adolescência, período que vai dos 10 aos 19 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é marcada por descobertas e transformações. Quando uma gestação ocorre nessa fase, os impactos são significativos, tanto na vida quanto no corpo das jovens. Com uma taxa de gravidez na adolescência estimada em um a cada sete bebês nascidos e cerca de 48 nascimentos a cada hora, o Brasil se destaca mundialmente no cenário mundial desse enorme problema de saúde pública,

Para a médica Maria Sode Kaminise, obstetra e ginecologista da Unimed Araxá, uma gestação na adolescência acarreta grandes mudanças para as jovens, podendo influenciar a saúde física, mental e emocional.

“Além das implicações psicossociais, como o abandono dos estudos, a pressão emocional e a dependência econômica dos familiares, a gravidez na adolescência contribui para a perpetuação da pobreza, baixo nível de escolaridade e violência familiar. São fatores que geram uma desestruturação emocional significativa tanto para a mãe quanto para o filho”, destaca a médica.

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Falta de acompanhamento adequado é um dos desafios

A falta de apoio e acompanhamento adequado durante a gestação também são desafios enfrentados pelas jovens mães. A ausência de informações sobre alimentação materna, amamentação, cuidados com o recém-nascido e vacinação da criança contribui para uma gestação menos saudável e aumenta os riscos para mãe e filho.

“Um dos problemas mais graves associados à gravidez na adolescência é o aborto inseguro, que representa uma das principais causas de morte materna. O número de adolescentes submetidas a abortos inseguros é alarmante, e os riscos para a saúde e a vida da jovem são elevados”, alerta a médica.

Pré-natal especializado de alto risco é fundamental

Para lidar com as complicações específicas da gravidez na adolescência, um pré-natal especializado de alto risco é essencial. Esse acompanhamento permite diagnosticar precocemente possíveis complicações, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, má formação fetal, prematuridade e infecções, contribuindo para um parto mais seguro.

Além da assistência médica, a atenção à saúde mental das gestantes adolescentes é fundamental. “Depressão pós-parto e durante a gravidez são comuns nesse grupo e requerem um atendimento multiprofissional, envolvendo médicos especialistas, nutricionistas e psicólogos”, ressalta Dra. Maria Sode.

Fatores de risco incluem desinformação e violência

Diversos fatores contribuem para a ocorrência da gestação precoce, desde a falta de esclarecimento sobre métodos contraceptivos até questões como violência, baixa autoestima e carência afetiva. Nesse contexto, a educação desempenha um papel crucial na prevenção da gravidez na adolescência.

“O esclarecimento sobre métodos contraceptivos e o diálogo aberto na família e na escola são estratégias eficazes para evitar gestações não planejadas entre os jovens. Políticas públicas integradas e programas educacionais abrangentes são fundamentais para enfrentar o problema da gravidez na adolescência e garantir um futuro mais saudável e promissor para as jovens brasileiras”, finaliza.

Fonte: Unimed Araxá

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