, zona norte da cidade, onde anunciou medidas de reforço à saúde da mulher.

Também acompanharam o mutirão, em outros estados, os ministros Camilo Santana (Educação), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Margareth Menezes (Cultura), Márcia Lopes (Mulheres) e Márcio Macedo (Secretaria Geral da Presidência da República).

Da Agência Brasil e Ministério da Saúde

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