Enquanto pais abandonam seus filhos material e afetivamente, muitos fazem de tudo para ser pais e há até inúmeros exemplos de famílias formadas por dois pais, com ajuda da fertilização in vitro. Este será o segundo Dia dos Pais do casal de empresários Victor Nathan Fontes Silva, de 32 anos, e Vitor Aloísio Guimarães de Abreu Lima, de 35 anos. Com doadora de óvulo anônima e barriga solidária intermediada pela clínica de fertilização, o casal é pai de Pedro e Maria, ambos com 1 ano e 1 mês.

“Sempre pensamos em ser pais, mas isso não parecia ser possível”, diz Victor. Moradores de Aracajú (Sergipe), eles procuraram a clínica Neo Vita, de São Paulo em 2020, para realizar o procedimento. “Eles estão ótimos de saúde, nunca tiveram nenhuma complicação. O nascimento dos gêmeos representou a realização de um sonho, nos mostrou que realmente tudo é possível”, constata o pai.

Em março do ano passado, a vida do casal Ranulfo Caldas Pereira, de 36 anos, e Victor Hugo, de 33, ganhou um novo sentido com o nascimento de Benício. O casal, que mora em Paracatu, Minas Gerais, procurou a clínica paulista em 2020.

“O processo foi muito tranquilo e bem conduzido pela equipe médica. A doadora do óvulo foi anônima e a barriga solidária foi uma amiga”, diz Ranulfo. “Sempre quis ter filho. Em 2020 veio a vontade de executar o nosso planejamento de construir a nossa família. Benício é uma criança muito saudável, feliz, brincalhão. É um menino muito especial. Está com um ano e quatro meses e agora é a razão das nossas vidas”, comenta o pai.

“Ele representou uma virada de chave e passou a dar sentido para vida. Depois de ter um filho, a gente passa a ter uma razão de viver completamente diferente. Ter medos que não tínhamos antes, ter alegria nas menores coisas possíveis, em todos os momentos. Parece que todos os problemas nem existem mais”, emociona-se Ranulfo. O casal tem a intenção de ter mais um filho.

Em São Paulo, capital, o casal de bancários Vinícius Caroli Flor, de 34 anos, e Arthur Correa Silva, de 27 anos, também contou com a ajuda do procedimento para o nascimento de Joaquim, hoje com um ano e oito meses.

“O processo de fertilização em vitro foi feito com os óvulos de uma doadora anônima e fertilizamos com o material genético dos dois. Transferimos dois embriões (um de cada pai) e um fixou (não sabemos qual). Posso destacar que o nascimento do Joaquim foi a prova de que o amor vence qualquer barreira. Ele é a soma do amor de muitas pessoas. A chegada dele deixou a nossa casa e a nossa vida mais feliz”, diz Vinícius.

Leia mais em nosso Especial Pais 2023

O que é preciso para homens solteiros e casais homoafetivos se tornarem pais?

Para se tornarem pais com ajuda da reprodução assistida, os homens solteiros e casais homoafetivos precisam, além da doação do óvulo, que é intermediada por meio de bancos do material que garantem o anonimato dos receptores e doadores, de uma barriga solidária, ou seja, uma mulher que esteja disposta a gestar o bebê.

Fernando Prado, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita, explica que existem regras rígidas no que diz respeito à barriga solidária. A mulher disposta a ceder o útero para o procedimento deve ter mais de 18 anos e ser parente sanguínea de até quarto grau de um dos parceiros.

“Outros casos precisam receber autorização do Conselho Federal de Medicina e, caso não haja candidatas para ceder o útero, não é possível realizar o procedimento”, explica.

Segundo ele, existem regras rígidas no que diz respeito à barriga solidária, sendo que a mulher disposta a ceder o útero para o procedimento deve ter mais de 18 anos e ser parente sanguínea de até quarto grau de um dos parceiros.

“Outros casos precisam receber autorização do Conselho Federal de Medicina e, caso não haja candidatas para ceder o útero, não é possível realizar o procedimento”, afirma o médico.

Após encontrarem uma barriga solidária e uma doadora de óvulos, cabe – no caso do casal homoafetivo – decidir qual dos dois será o doador do sêmen.

“Em seguida, o óvulo é fecundado em laboratório (fertilização in vitro) e inserido no interior do útero da mulher disposta a gestar a criança. Após cerca de 10 dias já é possível verificar o sucesso do procedimento”, diz o especialista.

Embora na teoria pareça algo simples, a prática da fertilização in vitro é extremamente complexa. Quando óvulos são fertilizados em laboratório e posteriormente transferidos para o útero da mãe ou de uma mulher receptora, isso nem sempre é garantia de sucesso.

“A Fertilização in Vitro, apesar de possuir altas taxas de sucesso, não é infalível e pode não resultar em gravidez, o que pode ser realmente decepcionante para o pai por produção independente. Porém, falhas na FIV não querem dizer que o procedimento não pode ser realizado novamente”, diz o especialista em Reprodução Humana.

Questões éticas, legais e psicológicas envolvidas

De acordo com o especialista em reprodução humana, esse é um tratamento bastante particular, em que muitas questões éticas, legais e psicológicas estão envolvidas e que, portanto, tem uma especificidade que deve ser acompanhada com todo cuidado e atenção pela clínica responsável pelo tratamento.

“O médico assistente deve estar treinado e habituado a lidar com esse cenário e dessa forma permitir que novas famílias possam ser construídas, com todo afeto e amor que se espera desse laço tão importante”, diz o especialista. Ele ainda aconselha acompanhamento médico, psicológico e jurídico para as famílias e mulher que cedeu o útero.

Com informações da Clínica Neo Vita

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