O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 500 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão. Entre as principais doenças que causam cegueira estão catarata, responsável por quase metade (47%) dos casos de cegueira reversível no mundo; glaucoma, que atinge quase 80 milhões de pessoas, além de retinopatia diabética, descolamento de retina e degeneração macular etária.

O mês de prevenção e combate à cegueira, marcado pela campanha Abril Marrom, especialistas alertam para a necessidade de ampliar os cuidados para além da saúde dos olhos. Isso porque doenças crônicas não transmissíveis, maior causa de morte na população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde, também são fatores de risco para desenvolvimento de problemas graves relacionados à visão.

Diabéticos, por exemplo, estão sujeitos a complicações como a retinopatia diabética, lesão da retina que pode levar à perda de visão. Da mesma forma, pacientes com hipertensão têm um risco de retinopatia hipertensiva, onde o aumento da pressão afeta o fluxo sanguíneo e gera uma atrofia da vascularização da área, resultando em danos permanentes”, alerta Alfonso Nomura, coordenador da oftalmologia do Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano do Sul, no ABC paulista.

Cada uma possui definições, características, tratamentos e sintomas singulares, mas, de modo geral, manifestam-se através de problemas como visão turva, dor intensa e repentina nos olhos, flashes de luz ou pontos flutuantes no campo visual e dor de cabeça.

Indivíduos em grupos de risco, como os que possuem doenças crônicas, enfrentam uma probabilidade aumentada de desenvolver questões graves na visão e, portanto, devem ser monitorados com regularidade. O ideal é fazer um acompanhamento multiprofissional periódico, manter hábitos saudáveis e, ao sentir mudanças ou a visão ruim, procurar um médico imediatamente”, orienta Dr. Alfonso Nomura.

O médico destaca ainda que, diferentemente do censo comum, de que os cuidados com a visão são uma preocupação apenas para pessoas em idade avançada, os cuidados preventivos devem começar desde cedo, já que o diagnóstico precoce é a chave para barrar o avanço das doenças e preservar a visão.

Para portadores de doenças crônicas e outras comorbidades o cuidado oftalmológico não é apenas uma questão de garantir uma boa visão, mas também de evitar contratempos que podem afetar significativamente sua qualidade de vida, tornando-se algo obrigatório”, complementa o especialista do São Luiz São Caetano.

5 cuidados importantes nesta época do ano

Acostumada a lidar com casos de doenças oculares diariamente, a oftalmologista Myrna Serapião, especialista em doenças externas oculares e córnea, transplante de córnea, doenças da superfície ocular e catarata do H.Olhos e diretora médica da Rede Vision One, salienta que existem diversas medidas que podem ser tomadas para prevenir a cegueira, dentre as quais destacam-se:

  • Realizar exames oftalmológicos: é importante fazer uma avaliação oftalmológica de rotina, mesmo que não haja sintomas aparentes. Esse tipo de exame pode detectar problemas oculares precocemente, o que aumenta as chances de tratamento bem-sucedido.
  • Proteger os olhos: usar óculos de sol com proteção UV, evitar olhar diretamente para o sol ou fontes de luz intensa, e usar equipamentos de proteção adequados em atividades que possam colocar os olhos em risco, como trabalhos com produtos químicos ou maquinário pesado.
  • Controlar doenças crônicas: como diabetes e hipertensão, que podem afetar a saúde ocular e aumentar o risco de cegueira.
  • Fazer exames precocemente: caso tenha qualquer problema de visão ou dor nos olhos, é importante procurar um médico oftalmologista o mais rápido possível. O tratamento precoce de doenças oculares pode ajudar a evitar a perda da visão ou atrasar sua progressão.
  • Educação em higiene: ensinar e praticar medidas simples de higiene, como lavar as mãos regularmente, não coçar os olhos, pode ajudar a prevenir infecções oculares, como conjuntivite.

Com Assessorias

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