O Brasil está atrasado em relação à defesa dos animais. E a pandemia contribuiu muito para isso. De acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB) o número de animais de estimação em situação de vulnerabilidade mais do que dobrou em dois anos. De 2018 para 2020, pets em condição vulnerável subiram de 3,9 milhões para 8,8 milhões, de acordo com levantamento, que faz um raio-X da proteção animal no país.

A pesquisa considera como ACVs – Animais em Condições de Vulnerabilidade aqueles que vivem sob tutela das famílias classificadas abaixo da linha de pobreza, ou que vivem nas ruas, mas recebem cuidados de pessoas ao redor. Do total da população ACV, cães representam 69,4% (6,1 milhões), enquanto os gatos correspondem a 30,6% (2,7 milhões). Em 2018, cães eram 69% (2,69 milhões), enquanto os gatos correspondiam a 31% (1,21 milhão).

A questão foi levantada durante o painel “Maus Tratos: a Normalização do Erro”, realizado durante o Congresso VegFest, um dos maiores eventos veganos das Américas, que acontece até domingo (11), no Centro de Conferências Anhembi (SP).Durante os debates, os participantes apresentaram seus trabalhos em defesa dos animais, destacando a crueldade que vivenciam diariamente.

Também destacaram ser relevante o apoio institucional tanto em termos sociais, legais, de saúde pública e,  acima de tudo, na conscientização das pessoas no que se refere ao respeito do animal. E lembraram ainda que os animais, assim como os seres humanos, têm direitos e precisam ser respeitados como iguais aos seres humanos, pois, assim como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.

Direitos humanos e dos animais

No dia 10 de dezembro, quando se celebra o Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, também é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Animais, uma data que surgiu em 2018, na Inglaterra. Além de ser um movimento de proteção às espécies silvestres e animais de criadouros, a data hasteia a bandeira de defesa à dignidade e bem-estar dos pets, os nossos grandes companheiros.

Além de chamar a atenção para os animais vítimas de exploração e maus-tratos e conscientizar a população de que os animais são seres sencientes, a data tem como objetivos fomentar o debate público sobre a Declaração Universal dos Direitos dos Animais e formas alternativas de consumo consciente.

VegFest “dá voz” à proteção animal

A questão da proteção e qualidade de vida dos animais está presente no VegFest, aberto no último dia 8 com empresas como a PetVegan que desenvolve alimentos veganos específicos para os pets. Também estão no pavilhão ONGs de defesa animal como o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Ampara Animal, Celebridade Vira-Lata e Rancho Gnomo.

O painel “Maus Tratos: a Normalização do Erro’, mediado por Larissa Maluf, diretora de comunicação da Sociedade Vegetariana Brasileira – SVB, contou com Luli Sarraf, CEO e fundadoras do Celebridade Vira-Lata que conscientiza sobre animais domésticos e atua com mutirões de castração.

Também participaram Juliana Camargo, fundadora da Ampara que criou uma engrenagem capaz de sustentar sua estrutura operacional e apoiar 450 projetos em todo o país;  Silvia e Marcos Pompeu,  criadores do Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, fundado em 1991 com a missão de acolher e proporcionar vida nova aos animais (exóticos, silvestres e domésticos) vítimas de diversos crimes de maus-tratos.

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