Era Carnaval no início do século passado quando o Rio de Janeiro vivia assolado por surtos de varíola e febre amarela. Marchinhas carnavalescas ridicularizavam os esforços do médico e cientista Oswaldo Cruz para promover a vacinação em massa e livrar a população dessas doenças, que levaram milhares de doentes à morte. O desafio de conscientizar as pessoas, em meio a falsas notícias propagadas por jornais e fomentadas até pelo Congresso Nacional, é contado no livro ‘Cientistas Brasileiros’.

A obra, que será lançada ainda este mês de fevereiro na rede pública de ensino do Rio de Janeiro, com distribuição 60% gratuita, traz coincidências históricas, como as falsas notícias divulgadas no início do século XX de que, quem se vacinasse, viraria boi. Isso mesmo, boi! Agora, no século XXI, o jacaré foi o animal escolhido para o delírio antivacinista do ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como autor de algumas das principais fake news que atingiram também a saúde pública no Brasil.

“A cidade que tanto amo sofria com os surtos de febre amarela e varíola. E a população, o que fazia? Dava ouvido a toda sorte de boatos. O mais absurdo deles dizia que quem se vacinasse contra a varíola ficava com cara de boi! Será possível alguém acreditar nisso? Pois havia quem, e eram muitos!”, relata um trecho do livro, escrito de forma simples e leve, como se fosse um depoimento em primeira pessoa do próprio Oswaldo Cruz (veja mais no final da matéria).

A nova ameaça – de que viraria jacaré quem fosse vacinado contra a Covid-19 – deixou em polvorosa o ‘gado’, o nome dado aos fiéis seguidores do negacionismo de Jair – e quase colocou em risco a meta de vacinação contra a Covid-19 em plena pandemia que matou quase 700 mil pessoas. Muitos deles deixaram de se vacinar, acreditando que ele assim o faria. Crença que esta semana caiu por terra: Bolsonaro foi vacinado com uma dose da Janssen em julho de 2021, apontou relatório da Controladoria-Geral da União, divulgado esta semana.

Bolsonaro nega a informação, e a CGU investiga se o dado realmente é falso. O ex-presidente decretou sigilo ao próprio cartão de vacinação e qualquer informação sobre as doses de vacinas que ele possa ter recebido. A justificativa é que se trata de informação privada do ex-presidente. Ao assumir a presidência, Lula determinou à CGU que analisasse todos os sigilos impostos pelo governo Bolsonaro. Um dos sigilos é justamente o imposto por Bolsonaro ao cartão de vacinação.

Livro também fala de cientistas da atualidade

Lançado em meio ao início da recuperação das áreas de pesquisas, ciências e tecnologias no Brasil com a chegada do Governo Lula e o início do ‘fim das trevas’ no campo das Ciências, o livro destaca mais cinco pioneiros, além de Oswaldo Cruz – Carlos Chagas, Berta Lutz, Adolpho Lutz, Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão e Vital Brasil. 

Todos cientistas que deixaram seus nomes na história, seja por meio de suas descobertas, como vacinas e identificação de causadores de doenças ou pela atividade social. No conjunto estão o soro antiofídico, o barbeiro como transmissor da febre amarela e a doença de chagas.

O livro também traz alguns dos principais pesquisadores do país em atividade: Lygia Pereira, Carlos Nobre, Suzana Herculano-Houzel, Alan Alves Brito e Duília Fernandes de Mello. Os pesquisadores contemporâneos escolhidos têm trabalhos que dialogam diretamente com algumas das principais questões na pauta social, ambiental e racial brasileira.

Conheça um pouco do trabalho dos pesquisadores contemporâneos destacados no livro:

Humanos são 99,9% idênticos, aponta pesquisadora

No momento em que o país é confrontado com as condições sub-humanas que estão submetidos os indígenas Yanomamis, o trabalho de Lygia Pereira ganha visibilidade ao reafirmar que os humanos têm todos os mesmos DNAs, coordenadora do projeto DNA do Brasil, que estuda a composição genética da população brasileira, ela mostra o que pouca gente tem ideia: os humanos são 99,9% idênticos uns aos outros do ponto de vista do genoma.

“O genoma das pessoas não pode ser totalmente idêntico, senão seríamos todos clones, iguaizinhos. Nesse 0,1% estão nossas características individuais como a cor dos olhos, os tons de pele e os cabelos, mas também a nossa saúde. Estão determinadas as formas como nosso organismo vai trabalhar, por exemplo: como é o nosso metabolismo, como distribuímos a gordura no corpo, se temos facilidade em fazer músculos e nossa predisposição a doenças, tudo está nessa mínima porcentagem.”

No projeto DNA do Brasil, Ligia estuda a genética do povo brasileiro com o principal objetivo de conhecer a genética das doenças comuns no Brasil como asma, diabetes, Alzheimer, hipertensão, doenças cardiovasculares e hipertensão. Um resultado prático será o de saber quais medicamentos servem para cada pessoa. Quais as dos organismos e o melhor remédio para cada doença. A ideia é ter medicamentos mais precisos e eficazes que adaptem as proteínas e de forma mais inteligente para atuar diretamente nas doenças.

Saber cozinhar é diferencial humano

Suzana Herculano-Houzel, que foi a primeira cientista a contar o número de neurônios nos cérebros, mostra em sua pesquisa a relação entre a alimentação e a atividade cerebral. Em tempos de retrocesso na segurança alimentar do país e volta da fome para grandes camadas da população, a pesquisa traz informações que devem levar as autoridades a agirem. Ela descobriu que a grande diferença entre humanos e outros animais foi a capacidade de cozinhar.

O cérebro humano gasta a mesma quantidade de calorias que os cérebros de outras espécies, uma média de seis calorias por bilhão de neurônios ao dia. Um cérebro com 86 bilhões de neurônios precisa de muita energia, cerca de 516 calorias por dia. Das 2 mil calorias que precisamos diariamente, 500 calorias são necessárias só para manter o cérebro funcionando. Os outros primatas que não cozinham, não conseguem a energia necessária para manter um corpo grande e um número alto de neurônios.

Gorilas e orangotangos, que pesam 75 quilos, obtêm cerca de 30 bilhões de neurônios comendo por oito horas e meia a cada dia.
Perspectiva afro-indígena par ensino de física e astronomia.

Pautas social, ambiental e racial em destaque

Carlos Nobre é um estudioso da Amazônia desde os anos 70 e uma das vozes que mais alertam para importância planetária da preservação do bioma. Para ele, o grande motivo da crise climática atual são os combustíveis fósseis: “O carvão, petróleo e gás natural têm que ficar enterrados. Se forem queimados, vamos ultrapassar os limites, ficaremos muito acima dos 2ºC de aumento da temperatura e um futuro insustentável”.

O pesquisador mostra a importância do conhecimento sobre a Amazônia e a relação da região com o planeta e afirma que o uso de energias renováveis como a solar e eólica é uma tendência mundial muito mais econômicas. O Brasil, diz, tem um dos territórios mais favoráveis para geração dessas novas possibilidades energéticas: “O futuro está na eletrificação dos transportes, os veículos elétricos já estão sendo testados em todo mundo”.

Já a pesquisa de Alan Brito, que  se debruça sobre o ensino de física e astronomia pela perspectiva afro-indígena, dialoga com a política antirracista que volta ao protagonismo no governo federal. Mostra que ao longo dos séculos o ensino de física e astronomia é eurocentrado. Um modelo que exclui as contribuições dos povos originários ou da diáspora africana. No Brasil, a perspectiva afro-indígena busca repensar os processos históricos e filosóficos da construção do conhecimento e sanar injustiças.

“Sem diversidade, a capacidade dessas ciências de responder a anseios e necessidades da sociedade brasileira fica comprometida e enviesada, por elas disseminarem um só modo de pensar e agir, dando origem a uma visão de um mundo que não é nem representativa, nem atravessada (diretamente) por grandes problemas do país. Ambientes culturais diversos garantem múltiplos pontos de vista, o que é salutar para as próprias atitudes científicas da física e astronomia”, afirma o pesquisador.

Mulher das Estrelas aproxima astronomia das crianças

Duília Fernandes de Mello é uma astrônoma brasileira que colabora com equipes da Nasa desde 1997 e é uma das autoras das imagens das chamadas profundezas do universo, tiradas com o telescópio espacial Hubble. É conhecida como a Mulher das Estrelas e procura inspirar os jovens a seguir carreira científica. Ela estuda como as galáxias interagem umas com as outras, como se formam e evoluem até se tornarem como a nossa, a Via Láctea.

É dela a descoberta das “bolhas azuis”, que são berçários de estrelas que nasceram do lado de fora das galáxias, entre duas galáxias. Duília diz que para o feito usou o satélite da NASA, GALEX, que faz imagens ultravioleta para detectar “estrelas grandonas, bem jovens e azuis”, que não podem ser observadas da Terra porque a luz ultravioleta é filtrada pela atmosfera.
Ela é mentora de universitários, jovens e crianças, inclusive com livros infantis para explicar os complicados temas da astronomia.

Marchinhas carnavalescas satirizavam Oswaldo Cruz

A chamada Revolta da Vacina também é tratada no trecho do livro sobre Oswaldo Cruz (Reprodução de Internet)

Confira um trecho da obra sobre Oswaldo Cruz, narrando os desafios vividos naquele início do século 20 e a luta contra o movimento antivacina:

Era Carnaval, e pela minha janela chegava a cantoria dos blocos passando na rua:
‘Bem no braço do Zé povo
chega um tipo e logo vai
Enfiando aquele troço,
a lanceta e tudo mais’

“Enfiando aquele troco”, vê se pode! O nome correto era “lanceta”, um antepassado da seringa, na minha época era a forma mais segura de aplicar as vacinas. Tem esse nome porque parece uma pequena lança, ou uma lança leve, daí lanceta. Uma gotinha da vacina era colocada na ponta e por um pequeno corte no braço, pronto: a vacina era aplicada e a pessoa salva!

‘Mas a lei manda que o povo
e o coitado do freguês
Vá gemendo na vacina ou
então vá pro xadrez’

Esses versos são de uma das marchinhas mais cantadas naquele Carnaval, dos primeiros anos de 1900, e me enchiam de tristeza.
Depois de tantas pesquisas para disponibilizar uma vacina que livrasse a população do Rio de Janeiro da varíola, era surpreendente essa resistência e o deboche, pensava eu, Oswaldo Cruz, nas minhas noites em claro.

Deviam ter medo era da doença, que matava um terço dos infectados, e não da vacina, que protegeria todos. O Rio era conhecido no exterior como “tumulo de estrangeiros”. Parece que esse terrível apelido se deveu ao fato de que, em 1895, um navio italiano atracou no porto da cidade e a viagem acabou virando uma grande tragédia. Dos 340 tripulantes, 333 pegaram febre amarela e 234 não sobreviveram.

Isso porque, apesar do Rio ser a capital do Império, as condições sanitárias e de higiene eram tão ruins que as doenças se espalhavam num piscar de olhos. A cidade que tanto amo sofria com os surtos de febre amarela e varíola.
E a população, o que fazia? Dava ouvido a toda sorte de boatos.
O mais absurdo deles dizia que quem se vacinasse contra a varíola ficava com cara de boi! Será possível alguém acreditar nisso? Pois havia quem, e eram muitos!

De onde saiu tamanha bobagem, não sei ao certo, mas acho que a onda pode ter começado pelo fato de a vacina ter sido desenvolvida a partir de um tipo de varíola que acometia vacas, e percebeu-se que quem ordenhava as vacas ficava imune a varíola humana. E por isso que a palavra “vacina”, que em latim significa “de vaca”, passou a designar todas as aplicações que produzem anticorpos. Nos seriamos mágicos e não cientistas se conseguíssemos transformar pessoas em animais com apenas uma gotinha. Ai, ai, virar boi é o fim da picada.

Não fui eu quem inventou a vacina contra a varíola, muito menos o medo. Essa vacina foi descoberta em 1796 por um médico lá na Inglaterra, cem anos antes de eu ser nomeado ao cargo. Mas a desconfiança das pessoas que não conhecem a ciência sempre foi grande. Meu papel foi cuidar da população, cumprindo a lei da vacinação obrigatória. Talvez devêssemos ter explicado melhor como uma vacina funciona”.

(..) A vacina da varíola era como um treinamento para que, depois da aplicação, o corpo passasse a ter um exército pronto e alerta para combater o inimigo.

A varíola e causada por um vírus muito resistente e contagioso. A transmissão se dá de pessoa para pessoa. Por isso, tive que tomar medidas radicais: vacinação obrigatória, isolamento dos doentes, notificação dos casos da doença e desinfecção das casas. Só os vacinados podiam ser contratados para trabalhos, matriculados nas escolas e teriam permissão para viajar. Precisei até autorizar que os médicos entrassem na casa das pessoas, mesmo daquelas que não queriam abrir as portas. Todos deviam ser vacinados, só assim a cidade estaria livre da pandemia.

Então teve início a confusão. Os jornais começaram a nos difamar, dizendo que as medidas para a saúde eram um “código de torturas”. As marchinhas de Carnaval ridicularizavam o que fazíamos. Pessoas que não acreditavam na vacina reagiam de forma violenta. Imaginem que até o Congresso Nacional protestou e organizou uma liga contra a vacina obrigatória.
Contra a vacina?! Como uma parte do Governo era contra? O que estava acontecendo?

No dia 13 de novembro de 1904 (ah, me lembro bem dessa data, como poderia esquecer?) estourou uma rebelião que ficou conhecida como “A Revolta da Vacina”. Houve quebra-quebra, troca de tiros, mortes, incêndios e manifestantes presos. Muita gente na rua. Minha casa foi apedrejada durante a noite. Temi por minha esposa e pelas crianças.

Mas por que tamanha reação se a vacina só causava o bem e não fazia mal algum? A verdade e que havia muitos outros problemas e a tensão era grande. Nessa época, o Rio era a capital do Brasil e de onde o presidente governava. Uns queriam depor o presidente e trazer de novo um rei, um monarca da família imperial. Eram os monarquistas, que desejavam recuperar as regalias que tinham perdido.

Mulheres e crianças que tinham sido escravizados foram abandonados à própria sorte. Saiam das fazendas sem dinheiro e partiam para a capital, iam viver em cortiços, onde já moravam muitas outras pessoas pobres. Justamente nesse período, o prefeito Pereira Passos estava iniciando uma transformação no Centro do Rio. Para que as ruas fossem alargadas, esses cortiços e muitas casinhas estavam sendo derrubados.

Já não era permitido levar as vacas de casa em casa para fornecer o leite, nem vender miúdos e carnes nas ruas do Centro. E as medidas que tomei no combate a varíola foram a gota d’agua.

A revolta explodiu. Uma semana depois, o Governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina, o que foi um grande retrocesso, já que alguns anos depois, em 1908, um novo surto de varíola infectaria mais de 9 mil pessoas na cidade…
A varíola não era minha única missão, infelizmente. Eu também precisava combater outras enfermidades. Como a cidade não tinha saneamento e o esgoto corria a céu aberto, o cheiro era muito ruim.

Todos achavam que a malária era causada por esses “mal ares”, daí o nome da doença. Foram os pesquisadores cubanos que descobriram que não era nada disso e que a transmissão da doença era feita pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo agente que no futuro causaria a dengue. Ciência é assim, compartilhamos descobertas para o bem da humanidade. Se os mosquitos eram os culpados, precisávamos de uma estratégia para combatê-los.

A solução foi encontrar os locais com água parada e acabar com os focos, instalar mosquiteiros nas casas e pulverizar as ruas com inseticida. Adivinhem! Novamente teve gente que não acreditou na ciência e até me desenharam em uma caricatura no jornal de cartola e com corpo de mosquito.

Varíola, malária e ainda tinha a peste bubônica – no começo de 1904, lutando contra essa moléstia, criei uma equipe que percorria os bairros do Rio, espalhando veneno de rato e removendo o lixo. Aí pensei cá com meus botões: e se a população nos ajudasse a capturar os ratos, causadores da doença? Quanto mais gente envolvida, mais rapidamente resolveríamos o problema.

Como quem trabalha de graça e relógio, consegui autorização para pagar cem reis por rato morto entregue aos agentes sanitários! Ai, ai, que arrependimento. Assim que a notícia se espalhou, surgiram mais marchinhas de deboche. Uma delas tinha um trecho que dizia assim:

‘Rato, rato, rato
Assim gritavam os compradores ambulantes
Rato, rato, rato,
Para vender na academia aos estudantes
Rato, rato, rato
Dá bastante amolação
Quando passam os garotos, todos rotos
A comprar rato, capitão’

Não se pode acertar sempre nas táticas, o importante é vencer as batalhas.

Realização e patrocinadores

Para Daniela Chindler, diretora da Sapoti e coordenadora da edição, lançar esse livro agora, depois de um período de cortes de verbas púbicas para as universidades, divulgação de fake news e desvalorização do pensamento científico é muito significativo.

“Estamos levando, para jovens leitores, ideias e descobertas de pessoas que pensam, estudam, pesquisam e propõem melhores caminhos para a sociedade. Ensinar ciência para as crianças colabora para a compreensão e transformação do mundo.” Os alunos da rede de escolas públicas do município do Rio receberão 60% (1.200 unidades) da tiragem total de 2.000 exemplares.

A Sapoti é uma produtora de conteúdo na área da educação não-formal. Daniela Chindler diz acreditar que o conhecimento pode ser construído e compartilhado de forma criativa. Para tanto, recorre a meios como espetáculos, livros, exposições, ações educativas, vídeo em Libras e aplicativos acessíveis para contar histórias.destaca o momento simbólico de lançamento do livro.

O projeto ‘Cientistas Brasileiros’ é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Radix Engenharia e Desenvolvimento de Software S.A, JPG Gestão de Recursos LTDA e Control- LAB Controle de Qualidade para Laboratórios LTDA por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

Com Assessoria

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