Férias, verão, piscina são uma ótima combinação. Porém, deve-se ter atenção redobrada com as crianças. Infelizmente, neste período, acidentes não são raros e podem trazer consequências graves ou até fatais. De acordo com o Ministério da Saúde, a queda é a principal causa dos acidentes domésticos registrados no Brasil, respondendo por quase metade dos casos. Já os afogamentos são a segunda maior causa de morte entre crianças com idade de zero a 14 anos, com uma média de 2,6 óbitos por dia.
Nas férias de verão, á um esforço dos pais, independente da classe social, para fazer com que os filhos brinquem mais ao ar livre, alguns até limitam o acesso diário das crianças à celulares e tablets. Com isso as crianças realizam atividades esportivas e de lazer com maior frequência e ficam mais expostas a riscos de acidentes. Fora da escola, os riscos de contusões e fraturas também crescem.
Há um aumento de até 20% nos atendimentos a crianças, durante as férias. A maioria das lesões são nos membros superiores, antebraço, punho, clavícula e ombro, desde escoriações até fraturas com indicações cirúrgicas”, afirma Rômulo Brasil Filho, ortopedista do Hospital Santa Catarina. Recentemente, o médico tem observado um retorn
o de lesões comuns até as décadas de 1980 e 1990, ocorridas em brincadeira s com bicicleta, patins, bola e trepa-trepa.
Adulto deve supervisionar brincadeiras
O ortopedista destaca a importância do esporte para o desenvolvimento dos pequenos, mas ressalta que os pais não podem cobrar resultados dos filhos. “Eles (pais) devem enxergar apenas como atividade de lazer, que promove o relacionamento com outras crianças. O esporte traz ganhos para concentração, disciplina e ensina sobre ganhar e perder”.
Seja brincadeira ou atividade física, é importante que um adulto supervisione a criançada para evitar acidentes. O cuidado se estende, ainda, a dentro de casa. Na cozinha, por exemplo, há fogo e objetos cortantes, portanto, é melhor restringir a presença dos pequenos neste espaço. Rede de proteção nas janelas e o “revestimento” em cantos e quinas também são fundamentais.
As crianças fazem coisas impossíveis. Os pais devem estar sempre atentos. Mas vale lembra que meninos e meninas precisam de duas coisas: convívio social e atividades físicas, e isso só é possível reunindo um grupo deles”.
Dicas para evitar afogamentos
A cirurgiã pediátrica Mariah Mello, do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), alerta que afogamentos ocorrem de maneira rápida e silenciosa.
Por possuírem a cabeça mais pesada que o corpo, crianças com até quatro anos de idade ainda não têm força suficiente para se levantarem sozinhas e nem capacidade de reagirem rapidamente. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar até mesmo em recipientes com apenas 2,5 cm de água ou outros líquidos, seja uma banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, mar ou rio”, diz ela.
Para aproveitar o momento de diversão com mais segurança, Dra. Mariah dá dicas que podem evitar muitos acidentes, confira:
Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um segundo. O adulto responsável não deve estar envolvido em outras atividades, incluindo o celular, socializar, cuidar de tarefas ou ingerir bebida alcoólica.
Crianças devem aprender a nadar em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também.
Muitos casos de afogamentos acontecem com pessoas que sabem nadar. Portanto, não superestime a habilidade de crianças e adolescentes, saber nadar não exclui a necessidade de um adulto as supervisionando.
Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar.
O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis podem estourar ou virar a qualquer momento.
Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e portões com cadeados ou travas de segurança.
Ensine as crianças a respeitarem as placas de cuidado nas praias, rios e piscinas, bem como, as orientações dos guarda-vidas.
Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento de emergência sempre visível (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros: 193).
Depois do uso, mantenha baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças.
Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada, mantenha a tampa do vaso sanitário baixada e com um dispositivo de segurança.
As cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos devem estar sempre trancados.