Todo mundo conhece alguém que toma medicamentos diariamente para suprir alguma deficiência hormonal da tireoide, uma pequena glândula que está localizada na região cervical anterior, ou seja, no nosso pescoço, e possui o formato de um escudo ou de uma borboleta.  Isso porque ela tem influência em praticamente todo nosso metabolismo. Mas será que essa pequena glândula é realmente a vilã?

Estamos na Semana Internacional da Tireoide, que marca as celebrações pelo Dia Internacional da Tireoide (25 de maio). A data tem o objetivo de chamar a atenção para a relevância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças tireoide. Para contribuir com o tema, ViDA & Ação traz novamente um especial com muitas informações sobre as doenças da tireoide, seus sinais e sintomas. Confira a partir de hoje.

“Ela é uma pequena notável! Embora seja uma das maiores glândulas do nosso corpo, pesa apenas 25 gramas, muitas vezes, a tireoide é “injustamente” responsabilizada por alguns efeitos no corpo”, detalha a endocrinologista e metabologista pela SBEM, Thais Mussi.

Segundo ela, a glândula produz os hormônios vitais T3 e T4 e por essa razão, um mau funcionamento dela, quer seja uma produção excessiva ou escassa, vai interferir nas mais diversas áreas do organismo. O alcance de sua interferência vai desde infertilidade até o controle do peso.

“Para ser justa, a influência na balança por uma alteração tireoidiana não é tão expressiva”, contesta ela, que explica as razões ocultas de alguns episódios de ganho de peso: “O hipotireoidismo (quem não se lembra do jogador Ronaldo Fenômeno?) é o mais ‘famoso’ por causar aumento de peso, porém, geralmente se trata de uma retenção hídrica, não necessariamente acúmulo de gordura, e que vai alterar em média 3 a 4 quilos pelo edema”, diz.

As causas ocultas não param por aí. Dra. Thais reconhece que ocorre uma alteração no metabolismo basal, pela qual o hormônio T3 tem ganhado certa notoriedade, mesmo com uma produção muito menor em relação ao T4.

“Mas é válido ressaltar que, justamente por estar mais sem combustível (baixa produção hormonal), a pessoa pode ficar mais apática, constipada, sonolenta, e essas evidências reunidas contribuem com o ganho de peso”, destaca.

Em contrapartida, diz ela, o hipertireoidismo “acelera” o metabolismo, o que até poderia causar perda de peso (na maioria das vezes, de massa magra), porém, explica a especialista, alguns pacientes, por estarem com excesso de T4 livre e T3 circulante, acabam também sentindo mais fome, comendo mais e gerando um quadro de hipertireoidismo com ganho de peso.

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Entenda o funcionamento da tireoide

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de alguma patologia da tireoide, sendo que aproximadamente 60% delas desconhecem sua condição relacionadas a essa glândula vital do corpo humano.

A falta de conscientização justifica a importância de campanhas e iniciativas que busquem informar e educar a população sobre os sintomas, a prevenção e o tratamento das doenças tireoidianas.

Localizada na base do pescoço com formato de borboleta, a tireoide é responsável pela produção de hormônios, que desempenham um papel crucial na regulação do metabolismo e no funcionamento adequado de diversas funções orgânicas. Os hormônios tireoidianos são importantes para o crescimento e desenvolvimento, regulação do peso, temperatura corporal, batimentos cardíacos, níveis de energia e funcionamento do sistema nervoso central.

Distúrbios que podem afeitar a glândula

Existem diversos distúrbios que podem afetar a tireoide, sendo os mais comuns o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. O hipotireoidismo ocorre quando a glândula tireoide não produz hormônios suficientes, levando a uma diminuição no metabolismo e sintomas como fadiga, ganho de peso, constipação, pele seca, queda de cabelo, entre outros.

Já o hipertireoidismo ocorre quando a glândula produz hormônios em excesso, aumentando o metabolismo e causando sintomas como perda de peso, aumento da frequência cardíaca, tremores, ansiedade, irritabilidade, entre outros.

Além desses distúrbios, a tireoide também pode ser afetada por nódulos ou câncer de tireoide. O diagnóstico desses distúrbios é feito através de exames de sangue, que avaliam os níveis dos hormônios tireoidianos e do hormônio estimulante da tireoide (TSH), além de ultrassonografia ou biópsia para avaliar nódulos ou suspeita de câncer.

O tratamento depende do distúrbio e pode incluir medicamentos para reposição hormonal no hipotireoidismo, medicação para reduzir a produção hormonal no hipertireoidismo, cirurgia para remover nódulos ou câncer, entre outros.

Evitar sal em exagero ajuda na saúde da tireoide

No dia 25 de maio, em que se celebra a existência dessa glândula e muitas ações são promovidas para aumentar o conhecimento sobre ela, a especialista contribui com informações importantes para todos compreenderem o papel da tireoide na vida humana.

Hábitos de vida saudáveis e boa alimentação são fundamentais para que os problemas de tireoide sejam evitados. “Por exemplo, o nosso sal é iodado e, infelizmente, o Brasil é um dos países que mais consome sal no mundo, então uma das recomendações seria não ingerir sal em exagero”, conta a especialista.

Além disso, alguns estudos têm demonstrado a importância do selênio para a saúde da tireoide. Uma fonte natural dessa substância é a castanha-do-pará. Recomenda-se a ingestão de uma unidade diariamente. No entanto, ao suspeitar de algum problema de tireoide, procure o seu médico e realize os exames necessários.

De qualquer forma, o recado principal é: nossa tireoide deve ser celebrada! E se você se identificar com algum dos sintomas, ou suspeitar que possa estar com seus hormônios tireoidianos alterados, procure seu médico! O diagnóstico é simples e rápido”, orienta Dra. Thais.

Com Assessorias

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