Doação de medula óssea traz esperança a quem tem leucemia

Saiba mais sobre a doença de Fabiana Justus e como a doação de medula óssea pode ajudar a salvar a vida de pacientes

Centro de coleta da Fundação Pró-Sangue Hemocentro São Paulo (Foto: Agência Brasil / EBC)
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A leucemia enfrentada pela filha do empresário Roberto Justus, a influenciadora Fabiana Justus, de 37 anos, que está internada em São Paulo desde 25 de janeiro, é uma doença maligna, de origem desconhecida, que atinge os glóbulos brancos. Ela provoca o acúmulo de células doentes na medula óssea, também conhecida como tutano, localizada nos nossos ossos e é responsável por fabricar todos os elementos do nosso sangue. De maneira geral, é identificada pelas alterações apresentadas no hemograma.

“A leucemia se manifesta na medula óssea, considerada nossa “fábrica do sangue”, e causa o crescimento acelerado e anormal nas células sanguíneas. A doença pode ser classificada, de acordo com as células que afetam, em mieloides e linfocíticas e, também, em agudas ou crônicas, levando-se em consideração a diferenciação das células neoplásicas”, explica Geovanne Mauro, radio-oncologista do InRad.

Jamille Cunha, hematologista do Grupo SOnHe, explica que alguns sintomas também podem ser observados. “O sangramento do nariz e da gengiva podem ser um alerta, mas as pessoas se preocupam mesmo quando identificam uma perda de peso repentina e começam a se sentir muito cansadas”, alerta a médica.

Assim como o de várias doenças, o diagnóstico de leucemia deve ser feito precocemente, a fim de garantir um maior sucesso no tratamento. Para isso, é fundamental que o paciente não ignore sintomas e procure um médico ao perceber, por exemplo, o surgimento de infecções persistentes, aumento de gânglios e o surgimento de hematomas no corpo.

Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe, explica que os avanços dos últimos anos foram importantes para o tratamento da leucemia e vêm garantindo qualidade de vida aos pacientes. “Precisamos desmistificar a doença. A palavra leucemia assusta, mas estamos acessando tratamentos cada vez mais seguros e eficientes”, reforça a médica.

A importância do tratamento precoce

De maneira geral, a leucemia apresenta boas chances de recuperação quando o paciente tem o diagnóstico precoce e já inicia o tratamento adequado. Cada caso deve ser avaliado de forma individual, observando o tipo de leucemia que a pessoa possui e a fase em que a doença se encontra.

Atualmente, o Brasil conta com as seguintes opções: quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, transplante de medula óssea. Além disso, normalmente há a associação de diferentes recursos terapêuticos.

A radioterapia é usada no controle de leucemias que atingem o sistema nervoso central ou com grande risco de atingirem e no condicionamento de pacientes que serão submetidos a transplante de medula óssea.

O transplante de medula é uma modalidade de tratamento curativo para muitos casos de leucemia e a radioterapia pode ser associada ao tratamento para melhorar os resultados dos transplantes.

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Transplante de medula óssea traz esperança de cura

De acordo com Lorena Bedotti, ainda que o tratamento venha sendo aprimorado, é fundamental reforçar que o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), apesar de complexo e com riscos, é o procedimento que apresenta mais chances de cura ao paciente.

“O TCTH é a substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. Ele pode ser autogênico, quando as células-tronco vêm do próprio paciente ou alogênico, quando vêm de um doador”, explica.

A busca tem início entre os familiares e, geralmente, irmãos apresentam 100% de compatibilidade. Quando isso não ocorre, é necessário recorrer ao Redome – Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea, daí a importância da doação, destacada na campanha Fevereiro Laranja.

A doação consiste em um compartilhamento de medula, visto que, entre 15 a 30 dias a medula se reconstitui naturalmente. “A doação é um ato de empatia, do qual você oferece a sua contribuição e não fica sem. É um ato de compartilhamento de vida.”, enfatiza Dr. Geovanne Mauro.

Doações de medula beneficiam tratamento de 80 doenças

O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento não só da leucemia, mas de cerca de 80 doenças em diferentes estágios. Para isso, o Ministério da Saúde reforça a importância de manter os dados do cadastro atualizados no Redome, terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo – são mais de 5,5 milhões cadastrados no

Como parte de uma rede de cooperação internacional, os doadores brasileiros cadastrados no Redome permitem a realização de transplantes de medula óssea em pacientes no Brasil e, também, em outros países.

A manutenção dos cadastros atualizada é o que permite encontrar o doador na hora de efetivar a coleta das células. Então, é importante manter todas as informações, principalmente endereço e telefone, sempre atualizadas. A atualização é realizada diretamente pelos doadores, em uma área disponível no site do Redome ou através do aplicativo (disponível para Android e IOS).

Quem pode doar a medula?

Para se cadastrar como um doador voluntário de medula óssea, é preciso ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, e não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico (doenças autoimunes).

O doador voluntário, independentemente da idade no momento do cadastro, permanece no Redome e pode ser solicitado a realizar a doação até completar 60 anos de idade.

O cadastro para ser um doador de medula não aparentado no Redome e assim, ajudar esses pacientes a aumentarem suas chances de cura é simples e pode ser feito em todos os bancos de sangue dos hemocentros no país. Nesta etapa de cadastro há somente a coleta de uma amostra de sangue.

Como é feita a doação?

A doação de medula pode ocorrer de duas formas. Na primeira o doador deve passar por um procedimento realizado em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral e requer internação de 24 horas. Com o doador anestesiado, são realizadas punções no interior dos ossos da bacia para retirada da medula. O procedimento leva em torno de 90 minutos.

Na segunda forma, o doador faz uso de uma medicação injetável por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco circulantes no sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.

Em Campinas o cadastro da medula pode ser feito no Hemocentro da Unicamp. O telefone para informações é 0800 722 8432.

Com Assessorias

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