Enfrentar os vestibulares e o Enem talvez seja o primeiro grande desafio profissional dos jovens. Um candidato que não apresentar um grau de excelência nos quesitos técnicos (conhecimento do conteúdo programático) e emocional (administrar a ansiedade no momento da prova) terá dificuldades para conseguir um bom resultado. Por isso, na véspera do Enem, que acontece nos dias 3 e 10 de novembro, é necessário exercitar o autocontrole, para que a ansiedade e o nervosismo não atrapalhem o desempenho na prova.

Eduardo Calbucci, educador e fundador do Programa Semente – metodologia que desenvolve a aprendizagem socioemocional em escolas brasileiras – explica que a ansiedade e a preocupação são emoções que fazem parte da família do medo. “Normalmente, essas emoções estão ligadas ao fato de nós identificarmos um perigo, aumentando seu tamanho e, ao mesmo tempo, crendo que nossas capacidades para resolver esse problema são menores do que realmente são”.

O especialista orienta que antes do exame o vestibulando identifique as preocupações produtivas e as improdutivas, a fim de exercitar o autocontrole. “Existem certas coisas que fogem completamente do nosso controle e essas são as preocupações improdutivas. Pensar ‘será que a prova vai ser mais difícil que no ano passado?’, ‘será que com a mudança de governo vai haver uma guinada no exame?’, por exemplo, não é um bom caminho, pois não temos dados para responder a esses questionamentos”, ressalta.

Entretanto, para reformular esse pensamento e controlar a ansiedade, Calbucci afirma que o foco precisa estar no momento presente, nas coisas que estão sob o próprio alcance. “É possível controlar o que você vai fazer no dia anterior à prova. Se a pessoa estiver com receio de chegar atrasada, ela pode se programar para que isso não aconteça. Ela pode também conferir a documentação para não ter problema, reler todas as orientações sobre o que se deve ou não levar para a prova, tudo isso pode diminuir a ansiedade”, diz.

Para Celso Lopes de Souza, psiquiatra e também fundador do Programa Semente, o furacão de emoções que invade os vestibulandos pode ser melhor administrado com a flexibilização cognitiva. “Por exemplo, reconhecer e nomear as emoções, identificar os pensamentos que estão estruturando essas emoções e reformular esses pensamentos quando eles estão distorcendo a realidade, é uma estratégia sólida para desenvolver o autocontrole antes e durante a prova”, conta o especialista.

Essas estratégias ajudam no reconhecimento dos desafios e das capacidades do estudante de forma realista e sem distorções. “Saber reconhecer emoções, relacionando-as com os pensamentos que as geram e entendendo como tudo isso influencia o comportamento, permite que cada um compreenda melhor as próprias limitações e conheça suas fortalezas, o que aumenta a confiança, o otimismo e a autoestima”, afirma Celso.

Um exemplo de prática de autocontrole ensinado pelo Programa Semente é a indicação e exercício do acrônimo IDEA: A – Identifique os pensamentos que estão ocorrendo no momento da ansiedade intensa; D – Desafie os pensamentos com perguntas simples: “Posso estar exagerando?”, “Há outras possibilidades para interpretar essa situação?; E – Encontre novas formas de pensar e A – Assuma um novo comportamento. “A técnica é muito eficaz para evitarmos armadilhas em momentos em que enxergamos a realidade de modo distorcido, o que pode levar a erros de interpretação”, conclui Celso.

6 dicas para não ficar nervoso na hora das provas

professora do Centro Universitário IBMR Mariama Furtado, que é psicóloga clínica e pós-doutora em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, que nos passou algumas dicas para não ficar nervoso na hora das provas.

1 – Prepare-se para o dia da prova – O organismo, quando está diante de uma situação ameaçadora ou de estresse, tende a tencionar e produzir defesas para proteção. E uma dessas defesas é tirar a atenção daquela situação, provocando um déficit dessa atenção o que pode gerar desatenção.

2 – Engane seu cérebro – Na véspera da prova faça atividades que produzem relaxamento, conforto e prazer, produzindo uma sensação de que está tudo bem e de que o corpo não está sobre estresse ou ameaça para que ele não acabe ativando defesas que podem atrapalhar na prova como, por exemplo, o nervosismo.

3 – Relaxe, mas não exagere – Quando falamos em fazer algo prazeroso, recomendamos atividades leves que descarreguem a energia de forma moderada como uma caminhada, cinema, conversar com amigos. Nada de alimentos pesados ou consumos de bebidas alcoólicas que podem prejudicar sua concentração no dia seguinte.

4 – Não remoa o que passou – Não adianta e não é produtivo ficar pensando no que deveria ter estudado ou feito. Isso só aumenta o nervosismo. É preciso confiar naquilo que foi aprendido e ir para a prova com tranquilidade.

5 – Vá para a prova sem cobranças – Em uma sociedade e cultura em que nos exige tanta perfeição, felicidade, ser bem-sucedido e vencedor, parece que hoje não há espaço para falhar, não dar conta, pra não conseguir passar de primeira e tudo bem. Então é importante não se cobrar tanto e reconhecer que não conseguir de primeira é uma possibilidade e que isso não tem problema. E quando a gente não se impõe tantas exigências, a possiblidade é de ficar mais tranquilo e, por tanto, conseguir se sair melhor na prova aumenta. Quando eu admito a possibilidade de falhar eu fico muito menos nervoso.

6 – Chegar com antecedência no local da prova – Isso ajuda a não deixa o corpo estressado e se concentrar para esse momento que é importante.

Óleos essenciais podem ajudar na memória

Os benefícios da Aromaterapia para quem vai prestar Enem no próximo domingo são inúmeros. Segundo o naturopata Daniel Alan Costa, professor de fitoterapia na USP e coordenador do curso de pós-graduação em Naturopatia na Unip, há vários óleos essenciais que podem ajudar no momento da prova.

“A Lavanda (Lavandula angustifolia) e a Camomila Romana (Chamaemelum nobile) podem ser utilizadas para equilibrar o emocional do candidato e oferecer tranquilidade na hora do exame, já que é mais do que normal ficar nervoso ou ansioso antes e durante a prova. O Alecrim (Rosmarinus officinalis), por exemplo, é excelente como fortalecedor de memória e ajuda a relembrar o conteúdo estudado”, afirma o especialista.

Segundo Alan, a reputação do Alecrim como estimulante do cérebro vem da época da Grécia antiga. “Naquela época os estudantes, durante o período de provas, já usavam raminhos da erva no cabelo, pois eles perceberam que a essência conforta o cérebro, aguça a compreensão, restaura a memória perdida e desperta a mente”, afirma o naturopata.

Outros óleos essenciais indicados para concentração precária e fadiga mental são o de Menta (Mentha piperita), o de Patchouli (Pogostemon cablin), que além de auxiliar na falta de concentração, alivia a ansiedade em condições relacionadas ao estresse e o de Tomilho branco (Thymus vulgaris – ct linalol) que ativa as células do cérebro, estimulando a memória e favorecendo a concentração. Já o óleo essencial de Vetiver (Vetiveria zizamoides) descontrai profundamente sendo útil para quem precisa concentrar as suas energias, como é o caso dos candidatos.

As propriedades harmonizadoras dos óleos essenciais vão oferecer um equilíbrio físico, mental e emocional duradouros aos candidatos, extremamente importante no momento da prova. Mas é importante lembrar que os óleos essenciais não podem ser usados diretamente na pele. Neste caso, a sugestão é o de inalar o aroma profundamente diretamente do vidro ou utilizar os colares aromatizadores individuais. Imediatamente já haverá estímulos das partes do cérebro relativas a memória e emoção”, finaliza Alan.

Com Assessorias
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