O mês de fevereiro ganha a cor roxa para conscientizar sobre as doenças Lúpus, Alzheimer e Fibromialgia. Apesar de serem doenças diferentes, apresentam semelhanças: são crônicas e incuráveis, com causas desconhecidas pela medicina, elas atingem grande parte da população.

Essas doenças precisam de tratamento contínuo e multidisciplinar, com apoio de profissionais como reumatologistas, neurologistas, psicólogos e psiquiatras. Além disso, essas enfermidades exigem mudanças de hábitos como práticas de atividades físicas e a introdução de uma alimentação saudável.

Criada em 2014, a campanha Fevereiro Roxo que recebe o apoio das Secretarias de Saúde de todo Brasil, vem para conscientizar a população para que estas doenças sejam identificadas ainda na fase inicial, para que seus sintomas sejam controlados ou retardados, oferecendo melhor qualidade de vida aos pacientes acometidos por estas patologias.

Nesses casos, o diagnóstico precoce é essencial para que os sintomas sejam controlados e os pacientes tenham uma qualidade de vida melhor, mesmo convivendo com uma doença que não tem cura. Para isso, é necessário procurar a especialidade correta. Por isso, a principal intenção da campanha é fazer com que a sociedade entenda que esses distúrbios, apesar de diferentes, quando diagnosticados precocemente podem ter os sintomas controlados, melhorando a qualidade de vida de quem convive com eles. 

“O Fevereiro Roxo busca trazer os holofotes para a fibromialgia e o lúpus. Ambas as enfermidades são de cuidado da reumatologia, junto a outras especialidades e áreas da saúde. As duas, que têm tantas diferenças em termos de predisposição, quadro clínico e instalação, têm em comum o fato de trazerem sofrimento, dúvidas, angústias, medos e as mais diferentes queixas para quem é portador”, ressalta a presidente da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro e reumatologista da UFRJ, Carla Dionello.

Sintomas podem ser confundidos com outras doenças

Tanto a fibromialgia quanto o lúpus apresentam sintomas que podem ser inofensivos e facilmente confundidos com outras causas. Sintomas como cansaço, alteração de sono e quadros de ansiedade são quase sempre atribuídos ao estresse, mas podem ser indícios de fibromialgia. O lúpus é uma doença inflamatória e autoimune com sintomas diferentes em cada local do corpo. Os mais comuns são: manchas avermelhadas na pele, perda de peso, febre, fraqueza, dores nas articulações, queda de cabelo e anemia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o lúpus ocorre em qualquer pessoa, porém, as mulheres são muito mais acometidas, principalmente entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais frequente em pessoas mestiças e afrodescendentes. Estima-se que no Brasil existem aproximadamente 65 mil pessoas com lúpus. Já a fibromialgia, são mais de 150 milhões de pessoas que sofrem dessa doença no mundo. Segundo o estudo “A prevalência da fibromialgia no Brasil”, calcula-se que existam quatro milhões de pacientes no Brasil, destes, entre 75% e 90% dos afetados são mulheres.

Para Bruna Burko Rocha Chu, reumatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), essas campanhas são importantes pois ajudam os pacientes a identificarem algo errado. “Movimentos como esse fazem as pessoas reconhecerem os problemas que sofrem e acabam procurando ajuda médica já na fase inicial. Com isso, a chance de um diagnóstico precoce e a melhora da doença ajudam numa melhor qualidade de vida desse paciente, já que as doenças não têm cura”, ressalta

Segundo a especialista, a fibromialgia causa dor crônica em várias partes do corpo por mais de três meses. “São dores difusas envolvendo músculos, tendões e ligamentos. Quando uma dor não é explicada por exame, devemos suspeitar da doença. Além das dores, o paciente também sente muita fadiga, acordando cansado. A doença pode causar outras adversidades, como problemas intestinais, na urina, sensibilidade a barulhos, problemas de humor e ansiedade”, explica. Ela completa, ainda, que o exercício físico é um dos principais tratamentos para a doença, além da terapia cognitiva comportamental.

A professora explica que o lúpus também é uma doença crônica, porém, autoimune, no qual o sistema de defesa do nosso corpo acaba atacando os órgãos, ou seja, é um mau funcionamento do sistema imunológico. “A dor do lúpus melhora com movimento e piora com repouso, mas tem tratamento. É 10 vezes mais comum em mulheres do que em homens”, lembra.

Entenda cada tipo da doença de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia e a Associação Brasileira de Alzheimer:

Lúpus – O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune (o próprio organismo ataca órgãos e tecidos). São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. O diagnóstico deve ser feito pelo conjunto de alterações clínicas e laboratoriais, e não pela presença de apenas um exame ou uma manifestação clínica isoladamente.

Fibromialgia–  Cerca de 5% da população pode sofrer cronicamente com dores pelo corpo, a ponto de temer abraços e evitar o toque. A dor é sentida com maior frequência nos músculos. A esse quadro, soma-se também um sono não reparador. Os pacientes não acordam descansados. Exames e pesquisas recentes apontam que as dores são causadas por uma disfunção no cérebro que resulta em uma amplificação dos impulsos dolorosos. Estima-se que a doença atinge principalmente mulheres em sua idade produtiva – entre 30 e 55 anos, e  a cada dez pacientes com fibromialgia, entre sete e nove são do sexo feminino.

Alzheimer – Fevereiro Roxo também conscientiza sobre o Alzheimer, que é a forma mais comum de demência e tem como principal sintoma a perda de memória recente e a confusão mental. Quando diagnosticada no início, é possível retardar a progressão da doença e os sintomas mais avançados como a perda da memória remota (fatos mais antigos), falhas na linguagem e desorientação de espaço e tempo.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade. A causa é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A doença, incurável, instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. O objetivo do tratamento é retardar a evolução e preservar por mais tempo possível as funções intelectuais. Os melhores resultados são obtidos quando o tratamento é iniciado nas fases mais precoces.

Com Assessorias

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