Marcelinho queria ser advogado. Ultimamente, falava em ser médico para ajudar a salvar vidas nas emergências. O adolescente de 15 anos que morreu recentemente de febre amarela na área urbana de Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, mesmo já tendo tomado a vacina contra a doença, era portador de hemofilia, uma doença no sangue que impede o organismo de estancar um sangramento.
Em apelo público numa rede social, a família garante que a doença pré-existente não poderia ter sido um fator de risco para reduzir a resistência à febre amarela. E reforça a necessidade de se usar repelente, além de fazer a vacina. O menino tomou a vacina numa clínica particular em 2013. “Portanto, estava tecnicamente imunizado”, escreveu a mãe, Ana Paula Pêgo.
“AFIRMAR QUE A VACINA NÃO FUNCIONOU PORQUE ELE ERA HEMOFÍLIO E/OU SUA IMUNIDADE ERA BAIXA É FALSO. ALÉM DE FALSO DEMONSTRA TOTAL DESCONHECIMENTO SOBRE O ASSUNTO, POIS SE ISTO FOSSE VERDADE, A VACINA NÃO SERIA INDICADA PARA OS HEMOFÍLICOS E, AO TOMÁ-LA ELE TERIA O RISCO DE DESENVOLVER A FEBRE AMARELA EM 2013, O QUE ABSOLUTAMENTE NÃO OCORREU”, destacou Ana Paula. “Peço que qualquer pessoa e/ou profissional da área de saúde que pretenda falar sobre o caso se informe antes com os profissionais especializados no assunto”, completou.
Para ela, o filho morreu porque, ao julgar que estava imunizado há quatro anos, a família não adotou outras medidas de proteção, como uso de repelentes. “Agora após o ocorrido aprendi que um pequeno percentual das pessoas vacinadas não produzem anticorpos, ou seja, não ocorre a proteção contra a Febre Amarela (E A HEMOFILIA NÃO TEM NENHUMA CORRELAÇÃO COM ISSO!!!). Logo, além da vacinação que é imprescindível, o uso do repelente é importante para nos protegermos contra este mal”, aconselha.
Ana Paula ainda faz um apelo para que todos, inclusive quem se vacinou, use repelente: “Além da importância da vacinação contra a Febre Amarela, peço que todos divulguem a necessidade do USO do REPELENTE, que precisa conter a substância ICARIDINA ou PICARIDINA. Estou lutando para que esta informação seja multiplicada para que todos se protejam e novas mortes sejam evitadas!!!!!!!”, reforçou a mãe de Marcelinho nesta sexta-feira (23), em comunicado que recebeu mais de 1,5 mil compartilhamentos. “O MEU OBJETIVO É TÃO SOMENTE LEVAR INFORMAÇÃO E EVITAR NOVOS CASOS. SE ALGUÉM TIVESSE ME EXPLICADO ISSO ANTES, O MEU FILHO NÃO TERIA SIDO VÍTIMA DA FEBRE AMARELA”, diz ela, em um dos trechos.
Falha vacinal foi exceção, diz SES
O primeiro caso de falha vacinal contra a febre amarela foi confirmado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) na quarta-feira (21 de fevereiro). A pasta ressaltou que o caso trata-se de uma exceção, e que o melhor método para a prevenção continua sendo a vacina. Também por meio de nota, o Ministério da Saúde confirmou que a vacina a febre amarela, como as outras vacinas de rotina, proporciona imunidade de 90% a 98% de seus pacientes. O Rio já registra 99 casos confirmados da doença apenas este ano, com 44 mortes.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a falha é uma ocorrência raríssima, principalmente se comparada às milhões de pessoas que se preveniram depois de vacinadas. “A vacina tem se mostrado segura, com elevada eficácia não só no Brasil como no mundo, e destacamos que a recomendação de dose única é adotada não só no Brasil mas em todos os países do mundo”, afirma o ministério em nota.
Responsável por fabricar a vacina que abastece os postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país, a Fiocruz divulgou nota esclarecendo que a vacina é eficiente, mas há exceções. “A Fiocruz esclarece que nenhuma vacina produzida nacional ou internacionalmente pode ser considerada 100% eficaz, pois deve-se considerar que sempre há a possibilidade de um indivíduo corretamente imunizado não produzir os anticorpos em níveis desejáveis para conferir a proteção à doença, evento que é chamado de falha vacinal”, diz a nota.
Imunidade de 95% a 99%, segundo a Fiocruz
De acordo com o texto, a vacina de febre amarela produzida por Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz, é considerada altamente eficaz na proteção da doença, conferindo imunidade em 95% a 99% dos vacinados e tem sido utilizada para a prevenção da doença desde 1937. E que a falha de vacinação pode ocorrer por fatores relacionados à pessoa ou à vacina (veja abaixo). E reforça que a vacina ainda é a melhor forma de se prevenir da doença.
“Sabemos, no entanto, que há pessoas que têm contraindicação a vacinas produzidas a partir de vírus atenuado, como é o caso da vacina de febre amarela, e que, no Brasil, há diversas outras doenças transmitidas também por mosquitos para as quais não temos vacinas, como zika, dengue e chikungunya”. A nota destaca ainda a importância de “medidas preventivas adicionais, como o uso de repelentes, de acordo com as indicações do produto; mosquiteiros e telas nas janelas”.
‘Sempre ouvi que a vacina bastava. Com ele vacinado, eu me sentia protegida’
Ana Paula não acredita que a vacina que o filho tomou em 2013 estivesse com algum problema e, portanto, não tenha assegurado o efeito da imunização por toda a vida. “Até isso acontecer, eu sempre ouvi que a vacina bastava. Com ele vacinado, eu me sentia protegida. Na minha casa tem um monte de repelente. Se alguém dissesse para mim que existe um percentual que não produz os anticorpos, eu teria me prevenido”, lamentou.
A mãe do menino conta que ela e o marido também tomaram a vacina contra a febre amarela em 2013, em uma clínica particular, em virtude de uma viagem agendada para Manaus. “Na ocasião, o posto de saúde que procuramos informou que não tinha a vacina porque não estava em época de campanha. A clínica que procuramos gozava de boa reputação e nos foi indicada por um profissional da área de saúde da nossa confiança. No momento da vacinação, meu marido observou alguns detalhes como: número de lote, abertura dos frascos na nossa presença, uso de material descartável, refrigerador com controle de temperatura, etc. Fomos muito bem atendidos e todas as nossas perguntas foram respondidas”, explicou.
Fatores relacionados ao hospedeiro:
a. Imunodeficiência (ausência ou resposta imunológica deficiente);
b. Idade: imaturidade ou senescência da resposta imunológica;
c. Insuficiente resposta imune (outra que não a imunodeficiência) para um ou mais componentes antigênicos, tipos ou sorotipos de vacinas; esta talvez não seja medida pelas dosagens laboratoriais de anticorpos;
d. Interferência por outros agentes infecciosos;
e. Imunidade baixa: estado de saúde prévio, tais como desnutrição, doenças de base, uso de terapias imunossupressoras;
f. Interferência imunológica: anticorpos maternos, uso de imunoglobulinas;
Fatores relacionados às vacinas:
a. Interferência antigênica ou interações entre vacinas coadministradas.
Veja na íntegra o esclarecimento postado pela mãe de Marcelinho:
NOTA DE AGRADECIMENTO E ESCLARECIMENTOS DE EXTREMA IMPORTÂNCIA
AS INFORMAÇÔES VEICULADAS AFIRMANDO QUE A VACINA CONTRA A FEBRE AMARELA NÃO FOI EFETIVA NO CASO DO MEU FILHO POR CAUSA DA HEMOFILIA SÃO FALSAS!!!!!!!!
Peço que qualquer pessoa e/ou profissional da área de saúde que pretenda falar sobre o caso se informe antes com os profissionais especializados no assunto.
Obtive orientação da Dra. Mônica Hermida, Hematologista Coordenadora do Grupo de Coagulopatias Hereditárias do HEMORIO e do Dr. Rivaldo, Infectologista da FIOCRUZ, ou seja, duas autoridades sobre o caso.
PEÇO A LEITURA ATENTA E DETALHADA, EVITANDO CONCLUSÕES E OPINIÕES EQUIVOCADAS.
Quero agradecer em meu nome e de meu marido todas as orações e as inúmeras manifestações de carinho e solidariedade, inclusive de pessoas que sequer conhecemos.
Toda essa corrente de amor tem nos ajudado nesse momento tão difícil.
Seguem alguns esclarecimentos:
1) Eu e minha família somos cariocas e nos mudamos há 3 anos para a cidade de Teresópolis no Rio de Janeiro;
2) Meu nome é Ana Paula Pêgo, sou Contadora e Professora da UFRJ. Meu marido se chama Marcelo Pêgo e é Cirurgião-Dentista. Meu filho Marcelinho tinha 15 anos e estava cursando o 1° ano do Ensino Médio no Colégio George March em Teresópolis;
3) Meu marido, meu filho e eu tomamos a vacina contra a Febre Amarela em 2013, em uma clínica particular, em virtude de uma viagem agendada para Manaus. Na ocasião, o posto de saúde que procuramos informou que não tinha a vacina contra a Febre Amarela, porque não estava em época de campanha;
4) A clínica que procuramos gozava de boa reputação e nos foi indicada por um profissional da área de saúde da nossa confiança. No momento da vacinação, meu marido observou alguns detalhes como: número de lote, abertura dos frascos na nossa presença, uso de material descartável, refrigerador com controle de temperatura, etc. Fomos muito bem atendidos e todas as nossas perguntas foram respondidas;
5) Apesar de ter sido vacinado, foi confirmado que meu filho contraiu a Febre Amarela conforme Laudo emitido pela Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro – Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels;
6) O meu filho era portador de Hemofilia Tipo A Leve. Tinha uma vida absolutamente normal, inclusive fazia atividade física supervisionada pelo Profissional de Educação Física Prof. Marcelo Guarilha na Academia New Limit de Teresópolis, com autorização médica, além das atividades de educação física no colégio;
7) Todos os desafios que tive com o Marcelinho por conta da Hemofilia ocorreram em casos de acidentes. E, naturalmente, nesses casos a recuperação era mais lenta. Porém, em nenhum desses episódios ele tomou sangue e/ou seus derivados, como o Fator VIII;
8) A hemofilia é uma doença muito mal compreendida pelos leigos, e não raras vezes me deparei com o desconhecimento, inclusive por parte dos profissionais da área de saúde. Pelo fato da hemofilia possuir 2 tipos (A e B) e 3 classificações (leve, moderada e grave), a maioria das pessoas sempre a associam aos casos mais graves, que realmente impõem grandes restrições e complicações severas a estes pacientes, que NÃO era o caso do meu filho;
9) Com base em alguns comentários que vi circulando, esclareço:
a. HEMOFILIA NÃO É DOENÇA AUTOIMUNE;
b. AFIRMAR QUE A VACINA NÃO FUNCIONOU PORQUE ELE ERA HEMOFÍLIO E/OU SUA IMUNIDADE ERA BAIXA É FALSO. ALÉM DE FALSO DEMONSTRA TOTAL DESCONHECIMENTO SOBRE O ASSUNTO, POIS SE ISTO FOSSE VERDADE, A VACINA NÃO SERIA INDICADA PARA OS HEMOFÍLICOS E, AO TOMÁ-LA ELE TERIA O RISCO DE DESENVOLVER A FEBRE AMARELA EM 2013, O QUE ABSOLUTAMENTE NÃO OCORREU.
10) Com base nas orientações prestadas pelas autoridades públicas, imaginava que apenas com a vacinação minha família e eu estaríamos protegidos contra a Febre Amarela;
11) Agora após o ocorrido aprendi que um pequeno percentual das pessoas vacinadas não produzem anticorpos, ou seja, não ocorre a proteção contra a Febre Amarela (E A HEMOFILIA NÃO TEM NENHUMA CORRELAÇÃO COM ISSO!!!). Logo, além da vacinação que é imprescindível, o uso do repelente é importante para nos protegermos contra este mal.
O MEU OBJETIVO É TÃO SOMENTE LEVAR INFORMAÇÃO E EVITAR NOVOS CASOS. SE ALGUÉM TIVESSE ME EXPLICADO ISSO ANTES, O MEU FILHO NÃO TERIA SIDO VÍTIMA DA FEBRE AMARELA.
O MARCELINHO SEMPRE QUIS SER ADVOGADO, MAS RECENTEMENTE ELE QUERIA SER MÉDICO. JÁ ESTAVA LENDO UM LIVRO DE MEDICINA QUE RECEBEU DO MEU CUNHADO, QUE É SEU PADRINHO E MÉDICO, E ASSISTINDO VÍDEOS DE CIRURGIAS NO YOUTUBE.
ELE DIZIA QUE QUERIA SER MÉDICO DE EMERGÊNCIA PARA SALVAR MUITAS VIDAS, E COM CERTEZA ISTO JÁ ESTÁ ACONTECENDO.
Sendo assim, ratifico o meu post anterior que fala sobre a importância da vacinação contra a Febre Amarela, e também do USO do REPELENTE, que precisa conter a substância ICARIDINA ou PICARIDINA.
Continuamos na luta para que esta informação seja multiplicada para que todos se protejam e novas mortes sejam evitadas!!!!!!!