Metade dos pacientes de diabetes pode ter complicações com infarto e AVC, diz pesquisa
Metade dos pacientes de diabetes pode ter complicações com infarto e AVC, diz pesquisa

Com minha mãe foi assim… Um quadro crônico de diabetes, que a deixou insulinodependente antes dos 50 anos, evoluiu para um Acidente Vascular Cerebral quando ela tinha apenas 58. Foram longos sete anos lidando com as fortes sequelas causadas por uma das doenças mais incapacitantes que existem. Até que perdeu a luta para o AVC, aos 65 anos de idade.  Minha mãe foi, infelizmente, mais uma numa triste estatística: metade das mortes em pacientes diabéticos é provocada por problemas cardiovasculares, como infarto e AVC, segundo dados da International Diabetes Federation (IDF).

Apesar disso, somente 3% das pessoas diabéticas temem as consequências cardíacas da doença, segundo uma nova pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Diabetes ao Ibope Inteligência.  O levantamento mostrou que até 40% dos indivíduos com diabetes também desenvolvem problemas nos rins e apresentam um risco de duas a quatro vezes maior de morrer devido a uma doença cardiovascular, como infarto e AVC.

Alerta à população em Ipanema

Com objetivo de conscientizar a população sobre o impacto do diabetes sobre o coração e os rins, a Sociedade Brasileira de Diabetes está percorrendo o país com a campanha ‘Diabetes Sem Complicações’.  No Rio, a campanha realiza uma ação nesta terça e quarta-feira, dias 18 e 19 de outubro, na estação General Osório do metrô, em Ipanema.

Para chamar a atenção da população, um painel eletrônico irá calcular, em tempo real, o número de mortes por causas cardiovasculares relacionadas ao diabetes. Um quebra-cabeça gigante trará dados sobre a prevalência de problemas cardíacos e renais entre os diabéticos, bem como informações sobre prevenção.

Um vídeo informativo com o casal de artistas Flávia Alessandra e Otaviano Costa – os embaixadores da campanha — está sendo veiculado nas redes sociais da SBD, juntamente com textos relacionados aos cuidados necessários para evitar o impacto nocivo do diabetes sobre os rins e o coração.

Mais sobre a pesquisa sobre diabetes

Realizada com apoio das farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly, a pesquisa contou com a participação de 600 internautas, sendo 145 pacientes com diabetes, de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza. Só no Rio, estima-se que 132 mil pessoas tenham diabetes. Confira os principais resultados:

– Menos da metade dos entrevistados (42%) citou as doenças cardíacas como as consequências mais relevantes— e, mesmo entre os diabéticos, elas só foram mencionadas por 56%.

– O comprometimento dos rins também não está entre os temores mais frequentes. Ele foi destacado por, somente, 55% dos participantes e 72% dos diabéticos, especificamente.

– Quando questionados sobre o maior medo em relação ao diabetes, apenas 6% pontuaram “ter alguma doença renal”; 3%%, “ter alguma doença cardíaca”; e 21%, “morrer”. A maioria teme a amputação de algum membro (32%) e ficar cego (32%).

– 18% dos pacientes não sabem o tipo de diabetes que têm e 39% declararam sofrer do tipo I — porcentagem superior à estimativa de prevalência da SBD, que é de 5% a 10%.

– Mais de um quarto dos entrevistados (28%) acreditam que o diabetes é uma doença exclusivamente de idosos, revelando desconhecimento sobre o fato de que ela pode acometer, inclusive, crianças e jovens.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

Palestra gratuita sobre AVC

Para lembrar o Dia Mundial de Combate ao AVC (29 de outubro), o neurologista André Lima, membro da Academia Brasileira de Neurologia e diretor da Clínica NeuroVida vai falar sobre os sintomas e a prevenção da doença no dia 27 de outubro, em palestra gratuita no auditório do Rio Ville Shopping (Av. Automóvel Clube 2.384, em São João de Meriti). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone 2756-7886.

Popularmente chamado de derrame, o AVC é a principal causa de morte no Brasil e de incapacidade no mundo. A cada cinco minutos, um brasileiro morre em decorrência dessa doença, contabilizando mais de 100 mil óbitos por ano. Estima-se que mais de 18 bilhões de pessoas em todo o mundo foram afetadas pelo AVC em 2015, causando mudanças imediatas e devastadoras em suas rotinas e em alguns casos até a morte.

A doença é grave, mas existem medidas preventivas importantes, que diminuem os riscos de sua incidência. Tratar os fatores de risco que são diabetes, hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares e sedentarismo, ter uma dieta balanceada, parar de fumar e praticar exercícios são algumas das dicas para se evitar um AVC.

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