De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a epilepsia atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo e aproximadamente 2 milhões de pessoas no Brasil. Apesar de atingir a vida de muita gente, ainda é uma doença em que a maior parte da população tem pouco conhecimento, fazendo com que quem convive com esta doença passe por grandes desafios, devido à falta de informação.
Tudo isso só reforça a importância do “Março Roxo”, mês voltado para a conscientização da doença, que tem no 26 de março o Dia internacional da conscientização sobre a epilepsia.
As causas da doença são variadas, podendo ser genética, estrutural, metabólica, infecciosa, imunológica ou até mesmo de causa indeterminada. Além da busca por novos tratamentos, ainda é preciso esclarecer a população sobre os sintomas e diagnóstico da epilepsia, pois existe muito preconceito e estigmas envolvendo questões sociais e psicológicas.
A neurologista e neurofisiologista Natália Longo ajudar a esclarecer alguns dos mitos e verdades sobre a epilepsia. Veja abaixo.
O estresse emocional pode levar a pessoa a ter uma crise de epilepsia?
VERDADE. O estresse é um dos principais fatores que desencadeiam uma crise epiléptica. Outros fatores muito comuns são a privação de sono, ficar muito tempo sem comer ou dietas radicais que podem levar a alterações metabólicas como hipoglicemia (baixa de glicose no organismo) e/ou hiponatremia (baixa de sódio no organismo)
Toda convulsão é epilepsia?
MITO. Qualquer pessoa pode ter uma crise convulsiva, pelo menos uma vez na vida e não ser epiléptica. Geralmente, estas pessoas apresentam crise durante um quadro infeccioso, ou uma alteração metabólica, ou até mesmo durante um trauma na cabeça. Neste caso chamamos isto de crise convulsiva sintomática.
Epilepsia é uma doença mental?
MITO. A epilepsia é uma doença neurológica com causa geralmente muito bem definida (estrutural, genética, infecciosa e outras), fazendo com que o paciente apresente crise epiléptica quando há alteração na passagem de informação entre os neurônios. As doenças mentais são de natureza psiquiátrica, e geralmente não causam lesões estruturais no cérebro.
Quando uma pessoa estiver tendo uma crise convulsiva, devo segurar os braços e a língua dela?
MITO. Nessa situação o ideal é você proteger a cabeça do paciente e colocá-lo deitado de lado, pois isso irá facilitar a saída de possíveis secreções e evitar a aspiração de vômitos. Não tente impedir os movimentos, não introduza qualquer objeto na boca da pessoa e não ofereça nenhum alimento ou bebida para ela, pois isto pode causar acidentes tanto para a pessoa que está tendo a crise, quanto para a pessoa que está tentando ajudar.