Ser pai sempre foi o sonho de Edson Vieira. Em fevereiro de 2019, ele conheceu Viviane, que já tinha cinco filhos, e no final daquele ano, ela engravidou. Por apresentar comprometimento cardiovascular, a gravidez de Viviane era considerada de risco e, por conta de uma pneumonia, uma trombose acabou ocorrendo.

Em estado grave, suspeita de Covid-19, o quadro de Viviane agravou. Em 18 de junho, ela deu à luz o bebê prematuro, de apenas 29 semanas, mas faleceu após dez dias de internação e sete dias depois do parto no Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL), em Niterói (RJ).

No mesmo momento em que nascia Emily Victória, nascia também a versão de Edson no papel de pai. Entre o luto e a felicidade de estar com a filha nos braços, enfrentou um período desafiador. Aos 44 anos, pai de primeira viagem, Edson descobriu a paternidade sendo, ao mesmo tempo, pai e mãe de uma recém-nascida de apenas 1,1 kg. Por causa da prematuridade, Emily precisou ficar 35 dias na UTI neonatal do HEAL.

Foram momentos muito difíceis, mas tive a sorte de estar amparado pela família. Tudo que faço é pela Emily Victoria, que é, como o nome diz, minha grande vitória. O nome foi escolhido pela mãe, de quem eu lembro toda vez que olho pra ela. Minha filha é minha motivação de todos os dias”, se emociona.

Diretor técnico do hospital, Rogério Casemiro conta como todos os profissionais envolvidos no caso de Viviane e a filha se comoveram com a história.

Essa pandemia que estamos vivendo gerou um sentimento de solidariedade muito grande entre todos. A Covid-19 é uma doença que não escolhe pessoas. No caso da Emily, com todo o risco que envolveu o bebê, a equipe se dedicou e se solidarizou com o contexto que a doença causou a essa família. A alta do bebê, saudável e se desenvolvendo bem, foi um resultado que contou com esse acréscimo de solidariedade”, avalia.

Edson concorda com Dr. Rogério: “Todos foram maravilhosos, sempre muito amorosos comigo e minha filha”. Hoje, em casa já há três semanas, enquanto o pai trabalha, Emily fica aos cuidados da avó Rita, da tia Angélica e de outros parentes. No fim do expediente, Edson volta logo para casa para aproveitar tempo com a filha.

Ser pai é uma experiência única, mais incrível do que jamais imaginei. Comemorar o Dia dos Pais em meio a tanto amor é realmente a realização de um sonho, o melhor presente possível”, se declara.

Dia dos Pais virtual

A pandemia de Covid-19 e a necessidade de isolamento social faz com que o Dia dos Pais seja comemorado de outra maneira: a distância, principalmente se os pais são idosos. Contudo, de acordo com Daniel Elia, coordenador de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a data pode e deve ser aproveitada como uma forma de estreitar os laços entre pais e filhos.

Os idosos já têm tendência a sofrer com solidão, tristeza, ansiedade e depressão. Por isso, é muito importante que os filhos mantenham contato com os seus pais, não só agora, por conta do isolamento social, mas em qualquer momento da vida dessas pessoas.

Converse, observe e dê o máximo de atenção possível. Estamos vivendo um momento que está modificando a forma como nos relacionamos. Sendo assim, eu aconselho a ligar tanto por telefone, quanto por chamada de vídeo, mais de uma vez ao dia. Assim, é possível trazer a ideia da proximidade”, indica o psicólogo.

Daniel Elia também reforça a importância de manter a rotina ativa no dia a dia nesse momento de isolamento social, assim como uma alimentação saudável e a prática de alguma atividade física. “Isso garante uma organização na vida, algo que, para muitos, foi desarticulada pelas condições da pandemia”, afirma.

Segundo ele, ter um planejamento traz uma estabilização e a sensação de produtividade para a pessoa da terceira idade. “Nessa rotina, um espaço de encontro com o outro também precisa ser incorporado, ainda que seja por meio virtual, durante o período de pandemia”, diz.

Fonte: Assessoria de Comunicação da SES-RJ

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