O primeiro caso de HIV no Brasil foi registrado na cidade de São Paulo, no Hospital Emílio Ribas, em 1980, e afetou a vida de centenas de pessoas de diferentes classes sociais. De um lado, a redemocratização do país fazia emergir uma rica cena cultural e mais liberdade em relação à expressão e orientação sexual. De outro, os contagiados pela doença não tinham acesso a medicamentos para lutar pela vida. De lá pra cá, muita coisa mudou e, ano após ano, é bem retratada nos cinemas e streamings.
Três produções que tratam sobre os desafios da Aids no Brasil estrearam neste Dia Mundial de Luta contra a Aids (1 de dezembro). O destaque é a quarta temporada do doc-reality ‘Deu Positivo’ que mostra como é possível hoje ter uma boa qualidade de vida mesmo estando infectado. Tem ainda a esperada biografia de Herbert de Souza, ‘Betinho: No Fio da Navalha’ e a websérie “HIV 40 Anos – Aids e suas histórias”. E para 2024 deve estrear a minissérie nacional ‘Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente’. Confira e não deixe de assistir!
Como é viver com HIV no Brasil e em outras partes do mundo
Empatia, não-julgamento, autoconsciência e cordialidade podem ser considerados alguns pilares importantes das relações humanas. E, para as pessoas que vivem com HIV, esses fundamentos podem ter ainda mais importância e significado. A quarta temporada de “Deu Positivo” mostra ao público como é viver com HIV no Brasil e em outras partes do mundo.
Ao mostrar o poder dessas conexões e interações sociais, o doc-reality promete romper barreiras, atravessar fronteiras e oceanos com histórias de personagens que embarcam em uma jornada de troca, arte e companheirismo, moldada por uma road trip repleta de descobertas e experiências.
Tendo o Rio de Janeiro como ponto de partida, a série traz, em três episódios, um grupo diverso de pessoas que vivem com HIV que se une em uma viagem de motorhome até Campinas para participar de um sarau artístico. Deu Positivo estreia neste Dia Mundial de Combate à Aids trazendo luz para o público em geral um tema tão relevante e que atinge cerca de 1 milhão de pessoas no país.
Idealizado pela Vbrand e coproduzido com a Cine Group, com o apoio da GSK/ViiV Healthcare, o doc-reality vai ao ar nos dias 1, 2 e 3 de dezembro, às 19h30, na MTV e no Pluto TV (serviço de streaming gratuito da Paramount), no canal 157, às 22h. Além disso, o canal MTV Pluto TV transmite uma maratona com três episódios no dia 4 de dezembro, às 22h.
“Esta temporada é diferente de todas as outras. Pela primeira vez, gravamos fora de São Paulo e pegamos a estrada do Rio de Janeiro até Campinas, além de Londres, o que gerou uma conexão mais profunda entre as pessoas, que tiveram a oportunidade de expor suas vivências e trazer pontos de vista mais reais e contemporâneos sobre a temática do HIV“, comenta Otávio Chamorro, diretor da quarta temporada de ‘Deu Positivo’.
Ao longo desta nova temporada, o público irá conhecer mais sobre Rafaela Queiroz, a Rafuska; o promotor de eventos Jonatas Nascimento; o estudante Walter Sabino; Rafael Viana, o Rafa Roller; o esteticista Raul Moschen; a arquiteta Daniela Xavier; o ator Evandro Manchini; e os irlandeses Harry Whitfiled e Michael O’Dea. Participa ainda Felipe Nóbrega, que integrou a terceira temporada, e veio ajudar a organizar o sarau.
Por que se vive hoje melhor com HIV do que há 40 anos?
Segundo Chamorro, é fundamental reduzir o preconceito e informar sobre tudo o que está evoluindo em termos de tratamento e prevenção contra o HIV. “Muitas pessoas ainda associam HIV exclusivamente ao preservativo e a uma sentença de morte, o que está muito longe de ser verdade”, ressalta.
Para Rodrigo Zilli, diretor médico associado de HIV da GSK/ViiV Healthcare no Brasil – empresa que patrocina o reality, a série dá visibilidade para um tema urgente que, infelizmente, pode acometer qualquer pessoa, em qualquer idade, e qualquer orientação sexual.
“Por meio de histórias reais e emocionantes, ‘Deu Positivo’ é uma excelente forma de levar informação para a população em geral sobre como é viver com HIV, quais são os desafios, as superações”, conta. Ainda segundo o médico, a série mostra que, hoje em dia, é possível viver com saúde e qualidade de vida graças ao avanços nos tratamentos.
“Nesta quarta temporada, continuamos fortalecendo a importância da testagem, do diagnóstico precoce e da correta adesão ao tratamento. Dessa forma informativa e leve, seguimos contribuindo para o enfrentamento do HIV/AIDS no país”, destaca.
“Chegamos ao quarto ano desta série que tem como propósito o entretenimento de impacto. Queremos contribuir para a transformação da abordagem do HIV entre o público jovem, que busca autenticidade e verdade em tudo que consome. E, agora, realizamos o sonho de amplificar a mensagem além-fronteiras com uma primeira temporada internacional – e muita troca de experiências e vivências”, explica Fernanda Menegotto, sócia-diretora da Vbrand.
Veja outras produções sobre a epidemia de Aids no Brasil
‘Betinho: No Fio da Navalha’: a luta contra a Aids no Brasil
Nesta sexta (1/12) também chega ao Globoplay a série Original “Betinho: No Fio da Navalha”, que retrata a luta de Herbert de Souza, o Betinho, por grandes causas sociais – em especial, a fome e a Aids – e resgata momentos importantes da vida do homenageado entre os anos 1960 e 1990. Em seu caminho, o ativista – que era hemofílico – enfrentou o HIV, a ditadura militar e tantos outros obstáculos pessoais.
Protagonizada por Julio Andrade, que também integra o time de direção, a obra biográfica tem produção criada por José Junior e direção geral de Lipe Binder. São oito episódios, disponibilizados semanalmente, dois a cada sexta-feira.
‘HIV 40 Anos: Aids e suas histórias’
A websérie “HIV – 40 Anos – Aids e suas histórias” revive os desafios da transmissão vertical do HIV no Brasil a partir da memória de pessoas que estiveram na linha de frente contra a aids. Entre elas, estão a médica Marinella Della Negra, responsável pelo atendimento de crianças vivendo com HIV no Hospital Emílio Ribas, e Maria Cristina Abbate, que está à frente da Coordenadoria Municipal de IST/Aids de São Paulo.
Criada por Roseli Tardeli, a websérie conta com seis episódios produzidos pela Agência de Notícias de Aids. O primeiro, um compilado de toda a série, foi lançado nesta sexta, 1º, no CineSesc, em São Paulo. Em seguida, o vídeo será disponibilizado na TV Sesc, nas redes sociais do Sesc São Paulo e nas redes sociais da Agência Aids. Novos episódios estarão disponíveis a cada 20 dias.
‘Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente’

Em meio aos enormes desafios para tratar a Aids, o Brasil saiu na frente e se tornou o primeiro país da América Latina a isolar o HIV-1, em 1987. No mesmo ano, deu-se início a administração do AZT para pacientes com Aids no mundo. Na época, o medicamento não tinha venda permitida no país, mas era a única saída para quem fosse diagnosticado com a doença no estágio avançado.
“Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente”, nova minissérie nacional, anunciada pela HBO, conta a história dos trabalhadores de empresas aéreas que passaram a contrabandear o AZT para o Brasil. Com cinco episódios, o drama inspirado em acontecimentos reais se passa durante a epidemia de Aids no Brasil nos anos 1980/90, mas ainda não tem data de estreia.
“A série é inspirada em eventos e personagens reais, um momento de luta por direito à saúde acima do preconceito”, comenta Silvia Fu, diretora de Produção de Conteúdo Brasil da WBD. “É uma grande responsabilidade retratar esse momento tão marcante na vida de uma geração, e queremos trazer essa mensagem para o público da melhor maneira possível.”
Fazem parte do elenco Ícaro Silva, Johnny Massaro, Bruna Linzmeyer e Igor Fernandez. A minissérie conta com direção geral de Marcelo Gomes e direção de Carol Minêm Thiago Pimentel, Mariza Leão e Tiago Rezende assinam a produção. Os roteiros são de Leonardo Moreira e Patricia Corso. O projeto é uma coprodução com a Morena Filmes.
‘Os Primeiros Soldados’ da guerra contra a Aids
Vale ainda assistir “Os Primeiros Soldados”, um dos grandes lançamentos do cinema nacional em 2022 sobre o tema. O longa acompanha membros da comunidade LGBTQIA+ que buscam formas de resistir à epidemia de Aids. O filme é uma homenagem à memória daqueles que enfrentaram a doença e seus estigmas logo no seu começo.
A produção se passa em Vitória (ES), no começo dos anos 1980, e teve uma bem sucedida trajetória em festivais pelo mundo e premiado em eventos na Índia, Brasil, Reino Unido, França e EUA, entre outros territórios. A direção é de Rodrigo de Oliveira com produção da Pique-Bandeira Filmes.

Com Assessorias e agências







