De acordo com a pasta, os casos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Após a confirmação, o município foi orientado a vacinar os profissionais de saúde da unidade onde as crianças foram atendidas e a fazer busca ativa por casos suspeitos na região.
A partir da notificação dos casos suspeitos, orientamos o município a realizar levantamento de todos os pacientes que foram atendidos no período em que as crianças permaneceram na unidade municipal para constatação de eventuais quadros semelhantes e monitoramento por parte das equipes de saúde, bem como a verificação do esquema vacinal dos familiares das pacientes”, destacou.
Outro caso de criança infectada em Itaboraí
Em 27 de fevereiro deste ano, a secretaria já tinha confirmado um caso isolado de sarampo, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, em uma criança de 6 anos de idade, cuja suspeita para o sarampo havia sido constatada em outubro do ano passado.
A origem da infecção não pôde ser identificada. A criança também passa bem. O caso de Itaboraí e os de São João de Meriti não têm relação entre si, de acordo com os técnicos da vigilância estadual.
Em 2024, o estado do Rio de Janeiro notificou 207 casos suspeitos de sarampo, dos quais 205 foram descartados, um foi confirmado e um permanece em investigação. Em 2025, até o momento, foram notificados 30 casos, dois deles foram confirmados, dez foram descartados e 18 seguem em investigação laboratorial.
Importância da vacinação
Na sexta-feira (14/03), durante reunião de instalação da Sala de Situação Contra o Sarampo, a Secretaria de Estado de Saúde reforçou a importância da vacinação e da notificação imediata de casos suspeitos por parte dos municípios. A secretaria também orienta os municípios fluminense que notifiquem casos suspeitos imediatamente e ressalta a importância da vacinação da população.
As unidades de saúde devem seguir as diretrizes de vigilância epidemiológica, incluindo a realização da vacinação de bloqueio e a investigação ágil dos casos notificados”, reitera Mário Ribeiro.
A imunização contra a doença é garantida pela vacina tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola, e pela tetra viral, que inclui a catapora. As duas vacinas são parte do calendário vacinal obrigatório recomendado pelo Ministério da Saúde. A tríplice é aplicada aos 12 meses de idade e a tetra, aos 15 meses.
Pessoas até 29 anos de idade devem ter duas doses da tríplice viral, enquanto adultos de 30 anos a 59 anos devem ter pelo menos uma dose. Profissionais de saúde precisam comprovar duas doses independentemente da idade. Em situações de surto, crianças de 6 meses a 11 meses de idade podem receber uma dose extra, a chamada ‘dose zero’.
A orientação para a população é verificar se a caderneta de vacinação dos filhos está em dia e procurar uma unidade de saúde em caso de sintomas compatíveis com sarampo, como febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas avermelhadas pelo corpo.
Em novembro do ano passado, o Brasil recuperou o certificado de eliminação do sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que havia sido perdido em 2019, devido à queda da cobertura vacinal, que resultou em uma franca circulação da doença no país por mais de 12 meses.
Europa e Ásia Central têm recorde de casos em mais de 25 anos
A Europa e a Ásia Central registraram, ao longo de 2024, um total de 127.350 casos de sarampo – o dobro do que havia sido contabilizado em 2023 e o maior número desde 1997. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) pelo escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef).
Em nota conjunta, as entidades alertam que crianças menores de 5 anos respondem por 40% dos casos de sarampo reportados na região. Em mais da metade desses casos, segundo o comunicado, foi necessário hospitalizar o paciente. Ao todo, 38 mortes pela doença foram reportadas com base em dados preliminares recebidos até 5 de março.
De acordo com a OMS, os casos de sarampo na Europa e na Ásia Central vinham caindo desde 2017, quando 216 mil novas infecções foram contabilizadas. Em 2016, o menor número de casos foi registrado: 4.440. As infecções, entretanto, voltaram a subir de 2018 para 2019, quando foram identificados 89 mil e 106 mil casos, respectivamente.
Após um retrocesso na cobertura vacinal durante a pandemia de covid-19, os casos de sarampo voltaram a subir significativamente em 2023 e 2024. As taxas de vacinação em diversos países ainda não retornaram aos níveis pré-pandêmicos, aumentando o risco de surtos”, alertou a nota.
Ainda de acordo com o comunicado, Europa e Ásia Central respondem, atualmente, por um terço do total de casos de sarampo registrados no planeta. Apenas em 2023, 500 mil crianças que vivem na regiam não receberam a primeira dose do esquema vacinal contra a doença, que deveria ser aplicada por meio de serviços de imunização de rotina.
“O sarampo é um dos vírus mais contagiosos que afetam pessoas. Além do risco de hospitalização e morte causado por complicações como pneumonia, encefalite, diarreia e desidratação, a doença pode causar problemas de saúde debilitantes, como a cegueira.”
O sarampo também pode danificar o sistema imunológico ao ‘apagar’ de sua memória como combater infecções, deixando os sobreviventes vulneráveis a outras doenças. A vacinação é a melhor linha de defesa contra o vírus”, reforçaram a OMS e o Unicef.
As entidades alertam ainda que países que atualmente não registram surtos de sarampo devem se preparar, inclusive para identificar e sanar lacunas de imunização, “construindo e sustentando a confiança pública nas vacinas e mantendo sistemas de saúde fortes”.
Transmissão e sintomas
O sarampo é classificado por autoridades sanitárias como uma doença infecciosa grave e que pode levar à morte. A transmissão acontece quando alguém infectado tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas.
Os principais sinais do sarampo são:
- Manchas vermelhas no corpo
- Febre alta, acima de 38,5°
- Tosse seca
- Irritação nos olhos (conjuntivite)
- Nariz escorrendo ou entupido
- Mal-estar intenso
Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.
Da Agência Brasil