Além dos desafios já enfrentados normalmente pelos deficientes auditivos, a pandemia agravou ainda mais suas dificuldades. A barreira da comunicação impede que estas pessoas tenham autonomia e liberdade para realizar atividades simples, como fazer compras, o que já compromete o bem-estar físico, psíquico e social. Com a pandemia e as consequentes restrições e alterações no nosso modo de vida, o impacto na saúde mental dos deficientes foi ainda maior.
Realidades agravadas na pandemia
Para quem tem deficiências auditivas, as tarefas cotidianas, que já não são fáceis, se transformaram em momentos extremamente exaustivos, gerando desgaste, ansiedade, desmotivação, medo, irritação e a dura consciência de existir em uma sociedade sem recursos apropriados e suficientes para oferecer o mínimo de acesso e integração.
Como ajudar
Outra medida é incentivar a participação do deficiente auditivo em grupos e comunidades de apoio em redes sociais, como a Central Libras/Coronavírus, os Programas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da PUC do Paraná e aplicativos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A melhor forma de se solidarizar é, simplesmente, se colocar no lugar do outro. Se o momento atual já é crítico para quem não possui limitações, imagine para aqueles que têm, principalmente em uma sociedade cuja maioria prefere se fazer de muda, cega e surda.
Danielle Herszenhorn Admoni
Graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casade São Paulo, com residência em Psiquiatria Geral e Psiquiatria da Infância e Adolescência pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp e título de especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Atuou no CAPS Juventude e vários ambulatórios de Psiquiatria e Neurologia da Unifesp, sempre relacionados à infância e adolescência. É médica concursada desde 2004 na Unifesp, atualmente lotada no Ambulatório de Adolescentes e no Núcleo Trans Unifesp como preceptora de residência.
Danielle colabora para a seção ‘Palavra de Especialista’ uma vez por mês, sempre às quartas-feiras.
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